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OBESIDADE: ABORDAGEM NA GESTAÇÃO, NO PARTO E NO PUERPÉRIO

Autores: Belmiro Gonçalves Pereira, Rosiane Mattar
epub-BR-PROAGO-C19V2_Artigo3

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • definir critérios de risco da obesidade na gestação e evolução da gestação, parto e puerpério entre mulheres com diferentes graus de obesidade;
  • estabelecer critérios para prevenção e controle apropriado das comorbidades no ciclo gravídico–puerperal entre mulheres com obesidade;
  • estabelecer critérios para o planejamento reprodutivo de mulheres com obesidade.

Esquema conceitual

Introdução

O sobrepeso, a obesidade e a síndrome metabólica (SM) tornaram-se epidemia mundial, com aumentos alarmantes a cada década. Os dados disponíveis no Brasil vêm de inquéritos obtidos por telefone pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram um aumento significativo de prevalência em toda a população na segunda década do milênio. A população feminina, mais acometida, predomina em todas as faixas etárias e a ocorrência na idade reprodutiva interfere de forma desfavorável nas taxas de fertilidade e na evolução da gestação.1–3

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a obesidade pelo índice de massa corporal (IMC), calculado como a razão do peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metros): IMC = peso (kg)/altura × altura (m). 3

Define-se sobrepeso quando o IMC obtido está entre 25 e 29,9kg/m2 e obesidade quando acima de 30kg/m2.

Várias são as classes para classificar e definir obesidade:3

 

  • classe I (IMC 30 a 34,9kg/m2);
  • classe II (IMC 35 a 39,9kg/m2);
  • classe III (IMC 40 a 49,9kg/m2);
  • superobesidade (IMC ≥50kg/m2).

Essa classificação é útil para definir risco segundo o Institute of Medicine (IOM).4

A obesidade, então, é definida por parâmetros bem objetivos pelo cálculo do IMC quando este estiver acima de certo valor; entretanto, há alguns indicadores que merecem considerações especiais, como a distribuição da gordura, a bioimpedância e a excessiva quantidade de massa magra (nos atletas). 4

O IMC, no entanto, é um dado muito objetivo, tal como a distribuição da gordura corporal é útil para padronizar a apresentação de resultados e compará-los. O IMC é usado, por exemplo, para definir o ganho de peso ideal para cada gestante que estaria associado ao desempenho mais fisiológico na evolução da gestação, com resultados gestacionais melhores.4

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