Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar a função, as características e os diversos tipos de pessários vaginais para tratamento de prolapso de órgãos pélvicos (POP);
- reconhecer as indicações e as contraindicações para o uso de pessários vaginais;
- identificar as principais complicações relacionadas ao uso de pessários vaginais.
Esquema conceitual
Introdução
A palavra pessário é derivada do grego pessos e do latim pessarium, que significa pedra em formato oval. Hipócrates foi um dos primeiros a descrever o dispositivo com a função de reposicionar os órgãos pélvicos deslocados.1,2
Várias descrições históricas e anedóticas de técnicas para tratamento de POP podem ser encontradas na literatura, inclusive técnicas não validadas, como a de sucção, na qual se suspende a mulher de cabeça para baixo e a sacode por 3 a 5 minutos, ou a inserção de objetos ovais (romã, carne de boi e bolsa peluda) no canal vaginal.1,2
Entre os séculos XVIII e XIX,2 iniciou-se uma nova abordagem para os tratamentos de POP, tendo em vista o avanço no conhecimento da anatomia e da função de órgãos pélvicos. Novas nomenclaturas foram estabelecidas, como: prolapso uterino, cistocele, retocele e enterocele.
O século XIX foi caracterizado pelo uso indiscriminado dos pessários. Inclusive, há relatos de que qualquer queixa ginecológica ou pélvica era direcionada ao uso do dispositivo.2
Ao final do século XIX e início do século XX, o pessário passou a ser indicado de forma correta e direcionado para o tratamento de POP.2 Esse caminho possibilitou a modernização do dispositivo, a adequação do material a ser utilizado, de tamanhos e demandas diferentes, fortalecendo-o ainda mais como uma alternativa para diferentes mulheres no tratamento de POP.