■ Introdução
Os crescentes e constantes avanços científicos e tecnológicos na assistência aos pacientes internados na unidade de terapia intensiva (UTIunidade de terapia intensiva) têm promovido aumento significativo da taxa de sobrevivência. Entretanto, o cuidado crítico moderno deve não apenas basear-se na mortalidade, mas também no impacto da hospitalização após a alta, incluindo as complicações pós-UTI e as possíveis sequelas associadas.
Estudos têm revelado um importante comprometimento da qualidade de vida e do desempenho funcional vários anos após a alta da UTIunidade de terapia intensiva, principalmente em função do prejuízo da função neuromuscular.1,2 Nesse aspecto, fica evidente que o paciente crítico apresenta uma série de alterações motoras, relacionadas ao longo tempo de internação e imobilização na UTIunidade de terapia intensiva.
Várias medidas têm sido tomadas ao longo dos anos com o objetivo de minimizar as alterações estruturais e funcionais desse paciente, incluindo a mobilização passiva associada ao posicionamento adequado no leito, o que parece ser uma medida terapêutica simples e eficaz, tendo em vista que essa conduta pode ser uma das poucas oportunidades de realizar a interação do paciente com o meio ambiente, além de promover importantes adaptações inerentes à estimulação sensório-motora e à prevenção de complicações musculoesqueléticas, secundárias ao processo de imobilização e inatividade.3
Para colaborar na abordagem musculoesquelética, intervenções recentes, relacionadas à utilização de órteses estáticas e dinâmicas com o objetivo de contribuir para preservação da integridade articular, flexibilidade e distensibilidade tecidual, promovem benefício adicional ao processo de recuperação. A prevenção de contraturas articulares e de encurtamentos musculares facilita, por conseguinte, o processo de retorno às atividades funcionais.
■ Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor deverá ser capaz de:
- ■ reconhecer os principais efeitos da imobilidade no paciente internado em UTIunidade de terapia intensiva;
- ■ compreender os aspectos relacionados à imobilização e às medidas profiláticas para minimizar os seus efeitos deletérios;
- ■ reconhecer o conceito de órteses e compreender seus efeitos;
- ■ analisar e diferenciar os tipos de órteses utilizadas em UTIunidade de terapia intensiva;
- ■ identificar os potenciais pacientes submetidos à ortetização;
- ■ identificar as órteses adequadas aos pacientes em UTIunidade de terapia intensiva.
■ Esquema conceitual