■ Introdução
O primeiro caso de otite externa grave, com necrose tecidual foi reportado por Meltzer e Keleman em 1959, mas foi apenas em 1968 que Chandler criou o termo otite externa maligna ao relatar uma série de 13 pacientes idosos diabéticos com infecção do conduto auditivo externo (CAEconduto auditivo externo) por Pseudomonas.
A otite externa necrotizante (OENotite externa necrotizante), termo mais apropriado para designar a típica agressividade da doença, sem suscitar a ideia de neoplasia, geralmente ocorre em indivíduos com mais de 65 anos diabéticos ou em pacientes imunodeprimidos, como portadores de desordens hematológicas, pacientes submetidos à terapia citotóxica e indivíduos HIV positivos.
Entre os principais agentes etiológicos da OENotite externa necrotizante está a Pseudomonas aeruginosa, encontrada na cultura de 96 a 98% dos pacientes com essa doença. Porém, outros microrganismos também têm sido isolados, como Aspergilus fumigatus, Proteus mirabilis, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Klebsiella oxytoca.
O quadro clínico é marcado por otalgia intensa, com piora noturna, resistente à terapêutica tópica habitual. Ao exame clínico, evidencia-se edema e secreção no CAEconduto auditivo externo ou, mais classicamente, granulação na sua junção osteocartilaginosa. A membrana timpânica costuma apresentar-se sem alterações. O diagnóstico precoce e o tratamento agressivo têm sido as grandes armas atuais na tentativa de reduzir a morbidade e a mortalidade da OENotite externa necrotizante.
■ Objetivos
Após a leitura deste artigo, em relação à OENotite externa necrotizante, o leitor deverá ser capaz de:
- ■ reconhecer os fatores epidemiológicos característicos;
- ■ identificar os principais meios diagnósticos clínicos e radiológicos para seu reconhecimento precoce e sua extensão;
- ■ identificar o diagnóstico e o tratamento dos casos típicos e atípicos da OENotite externa necrotizante;
- ■ reconhecer os critérios de cura da OENotite externa necrotizante.
■ Esquema conceitual