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PAPEL DA EMPATIA NO ATENDIMENTO CLÍNICO

Maria Adriana Svacina

Rodrigo Teixeira Lopes

Eugénia M. Ribeiro

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • distinguir os tipos de empatia e suas definições;
  • apontar as diferenças entre empatização e sistematização;
  • diferenciar empatia espontânea e adquirida;
  • listar possibilidades e modos de uso da empatia na prática clínica;
  • reconhecer sinais de sucesso terapêutico dos pacientes;
  • identificar atitudes empáticas e não empáticas na prática clínica;
  • reproduzir o emprego da empatia no atendimento on-line.

Esquema conceitual

Introdução

Confira aqui os slides deste capítulo

Slides aqui

Conhece-me quem conhecer a minha dor.1

Em uma perspectiva histórica, “[...] o termo empatia vem da palavra grega empatheia, que implica uma apreciação ativa da experiência emocional da outra pessoa”.2 Na virada do século, Lipps,2 em seus escritos sobre percepção e apreciação estética, introduziu o termo “Einfühlung”, que significa, em alemão, “sentir-se a si próprio em”.

Para Lipps,2 ao apreciar a beleza ou a estranheza de uma obra de arte, o indivíduo necessariamente projeta-se naquele objeto e inicia um processo de identificação e imitação interna dele. Mais tarde, esse autor acaba por expandir a sua ideia de projeção e imitação para a interação com outras pessoas, mas mantém a noção de fusão do observador com o objeto.

No âmbito mais específico da psicologia, foi Titchener2 quem trouxe a palavra “empatia”, a qual definiu como o “[...] processo de humanização dos objetos, de ler ou sentir-nos a nós próprios nesses objetos”.3

Tanto o conceito de Lipps como o de Titchener enfatizavam, nesse processo, os aspectos emocionais e a imersão do observador no encontro com o objeto. Essa foi a visão prevalente na psicologia da época.3 Esses conceitos coincidem, de certa forma, com o que alguns índios norte-americanos chamavam de “caminhar no moccasins do outro”,4 ou seja, experienciar o que o outro experiencia, sentir o que o outro sente.

Foi só mais tarde, com o trabalho do filósofo e psicólogo pragmático estadunidense George Mead,2 que foi introduzido no conceito de empatia uma dimensão cognitiva. Hoje, essa dimensão é contemplada em maior ou menor grau, na maioria das definições de empatia encontradas na literatura.5

Dessa forma, o termo “empatia” passou a englobar também a “habilidade de compreender” o outro no contexto em que ele se encontra. Houve uma separação entre o eu e o outro, o que quer dizer que há um observador externo que tenta compreender o outro, apesar de, temporariamente, conseguir colocar-se no lugar do observado.

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