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PAPEL DO PSICÓLOGO EM CONTEXTOS ODONTOLÓGICOS

Antonio Bento Alves de Moraes

Gustavo Sattolo Rolim

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar os principais problemas da odontologia em relação a sua interface com a psicologia;
  • discutir os princípios e as estratégias úteis ao psicólogo para lidar com pacientes odontológicos;
  • apresentar as variáveis pertinentes à odontologia, delimitando conceitualmente as mais relevantes e introduzindo pesquisas e reflexões que permitem planejamentos de estratégias para o manejo de comportamentos de pacientes;
  • descrever a atual produção do conhecimento na interface da psicologia com a odontologia;
  • reconhecer abordagens e estratégias que mostram evidências da ação do psicólogo que atua desde atendimentos clínicos particulares até em grupos interprofissionais da saúde.

Esquema conceitual

Introdução

A aplicação da psicologia à odontologia data de meados do século XX com estudos descritivos e clínicos no seu princípio e na atualidade, com a produção de pesquisas que utilizam delineamentos experimentais e aplicados. Muito foi produzido nessa interface, desde discussões teórico-conceituais sobre fenômenos como dor, medo, ansiedade, até o estabelecimento de estratégias que auxiliam o dentista em seu trabalho diário.

Grande parte do conhecimento aplicado psicológico, ou também denominado como ciências comportamentais aplicadas à odontologia, buscou avaliar e implementar estudos em sessões clínicas preparatórias, atendimento em curso e pós-operatórios. Esse tipo de pesquisa possibilitou a elaboração de protocolos de atendimento para crianças, jovens, adultos e idosos, sendo que em odontopediatria essas recomendações foram mais difundidas e sistematizadas.

Na história da odontologia, após o aparecimento do cirurgião-barbeiro, é possível encontrar manifestações de natureza tipicamente psicológica. Não é difícil reconhecer situações relacionadas aos problemas odontológicos que não envolvam histórias de sofrimento e punições. Em uma rápida busca em livros de história, ou até mesmo na internet, é possível observar que a grande maioria das imagens representam intranquilidade, preocupação, susto, sofrimento e terror.

No presente, a representação da odontologia mudou, os tratamentos tornaram-se mais eficazes, sendo realizados mais rapidamente, com maior conforto e cuidado. Na interface aplicada da psicologia com a odontologia, existe uma ampla variedade de procedimentos, porém ainda grande parte dos desafios clínicos não foram superados.

A importância do comportamento é um consenso na área aplicada, tanto para a resolução das patologias bucais, bem como na origem de alguns desses problemas. Muitos repertórios que atrapalham, atrasam ou impedem os atendimentos clínicos em odontologia são resultados da própria exposição do paciente às variáveis de cuidado e de aprendizagens sociais.

Psicólogo e dentista podem trabalhar na preparação do paciente, no estudo e na implementação de estratégias de manejo intrassessão e no pós-operatório odontológico. Além disso, devem lidar com os relatos que geraram sofrimento (e repertórios de não adesão) que a médio e longo prazos trarão resultados deletérios à saúde do indivíduo. Atualmente, a clínica psicológica tem fortalecido a pesquisa com pacientes fóbicos e ansiosos diante de contextos de atendimento odontológico, auxiliando na mudança comportamental necessária para a manutenção da saúde geral, em especial a bucal.

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