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PERDÃO INTERPESSOAL: CONTRIBUIÇÕES PARA A PSICOLOGIA CLÍNICA E DA SAÚDE

Vanessa Dordron de Pinho

Eliane Mary de Oliveira Falcone

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Introdução

O perdão interpessoal (PIperdão interpessoal) se refere à superação de adversidades que ocorrem no contexto relacional. Quando uma pessoa é ofendida ou lesada pelo comportamento de outra, emoções, cognições e ações negativas podem emergir em relação ao ofensor.

O perdão é uma das estratégias possíveis para superar a vivência aversiva e dolorosa desencadeada pela ofensa. Ao perdoar, o indivíduo desenvolve afetos, pensamentos e comportamentos mais positivos em relação àquele que lhe feriu. Esse tem sido um objeto de estudo de pesquisadores interessados na promoção da saúde mental.

Muitas pesquisas evidenciam os benefícios de perdoar.1,2 Dada sua relevância para a qualidade de vida e o bem-estar psicológico daquele que perdoa, diversos estudiosos se interessaram por investigar as variáveis que facilitam ou que obstruem o caminho do perdão. Uma variável central, já identificada por diversas pesquisas, é a empatia.3

Ofensas interpessoais são corriqueiras. A tarefa de superar a dor da mágoa é árdua e longa. Muitas pessoas optam pelo perdão após sofrerem por muito tempo os malefícios associados ao ressentimento. Por essa razão, intervenções sistemáticas têm sido desenvolvidas para promover o PIperdão interpessoal e resgatar a qualidade de vida daqueles prejudicados pela mágoa crônica.

Neste capítulo, o leitor será familiarizado com o tema do perdão no âmbito da psicologia. Serão revisados estudos que evidenciam os benefícios dessa estratégia para a saúde daquele que perdoa e indicados diversos fatores que facilitam ou dificultam o processo de perdoar. O leitor também identificará técnicas que poderão ser empregadas em sua prática clínica para ajudar os clientes que desejam manejar a mágoa, regular as emoções e alcançar o PIperdão interpessoal.

Este capítulo será de grande utilidade para os psicoterapeutas e profissionais da saúde mental, que poderão se valer dos conhecimentos aqui apresentados para psicoeducar seus clientes acerca dos benefícios e do processo do perdão. Além disso, eles serão capazes de colocar em prática os diferentes recursos terapêuticos delineados para favorecer o PIperdão interpessoal. Ainda que perdoar não seja uma meta terapêutica considerada por aquele que busca ajuda para lidar com a dor decorrente de uma lesão interpessoal, o leitor deste capítulo estará apto a planejar intervenções para o manejo da experiência emocional dolorosa associada ao não perdão.

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • contextualizar os estudos sobre o perdão no âmbito da psicologia;
  • conceituar PIperdão interpessoal e diferenciá-lo de construtos afins;
  • discutir a relevância do PIperdão interpessoal para a saúde mental;
  • identificar variáveis facilitadoras e dificultadoras do processo de perdoar;
  • empregar intervenções cognitivas para facilitar a promoção do PIperdão interpessoal no contexto clínico.

Esquema conceitual

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