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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL: UMA ABORDAGEM NA GESTÃO PÚBLICA DE SAÚDE

Autores: Adriana Lopes Elias, Núbya Rodrigues da Silva, Kássia Janara Veras Lima
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  • Introdução

Um dos grandes desafios para aqueles que atuam na gestão pública é desenvolver coletivamente um planejamento que contribua para melhorar a saúde da população de seu território, promover a adesão das equipes, atingir resultados e, assim, fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUSSistema Único de Saúde). Processos coletivos são complexos e precisam ser estrategicamente trabalhados.1

O pressuposto que orienta o planejamento normativo é o de que o gestor e a equipe gestora planejam e decidem, e os demais envolvidos no processo de trabalho em saúde executam. Essa forma de conceber o planejamento tem se mostrado ineficaz.1

No âmbito do SUSSistema Único de Saúde, o gestor terá mais sucesso se conseguir mobilizar e envolver todos os sujeitos inseridos na cadeia de produção do cuidado em saúde. Gerir o SUSSistema Único de Saúde é também a arte de trabalhar coletivamente, apesar das dificuldades e dos conflitos. Consideram-se como ações fundamentais:1

 

  • reconhecer a existência do conflito;
  • gerir o conflito;
  • construir consensos que permitam avanços na gestão.

É crescente a preocupação com a questão da mudança da máquina pública no intuito de torná-la não apenas eficiente, mas também eficaz e passível de controle social. Incorpora-se, então, a compreensão do processo de mudança da máquina pública como mudança social e, para tal, a necessidade de um enfoque político e estratégico. As organizações são compreendidas como arenas permanentes de negociação e conflito.2

A tomada de decisões é responsabilidade de quem governa, de quem conduz. Conforme Matus, planeja quem governa, quem tem a capacidade de decidir, de conduzir.2

O planejamento estratégico situacional (PESplanejamento estratégico situacional) surgiu em meados da década de 1970 como resultado da busca de uma ferramenta de suporte ao mesmo tempo científica e política para o trabalho cotidiano de dirigentes públicos e outros profissionais em situação de governo.3 Assim, o PESplanejamento estratégico situacional, no âmbito da saúde, está muito presente no trabalho das equipes de enfermagem, seja no SUSSistema Único de Saúde, na iniciativa privada ou no empreendedorismo do profissional liberal de enfermagem ao desenvolver atividades de maneira coordenada e sistemática em busca de resultados efetivos.

A pretensão das autoras na elaboração deste artigo é agregar a literatura e os autores da área do planejamento em saúde com a finalidade de fomentar a prática sistemática do planejamento em todos os níveis de atuação do profissional de enfermagem, especificamente o enfermeiro, seja atuando no campo da assistência, levando a reflexão sobre os desafios e potencialidades da sua rotina de trabalho ou planejando intervenções de forma estratégica com base na leitura da sua realidade ou na área da gestão da saúde pública, por meio da análise de problemas e de soluções que considerem os aspectos da análise de viabilidade e do desenho estratégico situacional.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • identificar a origem do planejamento em saúde utilizado na gestão da saúde pública no Brasil;
  • reconhecer os enfoques de planejamento em saúde relacionados à gestão pública;
  • distinguir o desenvolvimento do método PESplanejamento estratégico situacional e a importância do planejamento estratégico no âmbito da gestão de saúde pública.

 

  • Esquema conceitual
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