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PLIOMETRIA E FISIOTERAPIA: DA AVALIAÇÃO AO RETORNO AO ESPORTE

Iago Padovani

Karla Angélica Ferreira Ravazi

Paulo Von Groll

Filipe Abdalla dos Reis

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer a história, os conceitos e as características do exercício pliométrico;
  • identificar as potenciais melhorias dos exercícios pliométricos na recuperação físico-funcional;
  • reconhecer e selecionar e a melhor maneira de avaliação pliométrica para o paciente/atleta;
  • planejar o protocolo de treinamento pliométrico para alcançar o objetivo desejado;
  • determinar os critérios de uso da pliometria no retorno funcional após lesão.

Esquema conceitual

Introdução

Videoaula sobre o capítulo

Os gestos pliométricos, como correr, saltar e lançar, são muito antigos, mas o termo pliometria é relativamente novo, se comparado a outras modalidades que buscam o desempenho esportivo. Pode ser definida como um movimento rápido com pré-alongamento ou contramovimento que ativa o ciclo de alongamento-encurtamento (conhecido como CAE) do músculo,1 e esse feito gera aumento na facilitação do reflexo miotático e da dessensibilização dos órgãos tendinosos de Golgi (OTG).2

A pliometria melhora a coordenação intra e extra-articular, desenvolvendo, por meio dos exercícios, a força explosiva e a melhora da reatividade muscular do atleta em seus treinamentos e competições. Essa ação gera armazenamento de energia elástica, que é liberada durante a contração concêntrica na forma de energia cinética, transformando, assim, a força pura em força rápida.2

Os primeiros estudos pliométricos são datados dos anos 1960, pelos soviéticos Zatsiorsky e Verkhoshansky, porém, antes desse período, o professor Rodolfo Margaria demonstrou que a contração muscular concêntrica precedida de uma excêntrica gerava maiores níveis de força quando comparada a uma contração concêntrica isolada, o que seria conhecido como ciclo de alongamento-encurtamento (em inglês, stretch-shortening cycle).3–5

O primeiro relato da eficiência dos exercícios pliométricos se deu por meio do treinador norte-americano Fred Wilt, que incluiu os exercícios pliométricos na rotina de treinamento do atleta Valery Borzov visando ao desempenho. O velocista conseguiu um feito espetacular nas Olimpíadas de Munique, em 1972, com uma vitória subestimada.3

Após os vários estudos a respeito dos benefícios do uso da pliometria, entendeu-se que os exercícios pliométricos são fundamentais na busca por prevenir as lesões e, também, na recuperação funcional feita por fisioterapeutas.6

Para identificar as disfunções musculares e articulares e traçar um programa eficiente de recuperação funcional, é necessária uma avaliação da capacidade pliométrica, devido ao movimento pliométrico exigir uma interação complexa entre as habilidades físicas de força, potência, coordenação, estabilidade, controle, postura, entre outras.1

Nos esportes, situações pliométricas são resultantes da capacidade do atleta de realizar movimentos em alta intensidade, com ações de aceleração e desaceleração constantes.7 Nos esportes coletivos, citam-se os exemplos do basquete, do vôlei e do futebol, e, nos esportes individuais, o atletismo e o tênis.

Na atuação do fisioterapeuta desportivo, os exercícios são escolhidos de acordo com o objetivo do atleta e voltados para sua especificidade esportiva e sua capacidade de treinamento.8 A progressão de carga segue o princípio da capacidade versus demanda, isto é, a capacidade física do atleta deve ser maior que o esforço físico exigido durante a atividade; desse modo, é possível evoluir de forma significativa nos exercícios pliométricos, com baixo risco de lesão.8,9

Diante da vasta demanda de gestos pliométricos na atividade esportiva, da importância da recuperação funcional e em virtude da escassez de estudos relacionados à pliometria na área da fisioterapia, neste capítulo, serão abordados métodos de avaliação, manejo dos exercícios, seus cuidados e critérios de alta para que o fisioterapeuta esportivo tenha a capacidade de auxiliar na recuperação funcional do paciente e proporcionar melhora em suas capacidades físico-funcionais, possibilitando melhor qualidade de vida e saúde funcional.

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