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POLINEUROPATIAS

Autores: Ana Carolina Rodrigues Aguilar, Talyta Cortez Grippe
epub-BR-PROTERAPEUTICA-C7V4_Artigo3
  • Introdução

A polineuropatias são manifestações neurológicas muito prevalentes. Estima-se que sua prevalência seja de 1% na população geral e de 7% na população idosa.1 Entre os principais fatores, incluem-se:1

 

  • diabetes;
  • consumo de álcool;
  • exposição a metais pesados;
  • doenças cardiovasculares.

As causas das polineuropatias são diversas, mas a mais comum é o diabetes (32 a 34%), seguida por causas tóxicas (13 a 14%), inflamatórias/imunomediadas (9 a 13%) e hereditárias (5 e 6%). Entre as etiologias menos comuns, estão outras doenças sistêmicas (4 e 5%), metabólicas (4%) e nutricionais (3%).2

O padrão de acometimento das polineuropatias deve ser definido a partir do exame físico, que vai evidenciar um déficit motor com hiporreflexia e hipotonia e/ou déficit sensitivo em múltiplos territórios. A distribuição dos déficits é mais comumente comprimento-dependente, mas também acomete territórios mais proximais.3

É importante também verificar o tipo de fibra nervosa envolvida. As neuropatias periféricas podem ser sensitivas, motoras ou autonômicas. As manifestações sensitivas negativas são hipoalgesia e hipoestesia. Já as positivas são parestesia, disestesia, hiperpatia, hiperalgesia e alodinia.4

As neuropatias com disfunção de fibras grossas, que podem ser motoras ou sensitivas, cursam com perda da propriocepção, da sensibilidade vibratória ou do toque leve. Em geral, provocam fraqueza muscular com ou sem ataxia e manifestações sensitivas positivas, como formigamento.2

As manifestações sensitivas positivas ou negativas costumam indicar o comprometimento de fibras finas.2 Já as neuropatias com disfunção de fibras finas cursam com queimação nos pés e alteração da sensibilidade térmica e dolorosa.

O exame de eletroneuromiografia torna possível caracterizar a polineuropatia como axonal ou desmielinizante e define o acometimento motor, sensitivo e autonômico, este último a partir do uso de técnicas especiais.5

Antes de se iniciar a investigação etiológica da polineuropatia, é necessário conhecer também a evolução no tempo, definir se o acometimento foi agudo, subagudo ou crônico, além de pesquisar outro acometimento sistêmico a fim de explorar melhor as possíveis etiologias.2

A investigação complementar da polineuropatia se baseia nas causas mais prováveis a partir da análise do subtipo de polineuropatia e deve ser realizada enfocando primeiro as causas mais comuns e racionalmente incluindo os exames específicos para pesquisa de causas mais raras.6

O tratamento da polineuropatia visa estabilizar a progressão da doença. Na maioria dos casos, está voltado para o controle da condição causal sistêmica ou tóxica; no caso das etiologias autoimunes, pode-se lançar mão de medicações imunomoduladoras. O controle da dor neuropática, quando presente, é um ponto crucial do tratamento, sendo baseado em medicamentos sintomáticos essencialmente.

Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar as condições que podem ser definidas como polineuropatias;
  • realizar a anamnese direcionada para temporalidade e fatores de risco;
  • propor a investigação complementar baseada na etiologia mais provável;
  • avaliar os aspectos da terapia empírica e do controle da condição causal subjacente;
  • organizar uma proposta de acompanhamento a longo prazo.

 

  • Esquema conceitual
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