Entrar

TROMBOCITOPENIAS

Autores: Renato Cerqueira de Souza, Camila Simione Pinotti, Danielle Duarte Souza
epub-BR-PROTERAPEUTICA-C7V4_Artigo4
  • Introdução

As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos, anucleados, presentes no sangue e produzidos a partir de megacariócitos, que são células encontradas exclusivamente na medula óssea. Foram descritas pela primeira vez em 1860 por Zimmerman. Hayran e Zimmerman, 18 anos depois, descreveram o papel das plaquetas na coagulação.1–3

A vida média das plaquetas é de 8 a 10 dias. Cerca de dois terços das plaquetas se encontram no sangue periférico, e um terço está distribuído no baço em situações fisiológicas.4 Responsáveis pela hemostasia primária, são essenciais para a manutenção da integridade do endotélio vascular e controle da hemorragia da lesão de pequenos vasos, por meio da formação de pools plaquetários. As lesões mais extensas e o envolvimento de vasos sanguíneos maiores requerem, além das plaquetas, a participação do sistema de coagulação para a formação de um coágulo de fibrina firme e estável.5

A plaquetopenia ou a trombocitopenia são os termos utilizados quando ocorrem reduções da contagem plaquetária no sangue periférico. A trombocitopenia está relacionada ao aumento do risco hemorrágico. Entretanto, esse risco depende não só do número de plaquetas, como também de sua etiologia e da presença de outras doenças associadas.

A contagem normal de plaquetas no sangue varia entre 150.000 a 450.000/mm³ de sangue na maior parte da população.6 A trombocitopenia é classificada da seguinte forma:7

 

  • leve em contagens entre 70.000 e 150.000/mm³;
  • moderada em contagens entre 20.000 e 70.000/mm³;
  • grave em contagens menores de 20.000/mm³.

Os pacientes com níveis plaquetários maiores de 50.000/mm³ são, com frequência, assintomáticos e, quando as contagens de plaquetas estão entre 30.000 a 50.000/mm³, raramente apresentam púrpura, embora possam ter sangramento aumentado com traumas. As contagens entre 10.000 e 30.000/mm³ podem causar sangramento com trauma mínimo, e contagens inferiores a 10.000/mm³ aumentam o risco de sangramento espontâneo, petéquias e hematomas. O sangramento espontâneo (cutâneo, mucoso, intracraniano, gastrintestinal e geniturinário) é mais provável em pacientes com contagem de plaquetas menor de 5.000/mm³ e é considerado uma emergência hematológica.8

Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • classificar a trombocitopenia quanto ao mecanismo etiológico (produção, destruição, distribuição);
  • direcionar o raciocínio investigativo após a identificação do mecanismo etiológico;
  • definir a conduta nas situações de urgência/emergência;
  • evitar procedimentos desnecessários e iatrogênicos, prevenindo complicações;
  • propor o tratamento clínico inicial adequado a cada patologia.

 

  • Esquema conceitual
×
Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
Já tem uma conta? Faça login