Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever como se deu a construção das políticas públicas em saúde mental no Brasil;
- analisar a evolução contextualizada com as questões biopolíticas envolvidas no processo, assim como o impacto do estigma e do preconceito aos doentes mentais nessa construção;
- apontar de forma crítica sugestões para as políticas públicas em saúde mental no Brasil.
Esquema conceitual
Introdução
A Política, com convicções ideológicas suplantando as evidências técnico-cientificas, entremeou-se na assistência à saúde mental no Brasil por décadas, fazendo com que o bem-estar psíquico da população se tornasse joguete nas mãos dos grupos que detiveram o poder por 30 anos, atrasando o acesso da população a cuidados psiquiátricos respaldados cientificamente e a um atendimento hospitalar adequado por meio de políticas de Governo ao invés de políticas de Estado.
Houve a criação de uma massa de pessoas em sofrimento psíquico e adoecida, grande número de doentes mentais em situação de rua ou no sistema prisional, aumento da taxa de suicídio, além do expressivo incremento de afastamentos laborativos por causas psiquiátricas e uma rede de atendimento médico e psicossocial com anos de defasagem em relação às próprias portarias governamentais publicadas.
É de fundamental importância entender todo o processo histórico e o contexto político inserido, assim como o interesse nem sempre genuíno dos envolvidos nesse processo biopsicossocial.