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Prazer e sofrimento na gestão em enfermagem

José Luís Guedes dos Santos

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar as relações entre saúde, trabalho e processo de adoecimento dos trabalhadores;
  • descrever as dimensões e práticas que envolvem a atividade gerencial do enfermeiro;
  • descrever as fontes de prazer e sofrimento na prática gerencial do enfermeiro;
  • reconhecer as estratégias de enfrentamento no sofrimento e/ou estresse laboral.

Esquema conceitual

Introdução

O trabalho, a saúde e o adoecimento estão relacionados com a vida das pessoas de tal forma que a atividade laboral repercute na saúde física e mental dos indivíduos. Nesse sentido, o trabalho, que pode ser fonte de prazer, ao mesmo tempo implica sofrimento, em maior ou menor grau, e pode trazer prejuízos à saúde dos trabalhadores. No trabalho na área da saúde, isso não é diferente.1,2

O prazer no trabalho ocorre quando é permitido ao trabalhador desenvolver suas potencialidades, o que confere liberdade de criação e de expressão e favorece os laços cognitivos-técnicos com o resultado das atividades realizadas. Isso promove a satisfação do trabalhador por meio da conscientização de seu papel na organização em que trabalha e para a sociedade em que está inserido.3

O sofrimento acontece quando há uma falha na intermediação entre as expectativas do trabalhador e a realidade imposta pela organização e gerência do trabalho. Dessa forma, por um lado, o sofrimento opera como um mobilizador dos investimentos para a transformação da realidade, e essa possibilidade de modificar a realidade; por outro, proporciona prazer ao trabalhador.3

A relação prazer/sofrimento no trabalho do enfermeiro é uma questão explorada na literatura científica. No entanto, fatores de prazer e sofrimento relacionados ao exercício gerencial do enfermeiro ainda são escassos.1,2

Nesse contexto, pode-se citar que, desde os primórdios da instituição da enfermagem moderna, por Florence Nightingale, é enfatizada a importância da função gerencial do enfermeiro e do conhecimento de administração para a profissão.4

A dimensão gerencial é predominante na atuação do enfermeiro, pois é ele o responsável pela coordenação do trabalho dos demais profissionais de enfermagem, pelo planejamento e pela organização do trabalho, de forma a assegurar as condições adequadas à assistência prestada aos pacientes.4

No Brasil, as atividades gerenciais nos serviços de saúde foram legalmente atribuídas aos enfermeiros pela Lei do Exercício Profissional, ao estabelecer que cabe privativamente ao enfermeiro a direção, a chefia, o planejamento, a organização, a coordenação e a avaliação dos serviços de enfermagem das instituições públicas e privadas em qualquer esfera.1,5 Para o exercício de tais atribuições, são importantes competências relacionadas à tomada de decisão; à liderança; à gestão de conflitos; à comunicação; à tomada de decisão; ao planejamento; à organização.6

Assim, considerando que a gestão é uma atividade essencial e predominante na atuação do enfermeiro, que pode ser fonte de prazer e de sofrimento, torna-se relevante explorar aspectos geradores de prazer e sofrimento no exercício gerencial do enfermeiro. Ao final, apresentam-se, ainda, estratégias de enfrentamento a fim de amenizar o sofrimento e os fatores de estresse relacionados ao trabalho.

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