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PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO ÂMBITO HOSPITALAR

Joana de Oliveira Pantoja Freire

Graciele Oroski Paes

Christiany Moçali Gonzalez

epub-BR-PROENF-URG-C8V4_Artigo3

Introdução

A infecção hospitalar (IH) — atualmente chamada de infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) — é definida como qualquer infecção adquirida após 72 horas da internação do paciente. A manifestação dessa infecção ocorre o paciente está internado ou após a sua alta, quando puder ser relacionada à internação ou aos procedimentos realizados.1

As IRAS são as complicações mais frequentes e graves em pacientes hospitalizados e acarretam2

  • aumento no período de internação;
  • alta morbidade e mortalidade;
  • elevados custos hospitalares;
  • processos e indenizações judiciais.

A ocorrência de IRAS é considerada um evento adverso que reflete a qualidade da assistência prestada nos serviços de saúde. Por isso, a prevenção dessas infecções se tornou um desafio global para a segurança do paciente.2 Preocupada com essa situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou a Aliança Mundial para Segurança do Paciente, em 2004,3 com objetivo de organizar os conceitos e as definições sobre segurança do paciente e propor medidas capazes de reduzir os riscos e mitigar os eventos adversos.4

Como prioridade, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), em 2013, para todos os estabelecimentos de saúde do território nacional, sejam eles públicos ou privados. Essa ação teve como intuito geral contribuir para a qualificação do cuidado por meio de estratégias, normas e regulamentos que regem o funcionamento das instituições de saúde (condições básicas para seu funcionamento), com ações monitoradas por indicadores, protocolos e diretrizes clínicas.4

Os estudos mostram que as instituições de saúde que implementaram programas de prevenção e de controle de infecções obtiveram redução de até 70% das IRAS — por exemplo, a prevenção de infecção primária da corrente sanguínea (IPCS). Além disso, os resultados mostram que 20 a 30% das IRAS seriam preveníveis se os programas de controle tivessem sido implementados.5

O êxito do PNSP, de responsabilidade individual e coletiva, está diretamente relacionado ao envolvimento da equipe multiprofissional. O enfermeiro compõe a equipe de enfermagem, que faz parte da categoria profissional mais numerosa no ambiente hospitalar, e que permanece por mais tempo em contato com o paciente internado. Portanto, a natureza do seu trabalho se torna elemento fundamental para diagnóstico, controle e prevenção de IRAS e, consequentemente, redução de eventos adversos.

Para aumentar a segurança do paciente, é necessário que o enfermeiro se envolva nas práticas de controle e de prevenção de infecções. A falta de conscientização profissional é uma barreira para implementação de efetivos programas de controle e prevenção de IRAS, aumentando os riscos em torno do paciente que já se encontra vulnerável em virtude de sua condição de saúde.

Os serviços de urgência e emergência merecem uma atenção especial na prevenção de IRAS e na redução de risco ao paciente, uma vez que são locais que possuem um alto fluxo de pessoas. São a porta de entrada de pacientes que se encontram vulneráveis e suscetíveis a infecções, e que podem ser potenciais transmissores de patógenos.6

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • caracterizar os mecanismos de transmissão dos microrganismos no contexto hospitalar;
  • descrever os principais sítios de infecção e os procedimentos de risco para infecção;
  • identificar as principais IRAS e suas medidas de prevenção;
  • reconhecer a importância do controle de infecção e a inserção do enfermeiro nas ações de prevenção e controle de IRAS nos serviços de emergência e urgência.

Esquema conceitual

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