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PROFILAXIA DO TROMBOEMBOLISMO VENOSO EM PROCEDIMENTOS UROLÓGICOS

Marcelo Esteves Chaves Campos

epub-PROUROLOGIA-C3V1_Artigo1

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • definir o TEV;
  • explicar a fisiopatologia do TEV;
  • identificar os fatores de risco urológicos para o TEV;
  • descrever os tipos de tromboprofilaxia;
  • avaliar os modos de administração da tromboprofilaxia em procedimentos urológicos;
  • apresentar os procedimentos urológicos que se beneficiam da tromboprofilaxia e suas indicações.

Esquema conceitual

Introdução

Assim como em outras especialidades, o tromboembolismo venoso (TEV) representa uma condição potencialmente grave dentro da Urologia e inclui a trombose venosa profunda (TVP) e o tromboembolismo pulmonar (TEP). Por definição, a TVP é a formação de trombos venosos nos vasos pélvicos profundos ou nas extremidades inferiores.1 Em 50% dos eventos embólicos que atingem o pulmão, a origem dos trombos ocorre nas veias da porção proximal dos membros inferiores (MMII) e iliofemoral comum. Até 25% dos quadros de TEP são fatais.1 O TEV certamente é a maior causa evitável de mortalidade no pós-operatório de procedimentos urológicos.1,2

Ao longo de 50 anos, diversos estudos publicaram os benefícios da tromboprofilaxia na redução de complicações decorrentes do TEV.2 Evidências científicas demonstraram que a tromboprofilaxia farmacológica (TPF) diminui em aproximadamente 50% o risco de TEV em pacientes cirúrgicos.3 Entretanto, essa conduta também pode aumentar em cerca de 50% o risco de um sangramento grave no pós-operatório.3 Dessa forma, a tromboprofilaxia é a principal medida a ser adotada após os procedimentos urológicos, mas o modo de administração e o paciente que a receberá devem ser selecionados de forma cuidadosa.

Assim, apesar da eficácia comprovada da profilaxia do TEV, sua prescrição é bastante heterogênea no meio urológico. Patel e colaboradores descreveram que, no Reino Unido, 98% dos pacientes recebem TPF após prostatovesiculectomia radical, enquanto, nos EUA, essa taxa é de apenas 17,8%.4 Além disso, estimaram que 30% dos homens não recebem nenhum tipo de método preventivo para TEV.4 Essa grande variação provavelmente se deve à incerteza dos benefícios da tromboprofilaxia em relação aos eventos adversos a ela atribuídos.

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