- Introdução
Psiconeuroimunologia foi um termo cunhado em 1980 pelo Professor Robert Ader, da Universidade de Rochester, EUA, a partir da perspectiva psicossomática predominante na época. Postulava-se que todas as doenças seriam, em última análise, sujeitas à influência do cérebro e este seria o “sensor” e o “intérprete” dos ambientes físico e psicossocial, podendo regular ou modular o processo de adoecimento do corpo. Nesse contexto, o sistema imune teria um papel primordial nos mecanismos adaptativos e homeostáticos do sistema nervoso central (SNCsistema nervoso central).
A psiconeuroimunologia reconhece que os sistemas imune e neuroendócrino influenciam e são influenciados pelo comportamento. Portanto, é o campo da ciência que investiga as relações recíprocas entre o sistema nervoso, o sistema endócrino E o sistema imune, assim como as implicações dessas interações com as doenças somáticas e os transtornos psiquiátricos. A psiconeuroimunologia também se propõe a avaliar e a quantificar a interação entre a fisiologia e o comportamento do indivíduo.
Dada certa exaustão dos modelos fisiopatológicos atuais, com base em desequilíbrio de neurotransmissores como centrais nos transtornos psiquiátricos, o objetivo deste artigo é discutir as principais evidências de que as alterações imunes podem contribuir para a sua compreensão.
- Objetivos
Ao final do artigo, o leitor poderá:
- entender o papel do sistema imune na homeostase do organismo;
- reconhecer as evidências de influência do sistema imune sobre o comportamento humano;
- entender o envolvimento do sistema imune na fisiopatologia de transtornos psiquiátricos, como depressão maior, transtorno bipolar (TBtranstorno bipolar), esquizofrenia e transtorno obsessivo-compulsivo (TOCtranstorno obsessivo-compulsivo);
- reconhecer as perspectivas propedêuticas e terapêuticas de mecanismos imunes nos transtornos psiquiátricos.
- Esquema conceitual