Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever o passo a passo de uma consulta de puericultura sistematizada;
- executar uma consulta de puericultura sistematizada;
- identificar as habilidades de enfermagem capazes de fortalecer o plano de cuidados na puericultura;
- refletir sobre o papel do enfermeiro da Atenção Primária em Saúde (APS) na puericultura;
- identificar os principais aspectos envolvidos na puericultura.
Esquema conceitual
Neste capítulo, serão apresentados aspectos importantes relacionados à puericultura, uma atividade central no cenário materno-infantil e grande responsável pela promoção da saúde, pelo crescimento e pelo desenvolvimento das crianças no âmbito da APS.
A puericultura é a ciência que visa à proteção da criança contra agravos que possam estar interferindo no seu desenvolvimento físico e mental. Deve ser entendida como uma consulta de manutenção para a criança ter boa qualidade de vida, visando à promoção da saúde infantil.1
Apesar de ter sido implementada como uma prática médica, outros profissionais de saúde agregaram a consulta de puericultura em seu trabalho. Esse é o caso do enfermeiro, que desenvolve uma assistência sistematizada, tanto de forma coletiva como individualizada, de maneira a detectar eventuais problemas de saúde e, assim, implementar cuidados direcionados e avaliá-los.
A atuação do enfermeiro transcende a mera avaliação do crescimento e desenvolvimento da criança, devendo incluir também o enfoque nas orientações em saúde, a observação do vínculo entre o binômio mãe e filho e a identificação de agravos, permitindo agir imediatamente e tentando garantir saúde.1
Assim, as atividades na atenção primária devem incluir os seguintes aspectos:2
- a implementação de estratégias de prevenção de agravos;
- a promoção à saúde;
- as ações voltadas ao diagnóstico precoce;
- a prevenção de doenças crônicas;
- a assistência aos casos diagnosticados;
- a aptidão para o manejo das doenças comuns na infância, com atenção domiciliar, quando possível.
Nesse contexto, destaca-se a importância da equipe de saúde, que deve organizar o processo de trabalho, garantindo o monitoramento das crianças no seu território de abrangência, proporcionando a atenção integral à saúde da criança.2
Acolhimento voltado à família e à criança
A APS abriga a oportunidade muito valiosa de acompanhar as famílias ao longo do tempo. A maneira como é organizada a atenção à saúde permite tanto o reconhecimento de situações que precisam de intervenções dos profissionais como a aproximação entre as famílias das crianças e os profissionais da saúde.3
O acolhimento se destaca nesse cenário, devendo ser aplicado em todas as práticas de cuidado, por meio da recepção e da escuta atenta das pessoas. Essa tem sido uma prática construída nas relações entre o usuário e o profissional e tem proporcionado o vínculo essencial para implementação do cuidado efetivo.3
É essencial que o serviço receba a família e a criança de forma amigável, utilizando-se da escuta qualificada e prestando orientações acerca da importância da puericultura, a fim de estabelecer uma parceria entre a família, a criança e o enfermeiro.3
O cuidado deve ser centrado na família, uma vez que as famílias precisam de seus bebês e que estes precisam de suas famílias. Assim, é responsabilidade do serviço de saúde garantir a continuidade do cuidado a cada família, para que esta seja apoiada da forma mais segura, garantindo o acompanhamento da criança.4
Nesse sentido, os enfermeiros podem realizar o acolhimento das famílias com uma escuta qualificada, a fim de se inserirem no ambiente da família, avaliando suas condições sociais e econômicas e as de seu entorno. Outro elemento dessa abordagem deve incluir o desenvolvimento de ações educativas com a equipe multiprofissional que auxiliem na adesão das crianças às consultas.4
Anamnese
Para prestar uma assistência de enfermagem individualizada e de qualidade, é necessário que o enfermeiro e a equipe multiprofissional conheçam os aspectos gerais da vida de seus pacientes. No caso das crianças, esse fato não é diferente; contudo, algumas adaptações podem ser necessárias, tendo em vista suas peculiaridades desenvolvimentais e de comunicação.5
Para atender o público infantil, é necessário inicialmente compreender os seguintes aspectos:5
- condições de seu nascimento (tipo e local do parto, peso ao nascer, idade gestacional, índice de Apgar, intercorrências clínicas na gestação, no parto, no período neonatal e nos tratamentos realizados);
- antecedentes familiares (condições de saúde dos pais e dos irmãos, o número de gestações anteriores, o número de irmãos);
- vacinação (se está em dia ou atrasada e, se for o caso, os motivos do atraso);
- ambiente em que vive (casa própria ou alugada, de alvenaria, madeira ou sapê, se tem luz elétrica e acesso a saneamento básico);
- se houve alguma intercorrência desde a última consulta (queda, intoxicação ou doenças);
- cultura e modo de vida da família (religião, crenças e heranças culturais).
Para que a anamnese da criança seja bem-sucedida, deve ser direcionada para o(a) cuidador(a) principal, visto que é a pessoa de referência para oferecer as informações sobre o cotidiano da criança. Também é importante a solicitação da carteirinha da criança em todas as consultas para conferência de informações, preenchimento e avaliação dos gráficos de crescimento.5
Exame físico
O exame físico consiste no estudo de aspectos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais do indivíduo. Tais informações podem ser obtidas por meio da formulação de perguntas, da observação direta do paciente e da inspeção manual.5
O exame físico se efetiva pela realização de quatro técnicas:
- inspeção;
- ausculta;
- palpação;
- percussão.
Por meio da implementação dessas técnicas, é possível avaliar o estado geral da criança e detectar eventuais anormalidades, de maneira a subsidiar as intervenções de enfermagem necessárias para a melhora do quadro clínico.5
A seguir, nos Quadros 1 a 15, serão apresentados os roteiros do exame físico para o lactente e a criança na puericultura para avaliar, respectivamente, os seguintes aspectos:
- crânio;
- face;
- pescoço;
- sistema linfático;
- caixa torácica;
- abdome;
- coluna vertebral;
- quadril;
- membros superiores;
- membros inferiores;
- genitais masculinos;
- genitais femininos;
- pele e anexos;
- sinais vitais;
- antropometria.
QUADRO 1
CRÂNIO |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Tamanho, forma e simetria |
Observação. Verificar perímetro cefálico. |
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Fontanela bregmática |
Palpar as bordas da fontanela bregmática, na parte anterior do crânio. |
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Fontanela lambdoide |
Palpar as bordas da fontanela lambdoide, na parte posterior do crânio. |
O fechamento ocorre no final do segundo mês de vida. |
Suturas do crânio |
Palpar as suturas coronárias, sagital, lambdoide e frontal. |
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Rede venosa |
Inspecionar veias e artérias epicranianas em local de boa iluminação. |
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Superfície do couro cabeludo quanto à higiene e integridade |
Inspecionar e palpar o couro cabeludo. |
As alterações podem incluir: hematomas, tumores, bossas, afundamentos, pontos dolorosos, lesões, dermatite, seborreia, micoses, piodermites, parasitas, sujidades, crostas, distribuição de cabelos alterada/alopecia. |
// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
QUADRO 2
FACE |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Olhos (globos oculares): posição, simetria e movimento |
Estimular o movimento ocular para os lados, para cima e para baixo, utilizando o dedo ou algum objeto para avaliar a mobilidade. |
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Conjuntiva inferior |
Tracionar a pálpebra inferior para baixo, enquanto a criança olha para cima. |
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Esclera |
Observar a esclera. |
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Aparelho lacrimal |
Inspecionar e palpar o saco lacrimal. |
Alteração mais comum: obstrução dos ductos nasolacrimais, o que produz transbordamento de lágrima, podendo ser substituída por secreção mucopurulenta em consequência da proliferação de microrganismos no saco lacrimal. |
Íris |
Observar. |
A íris do recém-nascido pode aumentar de tamanho até os 10 meses de idade. |
Pupilas |
Usar uma lanterna de bolso para testar o reflexo fotomotor a uma distância de 25–30cm dos olhos. |
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Cílios |
Observar. |
Ausência ou presença de cílios, secreção e parasitas. |
Nariz |
Inspecionar o nariz externa e internamente com um espéculo nasal. |
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Bochechas |
Observar a simetria comparando as hemifaces. |
Simétricas ou assimétricas. |
Lábios |
Inspeção por observação. |
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Língua |
Solicitar à criança para abrir a boca e protruir a língua. Utilizar a espátula e a lanterna em crianças que não abrem a boca espontaneamente. |
Pode se apresentar: normal, alargada, microglossia, macroglossia, presença ou ausência de sulco mediano, geográfica, saburrosa, seca, lisa, escarlatina, monilíase oral, glossite, presença de aftas, feridas. |
Frênulo lingual |
Elevar a língua e, com os dedos indicadores, o examinador deve separar a língua do assoalho bucal. |
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Cavidade oral |
Utilizar a espátula e a lanterna para avaliar mucosa, palato, úvula, gengiva e dentes. |
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Dentes |
Observação direta da quantidade de dentes. |
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Ouvido |
Observar e colocar o espéculo do otoscópio na borda do meato, segurar firme o pavilhão da orelha. Em lactentes, tracionar a orelha para baixo e, em crianças maiores, tracionar a orelha para cima e para trás. |
Inserção da orelha, higiene do pavilhão auditivo, secreção, sensibilidade dolorosa, hiperemia, perfuração da membrana timpânica. |
// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
QUADRO 3
PESCOÇO |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Simetria, forma, mobilidade |
Inspecionar em todos os ângulos. Apoiar os ombros e movimentar a cabeça para frente e para trás. A mobilidade pode ser avaliada por meio da execução de movimentos de flexão, extensão, rotação e lateralidade. |
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Traqueia |
Palpar a linha mediana e descer em direção ao externo. No lactente, sustentar os ombros e inclinar a cabeça para trás. |
Percebe-se uma série de anéis cartilaginosos. |
Glândula tireoide |
O examinador deve colocar dois ou três dedos de cada mão de ambos os lados da traqueia, abaixo da cartilagem da tireoide. |
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// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
QUADRO 4
SISTEMA LINFÁTICO |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
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Como nem todas as áreas estão acessíveis, o examinador deve priorizar os acessíveis, que consistem primariamente em quatro grupo de linfonodos (Figura 1):
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// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
FIGURA1: Sistema linfático. // Fonte: Planejativo (2021).7
QUADRO 5
CAIXA TORÁCICA |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Forma do tórax |
Verificar por meio da inspeção a forma do tórax (Figuras 2A–C). |
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Simetria torácica |
Observar a simetria da caixa torácica. |
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Mamas e mamilos |
Verificar localização, simetria e número. Implantação dos mamilos. Observar o desenvolvimento mamário (Figura 3). |
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Pulmões e expansão torácica |
Verificar a expansibilidade dos pulmões por meio de observação. |
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Tipo respiratório |
Com a criança em decúbito dorsal, observar os movimentos respiratórios. |
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Ritmo respiratório |
Observar o ritmo respiratório. |
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Ausculta pulmonar |
Pontos de referência na caixa torácica para ausculta (Figura 4). |
Sons respiratórios normais
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Ruídos adventícios ou anormais
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Coração |
Na ausculta cardíaca, deve-se observar com atenção ritmo, intensidade, frequência cardíaca e bulhas normais e anormais. Sequência para ausculta: foco aórtico — segundo espaço intercostal direito, próximo ao esterno; foco pulmonar — segundo espaço intercostal esquerdo, próximo ao esterno; foco de Erb — terceiro espaço intercostal esquerdo, próximo ao esterno, onde se podem detectar sopros de origem tanto aórtica como pulmonar; foco tricúspide — quarto espaço intercostal esquerdo, próximo ao esterno para lactentes e quinto espaço para crianças maiores; foco mitral ou apical — quarto espaço intercostal esquerdo, na linha clavicular média até 7 anos e quinto espaço para crianças acima de 7 anos de idade. |
Existem duas bulhas normais.
Variações normais: B1 é mais grave do que B2 na base (áreas aórtica e pulmonar) e mais intensa do que B2 no ápice do coração (áreas mitral e tricúspide). |
// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
FIGURA2: Divisão do tórax em quadrantes e regiões. // Fonte: Adaptada de Simoes (2022).8
FIGURA3: Desenvolvimento mamário da pré-adolescência até os 16 anos. // Fonte: Silva e Felipe (2022).9
FIGURA4: Pontos de ausculta pulmonar. // Fonte: MedWay (2022).10
QUADRO 6
ABDOME |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Inspecionar o abdome |
Dividir mentalmente o abdome em quadrantes ou regiões (Figuras 5A e B).Observar higiene, simetria. |
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Umbigo |
Observar anormalidade. |
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Movimentos |
Observar os movimentos abdominais. |
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Ruídos adventícios |
A ausculta do abdome tem como objetivo avaliar os ruídos intestinais e detectar ruídos circulatórios normais. É recomendado auscultar o abdome, dividindo-o em quadrantes com duas linhas imaginárias — uma horizontal e outra vertical — que se cruzam na altura do umbigo. Iniciar a ausculta pela região umbilical e continuar em todos os quadrantes em sentido horário. |
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Sons abdominais |
A percussão do abdome é utilizada para obtenção das características e do tamanho das vísceras, além de conferir a presença de massas, líquidos ou gases. |
O som obtido na percussão pode ser:
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Tônus da parede abdominal, posição, mobilidade e consistência dos órgãos |
Para palpação abdominal, deixar a criança em decúbito dorsal. Há dois tipos de palpação: superficial (cerca de 1cm) e profunda, que tem o objetivo de detectar qualquer aumento de tamanho de um órgão ou alteração de suas características normais. |
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Baço |
É palpado colocando uma das mãos sob o dorso e a outra sobre o quadrante superior esquerdo do abdome. Palpa-se normalmente a ponta quando se inspira. |
No caso de lactentes, o baço pode estar palpável de 1 a 2cm abaixo do rebordo costal esquerdo. |
Fígado |
Ao realizar a manobra de palpação do fígado, deve-se solicitar à criança que inspire e expire. Ao expirar, deve-se introduzir os dedos e, a seguir, durante a inspiração, realizar movimentos suaves que facilitam a precisão do bordo hepático, o qual toca os dedos do examinador se estiver aumentado de tamanho. |
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// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
FIGURA5: Divisões do abdome: A) quadrantes do abdome; B) regiões do abdome. // Fonte: Adaptada de Simoes (2022);8 Universidade Federal de Santa Catarina (2022).11
QUADRO 7
COLUNA VERTEBRAL |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Curvatura e simetria |
O exame da coluna começa pela inspeção, com a criança despida. Os seguintes pontos de referência são importantes no exame da coluna vertebral: vértebra proeminente (sétima vértebra cervical); apófises espinhosas; pontas inferiores das escápulas; margens dorsais da crista ilíaca; depressão romboide de ponta voltada para baixo, localizada na região do sacro e das últimas vertebras lombares. |
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// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
QUADRO 8
QUADRIL |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Inspeção do quadril |
No caso do recém-nascido, promover a manobra de Ortolani, que consiste em manter os membros inferiores em flexão nos joelhos e quadris e em adução e rotação interna (Figura 6). |
Em caso de luxação ou subluxação, a cabeça do fêmur desliza sobre o bordo do acetábulo, provocando um estalo que pode ser percebido com os dedos colocados sobre o trocânter. |
Simetria |
Deitar a criança em posição dorsal, observado se as dobras da coxa estão simétricas. Em outra situação, deitar a criança em decúbito ventral, observando se as pregas glúteas e as poplíteas são simétricas. |
Em casos de alterações, o lado afetado estará mais elevado em relação ao outro. |
// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
FIGURA6: Manobra de Barlow e Manobra de Ortolani. // Fonte: Silveira (2020).12
QUADRO 9
MEMBROS SUPERIORES |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Mobilidade |
Observar os movimentos realizados pelas crianças. Se a criança responder a comandos, pedir que execute movimentos com o braço para frente e elevação para trás. |
Observar o grau de dificuldade dos movimentos e a limitação de movimentos. |
Simetria, integridade e higiene |
Observar a simetria por meio da comparação entre os membros. Inspecionar os espaços interdigitais. |
Podem ser encontrados casos de assimetria e higiene insatisfatória. |
Articulações |
Devem ser palpadas para pesquisa de edema, dor e calor. |
Esses sinais, assim como o eritema sobre as articulações, devem ser encaminhados para avaliação médica. |
// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
QUADRO 10
MEMBROS INFERIORES |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Mobilidade |
Pesquisar a mobilidade e a amplitude dos movimentos das articulações do pé, com flexão dorsal e plantar dos pés, seguida de supinação. |
Grau de dificuldade durante o procedimento. |
Forma |
Avaliar o formato (Figuras 7A–C). |
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Pés |
Avaliar a mobilidade dos pés, integridade e higiene, espaços interdigitais e número de artelhos (polidactilia). |
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// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
FIGURA7: Formato dos membros inferiores: membros inferiores normais, genuvaro e genuvalgo. // Fonte: Valente (2021).13
QUADRO 11
GENITAIS MASCULINOS |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Pênis |
Observar integridade, higiene, tamanho, coloração, prepúcio e glande. |
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Meato urinário |
Examinar o meato urinário, observando sua localização (Figura 8). |
Em geral, o meato urinário se situa ao centro da extremidade peniana (normospádia). De forma anormal, pode se localizar na face dorsal ou lateral (epispádia) ou na superfície ventral do pênis (hipospádia). |
Bolsa escrotal |
Observar e palpar a bolsa escrotal à procura dos testículos. |
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Orifício anal |
Observar higiene e integridade. |
Podem ser observados ausência do orifício anal em bebês, prolapso anorretal, fissura, incontinência fecal, dermatites, entre outros. |
// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
FIGURA8: Alterações do meato urinário masculino. // Fonte: Adaptada de Simoes (2022).8
QUADRO 12
GENITAIS FEMININOS |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Genitália externa |
Inspecionar na seguinte sequência: monte pubiano, grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, vestíbulo (orifício uretral e vaginal), glândulas de Bartholin e de Skene. |
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Períneo |
Inspecionar a região, observando integridade e higiene. |
Os achados mais comuns são as dermatites. |
Orifício anal |
Observar higiene e integridade. |
Podem ser observados ausência do orifício anal em bebês, prolapso anorretal, fissura, incontinência fecal, dermatites, entre outros. |
// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
QUADRO 13
PELE E ANEXOS |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Higiene, cor, integridade |
Inspecionar a pele como um todo, principalmente nas regiões posteriores. |
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Unhas |
Devem ser examinadas em local iluminado. |
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Pelos |
Inspecionar os pelos. |
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// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
QUADRO 14
SINAIS VITAIS |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Temperatura axilar |
Colocar o bulbo do termômetro em amplo contato com a pele, posicionando-o perpendicularmente à axila. O tempo médio para um termômetro fornecer a temperatura axilar é de 3 minutos. |
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Temperatura retal |
Separar as nádegas e introduzir o bulbo cerca de 2,5cm, no máximo, no reto. Manter o termômetro por 3 minutos. |
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Temperatura oral |
Colocar o termômetro sob a língua, posicionando seu bulbo na bolsa sublingual, pedir a criança que fique com os lábios fechados e aguardar 7 minutos. |
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Frequência respiratória |
Verificar a respiração com a criança calma (pode ser no colo da mãe) e antes dos outros sinais vitais por conta do choro. Observar e contar os movimentos respiratórios durante 1 minuto. |
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Frequência cardíaca |
Pode ser verificada por meio da palpação ou da ausculta. Por palpação: pode ser realizada nas artérias femoral, temporal e pediosa (mais utilizadas nos lactentes) e nas artérias braquial, radial, femoral, carótida, temporal, pediosa e poplítea (nas demais idades). Fazer a palpação utilizando no mínimo dois dedos para evitar a interferência do pulso do examinador. Contar no mínimo 60 segundos para lactentes e pré-escolares. Por ausculta: do pulso apical, realizada geralmente em lactentes pequenos em que a palpação é difícil. Auscultar durante 60 segundos e aquecer o estetoscópio antes do procedimento, pois o contato frio com a pele da criança estimula o choro, alterando os sinais vitais. |
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// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
QUADRO 15
ANTROPOMETRIA |
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O que examinar? |
Como examinar? |
Achados |
Perímetro cefálico |
Usar uma fita graduada e de material não extensível. Colocar a fita firmemente sobre os sulcos supraorbitários, acima das orelhas e sobre a proeminência máxima occipital. Ler a medida do encontro das duas partes da fita métrica. Fazer a curva do perímetro cefálico nos gráficos do Ministério da Saúde na carteirinha da criança (Figura 9). |
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Perímetro torácico |
Colocar a fita métrica sobreposta em torno da caixa torácica na linha mamilar. Quando o lactente apresentar ingurgitamento mamário ou a criança tiver acúmulo de tecido adiposo ou apresentar crescimento mamário, a medida deve ser feita na altura do apêndice xifoide. |
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Circunferência abdominal |
Usar uma fita graduada e de material não extensível e posicionar na linha da cicatriz umbilical. |
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Peso |
Manter o local de pesagem aquecido, fechar portas e janelas. Cobrir a balança com uma toalha descartável, tarar a balança, deixando-a na posição zero. Pesar lactentes nus e as crianças maiores com peças íntimas para respeitar a sua privacidade. Fazer a curva do peso nos gráficos do Ministério da Saúde na carteirinha da criança (Figura 10). |
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Comprimento |
Utilizar uma régua antropométrica para crianças de até 2 a 3 anos de idade. Até essa idade, medir a criança deitada. Posicionar a régua, colocando a cabeça na parte fixa e a parte móvel estendida até tocar o calcanhar da criança (Figura 11). Fazer a curva do comprimento nos gráficos do Ministério da Saúde na carteirinha da criança (Figura 12). |
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// Fonte: Adaptado de Bretas (2012).6
FIGURA9: Curva de perímetro cefálico. // Fonte: Adaptada de World Health Organization (2022);14 World Health Organization (2022);15 World Health Organization (2022).16
FIGURA10: Curva de peso. // Fonte: Adaptada de World Health Organization (2022);14 World Health Organization (2022);15 World Health Organization (2022).16
FIGURA11: Verificação do comprimento. // Fonte: e-Tec Brasil (2022).17
FIGURA12: Curva de comprimento/altura. // Fonte: Adaptada de World Health Organization (2022);14 World Health Organization (2022);15 World Health Organization (2022).16
ATIVIDADES
1. Qual é o nome dado para o achado de crânio anormalmente grande?
A) Microcefalia
B) Turricefalia
C) Anencefalia
D) Macrocefalia
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
A macrocefalia é o nome dado para crânios anormalmente grandes. Um exemplo de patologia que causa a macrocefalia é a hidrocefalia.
Resposta correta.
A macrocefalia é o nome dado para crânios anormalmente grandes. Um exemplo de patologia que causa a macrocefalia é a hidrocefalia.
A alternativa correta e a "D".
A macrocefalia é o nome dado para crânios anormalmente grandes. Um exemplo de patologia que causa a macrocefalia é a hidrocefalia.
2. Qual é o nome do achado clínico em que o meato uretral se localiza na superfície ventral do pênis?
A) Normospádia
B) Hipospádia
C) Epispádia
D) Ventrispádia
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".
Em geral, o meato urinário se situa ao centro da extremidade peniana (normospádia). Quando se localiza na superfície ventral do pênis, o quadro é chamado de hipospádia.
Resposta correta.
Em geral, o meato urinário se situa ao centro da extremidade peniana (normospádia). Quando se localiza na superfície ventral do pênis, o quadro é chamado de hipospádia.
A alternativa correta e a "B".
Em geral, o meato urinário se situa ao centro da extremidade peniana (normospádia). Quando se localiza na superfície ventral do pênis, o quadro é chamado de hipospádia.
3. Nos primeiros dias de vida, é esperado que o recém-nascido apresente uma perda de peso fisiológica. Qual é o valor máximo da perda de peso esperada nos primeiros dias de vida?
A) Até 2%
B) Até 5%
C) Até 10%
D) Até 15%
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".
Segundo os livros Manual de exame físico para as práticas de enfermagem em pediatria e Fundamentos de enfermagem pediátrica, a perda de peso média esperada é de até 10%.
Resposta correta.
Segundo os livros Manual de exame físico para as práticas de enfermagem em pediatria e Fundamentos de enfermagem pediátrica, a perda de peso média esperada é de até 10%.
A alternativa correta e a "C".
Segundo os livros Manual de exame físico para as práticas de enfermagem em pediatria e Fundamentos de enfermagem pediátrica, a perda de peso média esperada é de até 10%.
4. Para a aferição do perímetro torácico, qual é o ponto de referência para posicionar a fita métrica?
A) Linha clavicular
B) Linha escapular
C) Linha umbilical
D) Linha mamária
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
A linha mamária serve como norte para aferição do perímetro torácico, exceto quando o lactente apresentar ingurgitamento mamário ou a criança tiver acúmulo de tecido adiposo ou apresentar crescimento mamário. Nesses casos, a medida deve ser feita na altura do apêndice xifoide.
Resposta correta.
A linha mamária serve como norte para aferição do perímetro torácico, exceto quando o lactente apresentar ingurgitamento mamário ou a criança tiver acúmulo de tecido adiposo ou apresentar crescimento mamário. Nesses casos, a medida deve ser feita na altura do apêndice xifoide.
A alternativa correta e a "D".
A linha mamária serve como norte para aferição do perímetro torácico, exceto quando o lactente apresentar ingurgitamento mamário ou a criança tiver acúmulo de tecido adiposo ou apresentar crescimento mamário. Nesses casos, a medida deve ser feita na altura do apêndice xifoide.
5. Com relação à puericultura, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
É a ciência que visa à proteção do paciente contra agravos que possam estar interferindo em seu desenvolvimento físico e mental.
Deve organizar o processo de trabalho com o objetivo único de garantir o monitoramento das crianças no seu território de abrangência.
Deve ser entendida como uma consulta de manutenção para a criança ter boa qualidade de vida visando à promoção da saúde infantil.
Deve ser aplicada em todas as práticas de cuidado, por meio da recepção e da escuta atenta das pessoas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — F — V — F
B) F — V — F — V
C) F — F — V — V
D) V — V — F — F
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "A".
A segunda afirmativa é falsa porque a equipe de saúde deve organizar o processo de trabalho, garantindo o monitoramento das crianças no seu território de abrangência e proporcionando a atenção integral à saúde da criança. A quarta afirmativa é falsa porque é o acolhimento, e não a puericultura, que deve ser aplicado em todas as práticas de cuidado, por meio da recepção e da escuta atenta das pessoas.
Resposta correta.
A segunda afirmativa é falsa porque a equipe de saúde deve organizar o processo de trabalho, garantindo o monitoramento das crianças no seu território de abrangência e proporcionando a atenção integral à saúde da criança. A quarta afirmativa é falsa porque é o acolhimento, e não a puericultura, que deve ser aplicado em todas as práticas de cuidado, por meio da recepção e da escuta atenta das pessoas.
A alternativa correta e a "A".
A segunda afirmativa é falsa porque a equipe de saúde deve organizar o processo de trabalho, garantindo o monitoramento das crianças no seu território de abrangência e proporcionando a atenção integral à saúde da criança. A quarta afirmativa é falsa porque é o acolhimento, e não a puericultura, que deve ser aplicado em todas as práticas de cuidado, por meio da recepção e da escuta atenta das pessoas.
6. Leia as seguintes afirmativas sobre o acolhimento.
I. O cuidado deve ser centrado na família, uma vez que as famílias precisam dos seus bebês e estes precisam de suas famílias.
II. Consiste no estudo de aspectos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais do indivíduo.
III. Os enfermeiros podem realizar o acolhimento das famílias com uma escuta qualificada, a fim de se inserirem no ambiente da família, avaliando suas condições sociais e econômicas e as de seu entorno.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "B".
A segunda afirmativa é incorreta porque o exame físico, e não o acolhimento, consiste no estudo de aspectos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais do indivíduo. Essas informações podem ser obtidas por meio da formulação de perguntas, da observação direta do paciente e da inspeção manual.
Resposta correta.
A segunda afirmativa é incorreta porque o exame físico, e não o acolhimento, consiste no estudo de aspectos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais do indivíduo. Essas informações podem ser obtidas por meio da formulação de perguntas, da observação direta do paciente e da inspeção manual.
A alternativa correta e a "B".
A segunda afirmativa é incorreta porque o exame físico, e não o acolhimento, consiste no estudo de aspectos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais do indivíduo. Essas informações podem ser obtidas por meio da formulação de perguntas, da observação direta do paciente e da inspeção manual.
7. Na consulta de puericultura, como é chamado o achado de um crânio de lactente que apresenta fechamento precoce de suturas e fontanelas?
A) Turricefalia
B) Braquicefalia
C) Plagiocefalia
D) Craniossinostose
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "D".
A turricefalia é o crânio alongado; a braquicefalia corresponde ao aumento do diâmetro transverso; a plagiocefalia é o crânio saliente anteriormente de um lado e posteriormente do outro (pode ocorrer quando a criança dorme constantemente apenas de um lado); e a craniossinostose é o fechamento precoce de suturas e fontanelas.
Resposta correta.
A turricefalia é o crânio alongado; a braquicefalia corresponde ao aumento do diâmetro transverso; a plagiocefalia é o crânio saliente anteriormente de um lado e posteriormente do outro (pode ocorrer quando a criança dorme constantemente apenas de um lado); e a craniossinostose é o fechamento precoce de suturas e fontanelas.
A alternativa correta e a "D".
A turricefalia é o crânio alongado; a braquicefalia corresponde ao aumento do diâmetro transverso; a plagiocefalia é o crânio saliente anteriormente de um lado e posteriormente do outro (pode ocorrer quando a criança dorme constantemente apenas de um lado); e a craniossinostose é o fechamento precoce de suturas e fontanelas.
8. Durante a consulta de puericultura, qual é o nome que recebe o achado de distância entre os olhos aumentada?
A) Estrabismo
B) Pseudoestrabismo
C) Hipertelorismo
D) Enoftalmia
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta e a "C".
O estrabismo pode ser convergente ou divergente; no pseudoestrabismo, os olhos parecem alinhados, e o reflexo da luz é simétrico nos dois olhos, diferentemente do que ocorre no estrabismo verdadeiro; no hipertelorismo, a distância entre os olhos está aumentada; e na enoftalmia, o globo ocular está afundado.
Resposta correta.
O estrabismo pode ser convergente ou divergente; no pseudoestrabismo, os olhos parecem alinhados, e o reflexo da luz é simétrico nos dois olhos, diferentemente do que ocorre no estrabismo verdadeiro; no hipertelorismo, a distância entre os olhos está aumentada; e na enoftalmia, o globo ocular está afundado.
A alternativa correta e a "C".
O estrabismo pode ser convergente ou divergente; no pseudoestrabismo, os olhos parecem alinhados, e o reflexo da luz é simétrico nos dois olhos, diferentemente do que ocorre no estrabismo verdadeiro; no hipertelorismo, a distância entre os olhos está aumentada; e na enoftalmia, o globo ocular está afundado.