Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer a reabilitação cardiovascular (RCV) como uma estratégia de fundamental importância no tratamento de inúmeras doenças cardiovasculares (DCVs);
- identificar as principais indicações e contraindicações para realização da RCV;
- reconhecer as diferentes fases de um programa de RCV;
- identificar características e parâmetros de treinamento físico a serem considerados durante a prescrição do exercício na RCV.
Esquema conceitual

Introdução
As DCVs consistem na principal causa de morte no mundo, com aproximadamente 18 milhões de óbitos anuais. São também responsáveis pela elevada morbidade e incapacidade laboral1 e incluem uma variedade de alterações relacionadas ao sistema cardiocirculatório, tendo, como as mais prevalentes, a doença aterosclerótica coronariana (DAC) e as doenças cerebrovasculares.
Diversas estratégias de intervenção têm sido propostas no contexto da prevenção primária e secundária das DCVs, e os programas de reabilitação cardiovascular (RCV) adquiriram crescente importância como ferramenta terapêutica, tanto na prevenção quanto no tratamento de inúmeras dessas doenças.2
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a RCV é definida como um conjunto de atividades necessárias para assegurar às pessoas com DCV condições físicas, mentais e sociais ótimas, permitindo-lhes ocupar, pelos seus próprios meios, um lugar tão normal quanto seja possível na sociedade.3
Em geral, os programas de RCV têm, como principal estratégia terapêutica, a prática de exercícios físicos. Entretanto, a participação de uma equipe multidisciplinar tem sido um grande diferencial nesses programas, que, usualmente, contam com a participação de médicos (clínicos, cardiologistas e da área de medicina esportiva), fisioterapeutas, profissionais de educação física, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos e assistentes sociais.
De forma integrada, esses profissionais conseguem oferecer estratégias variadas de intervenção, como exercícios físicos, educação em saúde, terapia psicológica e orientação nutricional e farmacêutica, de forma a estimular o autocuidado, estabelecer hábitos de vida saudáveis, melhorar o controle do estresse, combater o tabagismo e outros fatores de risco, além de otimizar a recuperação funcional, social e profissional, proporcionando maior sobrevida e melhor qualidade de vida.4