Introdução
As fraturas da mão são extremamente comuns, ocorrendo com maior incidência em adolescentes e adultos jovens. São subdiagnosticadas e/ou desvalorizadas e podem apresentar limitação funcional importante, quando tratadas inadequadamente.
Uma boa conduta fisioterapêutica para o tratamento das fraturas inicia com o conhecimento anatômico e biomecânico da mão, seguido do entendimento da decisão clínica pela escolha de tratamento conservador ou cirúrgico, considerando-se o tipo de consolidação obtido, que pode ser primário ou secundário, as possíveis complicações, a cicatrização dos tecidos moles, bem como as expectativas da equipe e do paciente.1–3
Os principais objetivos da reabilitação das fraturas são1–3
- redução e controle do edema;
- redução e controle da dor;
- cuidados cicatriciais;
- manutenção e ganho de amplitude de movimento (ADMamplitude de movimento);
- ganho de força;
- retorno da função (principalmente).
As fraturas articulares apresentam maior edema e rigidez, principalmente as fraturas da articulação interfalangiana proximal (IFPinterfalangiana proximal). A presença do edema mantém a articulação metacarpofalangiana (MFmetacarpofalangiana) em extensão, posição de maior capacidade capsular. Na articulação IF proximal, a capacidade articular não varia; entretanto, o edema limita a expansibilidade da pele e, consequentemente, a flexão.4
LEMBRAR
A eficácia da reabilitação depende da relação entre a equipe multiprofissional e o paciente, o que inclui a comunicação entre médico e fisioterapeuta, a interação de paciente e fisioterapeuta, bem como a participação ativa do paciente.5
Em decorrência de sua anatomia, a disfunção da mão não está apenas no local da lesão ou fratura. Por exemplo, a presença de edema e limitação de amplitude articular pode aparecer no dedo adjacente à fratura em razão da imobilização inicial. A reabilitação, do mesmo modo, não pode ser focada, necessitando de um olhar global em busca da função total do segmento.5 A partir da caracterização da fratura e do tratamento escolhido, serão discutidos os métodos de avaliação do paciente e as formas de reabilitação para otimizar o ganho funcional.
Neste capítulo, serão discutidas as principais características anatômicas e funcionais das fraturas de metacarpos e falanges, associadas às possibilidades de tratamento conservador ou cirúrgico e reabilitação.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer as fases da cicatrização tecidual;
- identificar as características anatômicas das fraturas de metacarpos e falanges;
- reconhecer as etapas do diagnóstico das fraturas de metacarpos e falanges;
- identificar os elementos que compõem a avaliação fisioterapêutica das fraturas de metacarpos e falanges;
- reconhecer que a escolha do tratamento fisioterapêutico depende da característica da lesão, do tratamento escolhido, do perfil do paciente e da experiência do profissional;
- identificar as fases do tratamento das fraturas de metacarpos e falanges;
- indicar o tratamento mais adequado das fraturas de metacarpos e falanges.
Esquema conceitual