- Introdução
Atualmente, em todo o mundo, sobretudo nos países economicamente desenvolvidos, percebe-se uma mudança no perfil demográfico da população. A mortalidade infantil tem diminuído e, por sua vez, a expectativa de vida tem aumentado, assim como tem sido observada maior incidência de doenças crônicas em todas as faixas etárias.1
Ainda que as condições agudas venham ocorrendo proporcionalmente menos do que as doenças crônicas ou de evolução mais arrastada, muitos pacientes pediátricos necessitam de cuidados de emergência e intensivos. Esses pacientes são responsáveis por significativas taxas de morbidade e mortalidade.1
Os profissionais menos experientes podem ter mais dificuldade para reconhecer a exata gravidade da doença ou seu tempo de evolução, fatores capazes de contribuir para o atraso ou a inadequação das intervenções terapêuticas e, assim, determinar pior prognóstico. Todos os profissionais da área da saúde devem ser capacitados para identificar os sinais de gravidade clínica dos pacientes ou, no mínimo, detectar manifestações de risco para o desenvolvimento de situações mais graves.
A percepção dos riscos de morte, o reconhecimento imediato do diagnóstico e o manejo precoce de casos críticos parecem auxiliar a prevenir a piora do quadro, a evitar uma complicação grave e a otimizar as chances de recuperação do paciente.
O reconhecimento dos sinais de gravidade clínica é importante mesmo quando diz respeito a pacientes já hospitalizados. A atenção inadequada e os cuidados insuficientes influenciam a piora clínica, especialmente à noite e durante os finais de semana. Equipes pouco atentas ou sobrecarregadas de trabalho, unidades assistenciais superlotadas, bem como a cronicidade das enfermidades, interferem marcadamente na assistência aos pacientes graves.2
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar os sinais de gravidade clínica em crianças;
- distinguir os riscos de morte ou as situações que podem progredir para deterioração clínica do paciente pediátrico;
- reconhecer a importância do pronto diagnóstico e do manejo precoce de quadros graves.
- Esquema conceitual