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RISCO DE QUEDA: UM DESAFIO PARA a EQUIPE DE ENFERMAGEM

Ana Lucia Jezuino da Costa

Leila Marcia da Silva

epub-BR-PROTENF-C14V1_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • refletir sobre o processo de trabalho em saúde apontando para os desafios da gestão dos cuidados de enfermagem;
  • reconhecer a política pública de segurança do paciente e sua relação com a prática e a responsabilidade dos profissionais de enfermagem, dos gestores e dos usuários do sistema de saúde brasileiro;
  • revisitar as medidas de prevenção de quedas presentes à luz dos diagnósticos de enfermagem e da legislação do exercício profissional da enfermagem.

Esquema conceitual

Introdução

De acordo com a Lei 10741 de 01/10/2003, § 7º - ART 16, pacientes com mais de 60 anos, ao serem hospitalizados, devem ser acompanhados por familiar, cuidador ou amigos.1

Esse grupo de apoiadores do idoso no momento da hospitalização apresenta perfil diversificado, desde a faixa etária, a escolaridade e a formação profissional, mas, a priori, todos são leigos na área de saúde e, provavelmente, desconhecem as práticas profissionais e o espaço de trabalho em que seu familiar está internado.

Talvez esteja nessa mistura de saberes e fazeres a raiz do problema que suscitou a elaboração deste capítulo, o qual questiona a quem pertence a responsabilidade da prevenção de quedas em uma unidade hospitalar. A segurança do paciente tem sido foco de protocolos, capacitações, seminários e publicações, com vista a propor condutas que diminuam os riscos de quedas. Ainda assim, durante o trabalho em saúde, é comum observar práticas que se distanciam desse arcabouço.

Outra vertente importante abordada neste capítulo versa sobre o papel da enfermagem e dos acompanhantes no cuidado ao idoso hospitalizado. Observa-se que, durante o trabalho em saúde, existe a participação da família nos cuidados, o que pode extrapolar sua competência. Isso pode acontecer por várias questões que passam pela singularidade do desempenho profissional e de gestão, como relação insuficiente de profissional por leito, condições péssimas de trabalho, cumprimento mecânico das prescrições de enfermagem por falta de envolvimento da equipe na construção de estratégias para um cuidado sistematizado e efetivo, desalento com a profissão por conta da desvalorização do trabalho de técnicos e enfermeiros, intimidade em excesso entre profissionais de enfermagem e acompanhantes, confundindo os papéis de quem deve cuidar dentro de uma unidade hospitalar.

Este capítulo dialoga com a experiência vivenciada e o referencial teórico de segurança do paciente, busca informações sobre a responsabilidade dos atores que circulam no ambiente de internação, para ressignificar a prática dos técnicos em enfermagem, com base na singularidade de cada paciente idoso hospitalizado.

Para a sua elaboração, utilizou-se de pesquisa na Biblioteca Virtual em Saúde/Ministério da Saúde (MS) e nas publicações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com os descritores envelhecimento, eventos adversos (EAs) relacionados a quedas e Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE).

Associado à busca da literatura, o principal ponto de partida para discutir o tema foi a situação vivenciada pelas autoras deste capítulo durante a hospitalização de um familiar (anos 2015 e 2016), situação detalhada no caso clínico.

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