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Saúde do paratleta: interligando pesquisa científica e prática profissional

Larissa Santos Pinto Pinheiro

Renan Alves Resende

epub-PROFISIO-ESP-C13V2_Artigo2

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar os conceitos em epidemiologia de lesões e doenças em paratletas;
  • reconhecer as lesões e doenças mais comuns em paratletas;
  • descrever métodos de monitoramento e avaliação periódica em paratletas;
  • explicar os diferentes fatores do processo de avaliação periódica de saúde dos paratletas.

Esquema conceitual

Introdução

O crescimento do esporte paralímpico nas últimas décadas, tanto no número de atletas participantes quanto no nível competitivo, tem promovido uma maior exposição e, consequentemente, o aumento do risco de ocorrência de problemas de saúde.1 Tais problemas, que podem ser caracterizados como lesões e/ou doenças, podem estar relacionados às demandas esportivas e características individuais, como as deficiências dos paratletas. O conhecimento da epidemiologia de lesões e doenças permite à equipe de saúde estabelecer estratégias de intervenção e prevenção que possam ser eficazes para promover a saúde física e mental do paratleta e, por sua vez, fornecer uma base para a melhora do desempenho esportivo.

Compreender o problema de saúde sob uma perspectiva longitudinal, e não apenas durante um evento esportivo, tem se tornado um dos esforços dos centros de treinamento e pesquisa que trabalham com paratletas.2 Isso permite identificar problemas de saúde que podem ser subnotificados durante eventos esportivos, como, por exemplo, as lesões de início gradual. Além disso, esses esforços permitem a identificação precoce de lesões e/ou doenças que podem gerar maior restrição na participação esportiva. Algumas ferramentas que permitem e facilitam esse acompanhamento são de fácil aplicação, e sua utilização deve fazer parte da rotina de trabalho dos profissionais que atuam na equipe de saúde do esporte.

O monitoramento contínuo também deve ser considerado para as avaliações periódicas de saúde do paratleta, englobando as mais diferentes áreas, como avaliação clínica, neuromusculoesquelética, condicionamento cardiorrespiratório, estado nutricional e saúde mental e do sono. Paratletas demoram mais tempo para procurar por suporte da equipe de saúde e, quando lesionados, experimentam a perda de funcionalidade tanto no esporte quanto em suas vidas diárias.3 Assim, a avaliação periódica de saúde permite compreender a relação da ocorrência e da gravidade dos problemas de saúde com diferentes fatores, como deficiência de função muscular, sono ou do estado nutricional. Consequentemente, a equipe de saúde poderá traçar estratégias de prevenção e intervenção mais eficazes que impactem positivamente tanto no desempenho esportivo quanto nas atividades de vida diária (AVDs) do paratleta.

Definição de termos

Com o aumento do esporte paralímpico ao longo dos anos, as pesquisas científicas na área também estão se transformando gradativamente. Um grupo de pesquisadores, compostos por profissionais do comitê médico e do grupo de gerenciamento do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), publicou um consenso para uniformizar as nomenclaturas e definições durante a coleta, o registro e a interpretação de dados relativos à saúde do paratleta.4 O Quadro 1 apresenta algumas dessas definições.

Quadro 1

DEFINIÇÃO DE TERMOS FREQUENTEMENTE UTILIZADOS EM PARATLETAS

Paratleta

Termo do CPI para identificar um esportista com deficiência.

Atleta paralímpico

Refere-se especificamente a um paratleta que competiu em Jogos Paralímpicos.

Paradesporto

Esportes reconhecidos pelo CPI e praticados por indivíduos com deficiência.

CPI: Comitê Paralímpico Internacional. // Fonte: Adaptado de Derman e colaboradores (2021).4

Alguns termos comumente utilizados na área, como “atletas cadeirantes”, para identificar os atletas com lesão medular, não condizem com o contexto geral do paradesporto, visto que atletas com diferentes deficiências utilizam cadeiras de rodas para locomoção diária, sem necessariamente utilizá-las no esporte, ou, por outro lado, as utilizam apenas durante a prática esportiva.

Ao se pensar em prevenção dos problemas de saúde, os conceitos de lesão e doença precisam ser sistematizados, pois a partir dessa linguagem uniforme será possível interpretar os dados.5

De forma geral, a lesão é tida como dano tecidual ou outro distúrbio da função física normal em razão da participação em esportes, resultante da transferência rápida ou repetitiva de energia cinética; a doença é uma queixa ou distúrbio vivenciado por um atleta, não relacionado à lesão, incluindo problemas de saúde relacionados com o bem-estar físico, mental ou social.5

No âmbito do paradesporto, os problemas de saúde podem resultar diretamente ou indiretamente de participação em uma competição ou treinamento, como, por exemplo, um paratleta com lesão medular que desenvolve uma infecção urinária após uma viagem de longa distância para participar de uma competição. Nesse caso, a depender do objetivo do monitoramento dos problemas de saúde, o registro das informações pode ser limitado a lesões e doenças específicas do contexto esportivo ou de uma abrangência mais ampla.

Em epidemiologia, outros termos muito utilizados são os de prevalência, incidência, afastamento (do inglês time loss) e o impacto (do inglês burden) do problema de saúde. O Quadro 2 mostra o significado e alguns exemplos de cada um desses conceitos.

Quadro 2

DEFINIÇÃO DE TERMOS UTILIZADOS NA EPIDEMIOLOGIA DOS PROBLEMAS DE SAÚDE

Prevalência

  • Pontual: é uma proporção e refere-se ao número de casos existentes dividido pela população total em risco num determinado momento. Com medições seriadas, é possível reportar, por exemplo, a prevalência média ao longo da temporada.
  • Por período: amplia o conceito de um único ponto no tempo a uma janela de tempo. Refere-se à proporção de atletas que relataram a condição de interesse em qualquer momento durante esse período. Notavelmente, isto inclui pessoas que já tinham a doença no início do período de estudo, bem como aquelas que a adquiriram durante esse período. A prevalência é calculada com base no número de atletas com um problema de saúde. Exemplo: 25,5% dos atletas da paranatação apresentaram lesão durante a temporada esportiva de 2023.

Incidência

  • É uma taxa que se refere ao número de novas lesões/doenças na população, que se desenvolveram durante um período definido. A incidência se refere ao número de novos problemas de saúde. Exemplo: o paratletismo apresentou incidência de 7,8 lesões por 1000 atleta dias* durante os Jogos Paralímpicos de Tóquio.

Afastamento (time loss)

  • É o período durante o qual o atleta não consegue treinar/jogar devido ao problema de saúde. Exemplo: durante um training camp, um paratleta do atletismo relata dor devido a uma tendinopatia de tríceps sural. O paratleta conseguiu treinar integralmente no sábado, domingo e terça, mas faltou aos treinos de segunda e quarta. Dias de afastamento: 2 (dois).

Impacto (burden)

  • É utilizado para reportar a gravidade do problema de saúde e pode ser expresso através de medidas que combinam a sua frequência e consequência. Exemplo: durante a temporada esportiva de 2023, o para halterofilismo teve um impacto de 14,4 dias de afastamento por 1000 horas de exposição**.

*Para calcular a incidência em relação a esse período de exposição, o número total de lesões registradas durante um período é dividido pelo tempo total de exposição para esse período, e o resultado multiplicado por 1.000. **O cálculo do tempo de exposição/risco é feito da seguinte forma: número de atletas da equipe multiplicado pelo tempo de exposição do treinamento em toda a temporada, em horas.6 // Fonte: Adaptado de Bahr e colaboradores (2020).5

O problema de saúde pode4

  • estar diretamente relacionado ao esporte — por exemplo, jogadores colidindo em uma partida;
  • indiretamente relacionado ao esporte — por exemplo, atletas com lesão medular que devido à bexiga neurogênica estão mais predispostos a desenvolver infecção urinária durante viagens de longa distância para participar de competições;
  • resultar de atividades que não estão de forma alguma relacionadas à participação no esporte; por exemplo, um acidente automobilístico.

Tradicionalmente, as lesões eram classificadas como lesões agudas ou por overuse. Entretanto, o consenso para registro de dados epidemiológicos em paratletas recomenda a classificação do modo de apresentação em início repentino ou gradual. Isso porque termos como “agudo” e “overuse” têm sido utilizados de forma inconsistente na literatura científica.4,5

As lesões de início repentino são aquelas que resultam de um evento específico identificável (por exemplo, uma entorse após uma colisão entre atletas). Já as lesões de início gradual são aquelas que não tiveram um evento desencadeante possível de ser definido (por exemplo, uma tendinopatia por sobrecarga excessiva não adaptativa).4,5

É claro que as lesões podem ter elementos tanto de início repentino quanto de início gradual, como, por exemplo, uma fratura por estresse. Da mesma forma, as doenças podem estar associadas a um evento específico, por exemplo, uma intoxicação alimentar, ou podem envolver uma via progressiva, sem estar conectada a um evento específico, por exemplo, uma fadiga progressiva devido ao aumento da carga de treinamento.4,5

Tais definições são úteis não somente para o pesquisador que desenvolve estudos no paradesporto, mas também para o clínico. O fisioterapeuta esportivo que, a partir do registro dessas informações, consegue calcular e interpretar esses dados, terá uma tomada de decisão mais assertiva em sua prática clínica. Compreender as lesões de maior incidência ou que geram um grande impacto na prática esportiva do paratleta permite que o profissional direcione seus esforços e, consequentemente, tenha uma atuação mais eficaz.

ATIVIDADES

1. Assinale a alternativa correta sobre a definição e o uso dos termos prevalência e incidência.

A) A prevalência média de lesões do esporte para taekwondo foi de 15,7%.

B) Os paratletas do judô apresentaram incidência de 15 doenças por 1000 atleta-dias na última temporada esportiva.

C) A incidência se refere ao número de casos existentes dividido pela população total em risco durante a temporada esportiva.

D) A prevalência média pode ser calculada a partir de um único período no tempo durante a temporada esportiva.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


Enquanto a incidência se refere ao número de novos problemas de saúde que se desenvolveram durante um período definido, a prevalência é calculada com base no número de atletas com um problema de saúde. Logo, a alternativa C está incorreta. Não é correto afirmar “prevalência média de lesões”, como nas alternativas A e D, e, além disso, a prevalência média é calculada a partir de medições seriadas da prevalência pontual.

Resposta correta.


Enquanto a incidência se refere ao número de novos problemas de saúde que se desenvolveram durante um período definido, a prevalência é calculada com base no número de atletas com um problema de saúde. Logo, a alternativa C está incorreta. Não é correto afirmar “prevalência média de lesões”, como nas alternativas A e D, e, além disso, a prevalência média é calculada a partir de medições seriadas da prevalência pontual.

A alternativa correta é a "B".


Enquanto a incidência se refere ao número de novos problemas de saúde que se desenvolveram durante um período definido, a prevalência é calculada com base no número de atletas com um problema de saúde. Logo, a alternativa C está incorreta. Não é correto afirmar “prevalência média de lesões”, como nas alternativas A e D, e, além disso, a prevalência média é calculada a partir de medições seriadas da prevalência pontual.

2. Observe as afirmativas sobre lesões em paratletas.

I. Um ferimento no coto de um atleta com uma amputação transfemoral após um treino intenso pode ser classificada como uma lesão diretamente ligada à prática esportiva.

II. Um exemplo de lesão de início súbito seria um jogador de vôlei sentado que experimenta um aumento na dor no ombro devido à tendinopatia crônica do manguito rotador.

III. Time loss é o termo em inglês utilizado para designar o tempo de afastamento que o atleta experiencia devido à gravidade do problema de saúde.

IV. O infarto que ocorre em um paratleta durante o período de férias dos treinamentos e competições pode ser considerado um problema de saúde não relacionado à prática esportiva.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I, a II e a III.

B) Apenas a I, a III e a IV.

C) Apenas a II, a III e a IV.

D) A I, a II, a III e a IV.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


A afirmativa II está incorreta, pois as lesões com características crônicas, como as tendinopatias, são classificadas com uma apresentação de início gradual e não de início repentino ou súbito. Pode acontecer de as lesões se apresentarem mescladas, entre início gradual e súbito, quando, por exemplo, ocorre uma ruptura do tendão em uma tendinopatia crônica.

Resposta correta.


A afirmativa II está incorreta, pois as lesões com características crônicas, como as tendinopatias, são classificadas com uma apresentação de início gradual e não de início repentino ou súbito. Pode acontecer de as lesões se apresentarem mescladas, entre início gradual e súbito, quando, por exemplo, ocorre uma ruptura do tendão em uma tendinopatia crônica.

A alternativa correta é a "B".


A afirmativa II está incorreta, pois as lesões com características crônicas, como as tendinopatias, são classificadas com uma apresentação de início gradual e não de início repentino ou súbito. Pode acontecer de as lesões se apresentarem mescladas, entre início gradual e súbito, quando, por exemplo, ocorre uma ruptura do tendão em uma tendinopatia crônica.

Lesões e doenças em paratletas

Em geral, o ombro é a região do corpo mais frequentemente afetada por lesões em paratletas, principalmente em esportes como basquete e rúgbi em cadeira de rodas ou halterofilismo, o que pode ser explicado pelas maiores exigências dos membros superiores (MMSS) em suas atividades diárias e durante a prática esportiva. Já as lesões nos membros inferiores (MMII) são as mais comuns em paratletas que deambulam. As distensões, entorses e contusões também são o tipo de lesão mais comum nos paratletas.1

Entre os esportes de inverno, o esqui alpino paralímpico e o snowboard são as modalidades de maior taxa de incidência de lesões, enquanto que, entre os esportes de verão, o futebol de cegos é a modalidade com maior incidência de lesões.1

A Figura 1 representa as localizações corporais mais frequentemente afetadas por lesões em paratletas.

FIGURA 1: Paratletas que utilizam cadeira de rodas apresentam maior porcentagem de lesão em membros superiores. Paratletas que deambulam apresentam maior porcentagem de lesão em membros inferiores. // Fonte: Adaptada de Tuakli-Wosornu e colaboradores (2018).7

Os sistemas respiratório e gastrintestinal são os que apresentam a maior incidência de doenças em paratletas,8,9 sendo as infecções do trato respiratório as de maior impacto.

Fatores como falta de higienização no ambiente esportivo, interação entre os atletas (que pode aumentar o risco de contaminação) e, até mesmo, a deficiência dele (pode aumentar sua predisposição à ocorrência de problemas de saúde) podem estar relacionados a maior ocorrência de doenças respiratórias e gastrintestinais nesses paratletas.10

Além disso, atletas com deficiências neurológicas apresentam maior incidência de doenças quando comparados com atletas com deficiências musculoesqueléticas.10

Durante os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, a prevalência de atletas lesionados foi de 8% e a incidência de lesões foi de 5,8 lesões por 1000 atleta/dias, sendo o futebol de cegos, o taekwondo, o judô e o badminton as modalidades esportivas que tiveram a maior incidência. Além disso, as lesões de início súbito e lesões no ombro foram as mais comuns. Quanto às doenças, a incidência foi de 4,2 doenças por 1000 atleta/dias, com uma prevalência de 5,9% dos atletas reportando pelo menos uma doença. As modalidades com maiores incidências de doenças foram o tênis em cadeira de rodas, tiro e o badminton.9,11–13

Atletas do sexo feminino apresentaram (em Tóquio, 2020) maior incidência de doenças do que atletas do sexo masculino, bem como as doenças dermatológicas e respiratórias também foram as de maior incidência.

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 apresentaram as menores taxas de prevalência e incidência de problemas de saúde já reportados em Jogos Paralímpicos. Entretanto, a gravidade dos problemas de saúde durante essa competição, expressa pelo impacto (burden), foi maior do que a dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 (10,9 dias de afastamento por 1000 atletas/dias para lesões durante os Jogos de Tóquio 2020 contra 7,7 dias de afastamento por 1000 atleta/dias durante os Jogos Rio 2016; e 4,9 dias de afastamento por 1000 atletas/dias para doenças durante os jogos de Tóquio 2020 contra 3,9 dias de afastamento por 1000 atletas/dias durante os Jogos Rio 2016).9,11–13

Os números supracitados demonstram que a equipe de saúde esportiva deve focar seus esforços não apenas na redução das taxas de incidência e diminuição da proporção dos problemas de saúde, mas também da gravidade das lesões e doenças.9,11–13

Uma revisão sistemática, realizada pelo grupo de pesquisa composto pelos autores deste capítulo, e publicada no British Journal of Sports Medicine (BJSM), em 2021, identificou que a prevalência de lesões musculoesqueléticas em paratletas é de 40,8%, e a incidência é de 14,3 lesões por 1000 atleta/dias, com qualidade geral da evidência de muito baixa e baixa respectivamente.1

Na análise dos artigos incluídos nessa revisão, foi observado que a qualidade metodológica e o tamanho amostral do estudo podem influenciar nas estimativas de prevalência e incidência. Por isso, é importante:1

  • realizar uma coleta sistematizada de informações;
  • ter uma definição clara de lesão;
  • considerar as especificidades dos paratletas no registro de dados.

As medidas supracitadas contribuirão para a construção de um conhecimento mais consistente e robusto sobre lesões musculoesqueléticas em paratletas e, consequentemente, permitirão às equipes esportivas a elaboração de abordagens mais eficazes para minimizar a ocorrência de lesões no paradesporto.1

Na revisão do BJSM, a maioria dos estudos incluídos foram pesquisas realizadas durante eventos competitivos.8

Novos estudos longitudinais sobre a prevalência e a incidência de problemas de saúde no paradesporto têm sido publicados. Um exemplo foi a pesquisa envolvendo três modalidades esportivas (halterofilismo, paratletismo e paranatação), realizada também pelo grupo de pesquisa do Centro de Referência Paralímpico Brasileiro (CRPB) da Universidade Federal de Minas Gerais e publicada em 2023 no Disability and Health Journal, que demonstrou uma prevalência média semanal de 40,6% e incidência de 12,7 problemas de saúde por 1000 atleta/horas durante 24 semanas.8

O para halterofilismo foi a modalidade esportiva com a maior prevalência de problemas de saúde no estudo supracitado, sejam lesões ou doenças. Isso pode ser explicado pelo alto volume de treinamento com cargas pesadas e pela característica repetitiva do gesto esportivo nessa modalidade, o supino (Figura 2).8

FIGURA 2: Paratleta do halterofilismo realizando sua prova. // Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro (2023).14

Na pesquisa realizada no CRPB, da UFMG, a maioria dos atletas do para halterofilismo tinha algum tipo de deficiência neurológica (por exemplo, lesão medular, mielomeningocele e pós-poliomielite), e, como dito anteriormente, atletas com deficiência neurológica estão mais propensos à ocorrência de doenças. Consequentemente, esse fator contribui para explicar a maior prevalência de problemas de saúde no para halterofilismo.8

Ainda de acordo com o estudo realizado no CRPB, a paranatação teve a menor prevalência de lesões, o que pode ser explicado pelo menor volume de treinamento semanal dessa modalidade, quando comparada às outras. Além disso, o paratletismo teve a menor prevalência de doenças, visto que a maioria dos atletas dessa modalidade era composta por atletas com deficiência visual.8

Esses resultados refletem que os problemas de saúde em paratletas também estão relacionados às suas respectivas deficiências. Por isso, é importante coletar informações como o tipo de deficiência, a modalidade praticada e o equipamento adaptativo utilizado nas atividades diárias e na prática esportiva.

Por fim, diferentemente do acompanhamento dos problemas de saúde realizado durante eventos competitivos, as pesquisas que realizam o monitoramento longitudinal dos paratletas identificaram que as lesões de início gradual apresentam maior incidência do que as lesões de início repentino, inclusive com maior tempo de afastamento.8,15,16 Por essa razão, o clínico deve realizar o monitoramento periódico e sistematizado da equipe em que trabalha para conhecer suas particularidades e, consequentemente, direcionar as ações preventivas.

ATIVIDADES

3. De acordo com os resultados da revisão sistemática publicada por Pinheiro e colaboradores em 2021 sobre prevalência e incidência de lesões musculoesqueléticas em paratletas, o que pode influenciar o resultado dessas estimativas?

Confira aqui a resposta

A revisão sistemática publicada por Pinheiro e colaboradores no BJSM demonstrou que o tamanho amostral e a qualidade metodológica dos estudos podem influenciar as estimativas de prevalência e incidência de lesões em paratletas. Assim, os autores sugerem que os estudos devem apresentar uma definição clara de lesão, usar métodos padronizados de coleta de dados, incluindo informações demográficas dos paratletas, para melhorar a qualidade dos dados epidemiológicos de lesões no paradesporto.

Resposta correta.


A revisão sistemática publicada por Pinheiro e colaboradores no BJSM demonstrou que o tamanho amostral e a qualidade metodológica dos estudos podem influenciar as estimativas de prevalência e incidência de lesões em paratletas. Assim, os autores sugerem que os estudos devem apresentar uma definição clara de lesão, usar métodos padronizados de coleta de dados, incluindo informações demográficas dos paratletas, para melhorar a qualidade dos dados epidemiológicos de lesões no paradesporto.

A revisão sistemática publicada por Pinheiro e colaboradores no BJSM demonstrou que o tamanho amostral e a qualidade metodológica dos estudos podem influenciar as estimativas de prevalência e incidência de lesões em paratletas. Assim, os autores sugerem que os estudos devem apresentar uma definição clara de lesão, usar métodos padronizados de coleta de dados, incluindo informações demográficas dos paratletas, para melhorar a qualidade dos dados epidemiológicos de lesões no paradesporto.

4. Sobre as lesões e as doenças em paratletas, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

O ambiente esportivo não contribui para a ocorrência de problemas de saúde em paratletas.

Os membros inferiores são a região mais frequentemente afetada em paratletas seguida das lesões na região do ombro.

As entorses e contusões são lesões comuns em paratletas.

Doenças respiratórias apresentam alta taxa de incidência em paratletas.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) F — V — V — V

B) F — V — F — V

C) F — F — V — V

D) F — F — F — V

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A ocorrência de problemas de saúde em paratletas pode estar ligada tanto aos fatores contextuais extrínsecos (p. ex., falta de higienização do ambiente esportivo) quanto aos fatores intrínsecos (p. ex., a própria deficiência do atleta). Assim, atletas que não deambulam apresentam maior incidência de lesões em ombro, enquanto atletas que deambulam apresentam maior incidência de lesões nos membros inferiores. As lesões de tecido mole são as mais comuns em paratletas, o que inclui entorses e contusões, e as doenças do trato respiratório e gastrintestinal são as de maior taxa de incidência.

Resposta correta.


A ocorrência de problemas de saúde em paratletas pode estar ligada tanto aos fatores contextuais extrínsecos (p. ex., falta de higienização do ambiente esportivo) quanto aos fatores intrínsecos (p. ex., a própria deficiência do atleta). Assim, atletas que não deambulam apresentam maior incidência de lesões em ombro, enquanto atletas que deambulam apresentam maior incidência de lesões nos membros inferiores. As lesões de tecido mole são as mais comuns em paratletas, o que inclui entorses e contusões, e as doenças do trato respiratório e gastrintestinal são as de maior taxa de incidência.

A alternativa correta é a "C".


A ocorrência de problemas de saúde em paratletas pode estar ligada tanto aos fatores contextuais extrínsecos (p. ex., falta de higienização do ambiente esportivo) quanto aos fatores intrínsecos (p. ex., a própria deficiência do atleta). Assim, atletas que não deambulam apresentam maior incidência de lesões em ombro, enquanto atletas que deambulam apresentam maior incidência de lesões nos membros inferiores. As lesões de tecido mole são as mais comuns em paratletas, o que inclui entorses e contusões, e as doenças do trato respiratório e gastrintestinal são as de maior taxa de incidência.

Monitoramento das lesões e doenças em paratletas

Os estudos longitudinais, que realizam o monitoramento dos paratletas ao longo de toda a temporada esportiva, permitem que a equipe de saúde compreenda lesões e doenças ao longo de cada etapa da temporada.1,8,15–17

As lesões de início repentino são as que possuem maior incidência em paratletas durante eventos competitivos, ao contrário do que sugerem os resultados de estudos longitudinais mais recentes, os quais apontam que as lesões de início gradual apresentam maior incidência.18

A discrepância nos números relativos à incidência pode estar relacionada ao fato de as lesões de início gradual serem frequentemente subnotificadas durante eventos e competições esportivas, uma vez que algumas definições de lesão ainda são baseadas no afastamento da participação do atleta de treinos ou competições ou na necessidade de atendimento médico. Esse tipo de abordagem dificulta a detecção de lesões que têm início insidioso e, muitas vezes, gravidade de leve a moderada, como as lesões de início gradual.18

O monitoramento periódico pode ser capaz de capturar um maior número de problemas de saúde e, principalmente, identificar lesões menos graves, além de monitorar mudanças a longo prazo na frequência e nas circunstâncias da lesão.18

A utilização de questionários que permitam acompanhar a ocorrência de problemas de saúde contribui tanto para a caracterização de lesões e doenças quanto para identificar os mecanismos de ocorrência da lesão e seus fatores associados.19 No contexto do paradesporto, diversos fatores relacionados à deficiência dos paratletas devem ser considerados na coleta de dados. Um exemplo esquemático é o da Figura 3, que representa as categorias dos equipamentos adaptativos utilizados pelos paratletas.

AVDs: atividades da vida diária; MMSS: membros superiores; MMII: membros inferiores.

FIGURA 3: Representação esquemática da categorização dos dispositivos de auxílio à mobilidade para vigilância de lesões e doenças no paradesporto. // Fonte: Adaptada de Derman e colaboradores (2021).4

No paradesporto, há uma necessidade de flexibilidade relativa à coleta de dados, a fim de se adaptar ao contexto específico e às diferenças populacionais. Por exemplo, a utilização de ferramentas de autorrelato pode ser especialmente benéfica, pois essas ferramentas aumentam a autonomia de saúde para pessoas com deficiência devido às oportunidades mais acessíveis para comunicar parâmetros de saúde.4

Ferramentas digitais para coleta de dados devem ser adaptadas para atletas com deficiência visual (p. ex., com utilização de sintetizadores de voz). Para atletas com deficiência intelectual, é importante utilizar métodos de coleta de dados que contenham terminologia de fácil compreensão.4

Questionário para Problemas de Saúde no Esporte

Algumas pesquisas sobre a epidemiologia dos problemas relacionados à saúde em paratletas têm utilizado uma ferramenta de registro amplamente conhecida, o Questionário para Problemas de Saúde no Esporte do Oslo Sports Trauma Research Center (OSTRC-H), já traduzido e com adaptação transcultural para a versão brasileira e que pode ser aplicado por meio de plataformas on-line.16,17,20,21 Esse questionário permite aos pesquisadores obter informações sobre todos os tipos de problemas de saúde, incluindo lesões e doenças.22

O OSTRC-H contém quatro principais perguntas sobre as consequências que a lesão ou doença provocou na participação esportiva, no volume de treinamento, no desempenho esportivo e a intensidade dos sintomas que o paratleta relatou, referente à semana anterior.21

Caso o atleta responda que teve uma participação completa, sem redução no volume de treinamento, ou no desempenho esportivo, e sem sintomas, o questionário é finalizado naquela semana. Se algum problema de saúde for relatado, solicita-se ao atleta que ele indique se o problema foi uma lesão ou doença, bem como a localização anatômica (para lesões) e os principais sintomas (para doenças). Um atleta que teve vários problemas de saúde em uma semana responde às quatro perguntas-chave para cada problema de saúde vivenciado.21

Com base na resposta a cada pergunta do OSTRC-H, a gravidade semanal do problema de saúde de cada paratleta é calculada, com a pontuação variando entre 0 (zero) a 100 (cem), sendo que quanto maior a pontuação pior o resultado do paratleta, ou seja, maior a gravidade do problema de saúde apresentado.21

A Figura 4 apresenta quatro perguntas-chave do questionário OSTRC-H.

FIGURA 4: Versão atualizada das quatro perguntas-chave do questionário OSTRC-H (adaptado). // Fonte: Adaptado de Clarsen e colaboradores (2020).19

Para o cálculo da gravidade do problema de saúde, atribui-se um valor numérico de 0 a 25 às respostas das quatro questões mostradas acima. Esses valores são somados para se obter uma pontuação de 0 a 100. Os valores das respostas são alocados de forma que 0 represente nenhum problema e 25 represente o nível máximo para cada questão. Assim, os valores das respostas intermediárias foram escolhidos com objetivo de manter uma distribuição o mais uniforme possível, de 0 a 25, utilizando números inteiros. Portanto, cada item da questão (letras “a”, “b”, “c” e “d”) recebe a pontuação de 0-8-17-25, respectivamente.19

Como é possível observar na instrução inicial do OSTRC-H, é importante que todos os atletas da equipe respondam às perguntas, mesmo aqueles que não apresentaram problema de saúde referente aos últimos sete dias.

A partir da resposta semanal do questionário, é possível calcular a prevalência e a incidência e entender o impacto de cada problema de saúde ao longo da temporada esportiva.

Dessa forma, a equipe de saúde é capaz de avaliar e implementar estratégias de prevenção e tratamento dos problemas de saúde com maior incidência e/ou de maior gravidade que contribuem para período extenso de afastamento do paratleta.

ATIVIDADES

5. Qual a importância de se realizar um monitoramento dos problemas de saúde de forma longitudinal com paratletas?

Confira aqui a resposta

O acompanhamento longitudinal permite ao pesquisador ou ao fisioterapeuta esportivo compreender as variações dos problemas de saúde ao longo de toda a temporada esportiva. Além disso, esse monitoramento frequente contribui para que as lesões menos severas e as lesões de início gradual sejam capturadas com maior frequência, visto que, muitas vezes, elas não são percebidas pelo fato de o atleta não buscar atendimento médico ou por não gerarem o afastamento completo do treinamento ou competição.

Resposta correta.


O acompanhamento longitudinal permite ao pesquisador ou ao fisioterapeuta esportivo compreender as variações dos problemas de saúde ao longo de toda a temporada esportiva. Além disso, esse monitoramento frequente contribui para que as lesões menos severas e as lesões de início gradual sejam capturadas com maior frequência, visto que, muitas vezes, elas não são percebidas pelo fato de o atleta não buscar atendimento médico ou por não gerarem o afastamento completo do treinamento ou competição.

O acompanhamento longitudinal permite ao pesquisador ou ao fisioterapeuta esportivo compreender as variações dos problemas de saúde ao longo de toda a temporada esportiva. Além disso, esse monitoramento frequente contribui para que as lesões menos severas e as lesões de início gradual sejam capturadas com maior frequência, visto que, muitas vezes, elas não são percebidas pelo fato de o atleta não buscar atendimento médico ou por não gerarem o afastamento completo do treinamento ou competição.

6. Sobre o OSTRC-H, assinale a alternativa correta.

A) Trata-se de um questionário para monitoramento dos problemas de saúde amplamente conhecido, mas que ainda não teve sua adaptação para versão brasileira.

B) Contém quatro perguntas-chave sobre os problemas de saúde relatados pelos paratletas: a respeito do momento em que ocorreu a lesão ou doença, se houve redução no volume de treinamento ou no desempenho esportivo e sobre a intensidade dos sintomas.

C) Pode ser utilizado semanalmente e se refere aos problemas de saúde relatados pelo paratleta nos últimos 7 dias.

D) Não apresenta pontuação para determinar a gravidade do problema de saúde.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


O questionário OSTRC-H, já traduzido e adaptado para a versão brasileira, permite obter informações sobre os problemas de saúde, sejam eles lesões ou doenças. Suas quatro perguntas principais são a respeito das consequências que o problema de saúde pode provocar na participação esportiva, no volume de treinamento, no desempenho esportivo e a intensidade dos sintomas, referente à semana anterior, podendo ser aplicado semanalmente. Cada resposta apresenta uma pontuação que define a gravidade semanal do problema de saúde de cada paratleta.

Resposta correta.


O questionário OSTRC-H, já traduzido e adaptado para a versão brasileira, permite obter informações sobre os problemas de saúde, sejam eles lesões ou doenças. Suas quatro perguntas principais são a respeito das consequências que o problema de saúde pode provocar na participação esportiva, no volume de treinamento, no desempenho esportivo e a intensidade dos sintomas, referente à semana anterior, podendo ser aplicado semanalmente. Cada resposta apresenta uma pontuação que define a gravidade semanal do problema de saúde de cada paratleta.

A alternativa correta é a "C".


O questionário OSTRC-H, já traduzido e adaptado para a versão brasileira, permite obter informações sobre os problemas de saúde, sejam eles lesões ou doenças. Suas quatro perguntas principais são a respeito das consequências que o problema de saúde pode provocar na participação esportiva, no volume de treinamento, no desempenho esportivo e a intensidade dos sintomas, referente à semana anterior, podendo ser aplicado semanalmente. Cada resposta apresenta uma pontuação que define a gravidade semanal do problema de saúde de cada paratleta.

Avaliação periódica de saúde em paratletas

No paratleta, a deficiência em si pode ter comorbidades associadas que se apresentam no ambiente esportivo, mas não são consequência direta da participação esportiva. Embora essa informação seja valiosa para o planejamento dos cuidados de saúde, precisa ser considerada um fator de confusão.4

A natureza da deficiência do paratleta também pode resultar em uma mudança no estado básico de saúde ao longo do tempo, o que pode resultar em diferentes níveis de risco de lesão ou doença. Por exemplo, um atleta com amputação bilateral dos MMII e que pratica o ciclismo adaptado pode utilizar do treino aeróbico como forma de redução da dor fantasma, sintoma muito comum em pessoas com amputação. No entanto, essa prática pode aumentar o risco de esse atleta desenvolver dor no ombro.4

A realização da avaliação periódica de saúde do paratleta permite ao clínico conhecer a linha de base do estado de saúde e de funcionalidade, percebendo as alterações que ocorrerem ao longo do tempo, que podem estar relacionadas ou não com a deficiência.4

O Comitê Olímpico Internacional estabeleceu um consenso sobre a avaliação periódica de saúde do atleta de elite. Essa avaliação também se faz necessária com o paratleta, com os mesmos objetivos, ou seja, para que o profissional da equipe de saúde esportiva compreenda a condição de saúde do paratleta e os riscos de futuras lesões e doenças, além do fato da avaliação periódica servir como ferramenta de monitoramento contínuo de saúde.23

As especificidades do paradesporto, como a gama de perfis de paratletas que utilizam equipamentos próprios para competir e os diferentes níveis de classificação funcional, também devem ser considerados durante a avaliação periódica de saúde desses atletas. Tais fatores aumentam a complexidade de estratégias projetadas para reduzir o risco de lesões e doenças.23

Ao avaliar as particularidades do paradesporto, a equipe de saúde do esporte terá ferramentas para implementação de abordagens mais individualizadas e diferenciadas para tratar e prevenir a ocorrência de problemas de saúde em paratletas.23

A diversidade nos tipos de deficiência do paradesporto pode ser reunida, de forma pragmática, em quatro grandes grupos de deficiência para fins da avaliação periódica em saúde:4

  • intelectual;
  • musculoesquelética;
  • neurológica;
  • visual.

A Figura 5 exemplifica as categorias nesses grupos.

EM: esclerose múltipla; AVC: acidente vascular cerebral; TC: traumatismo craniano; DM: distrofia muscular; DNM: doença do neurônio motor; ADM: amplitude de movimento. Classificação das deficiências elegíveis do CPI.1Deficiência de força muscular; 2deficiência de ADM passiva; 3deficiência de membros; 4deficiência de comprimento de membros; 5baixa estatura; 6hipertonia, ataxia e atetose; 7deficiência visual; 8deficiência intelectual.

FIGURA 5: Representação esquemática da categorização diagnóstica sugerida e da relação com deficiências elegíveis do Comitê Paralímpico Internacional (CPI). // Fonte: Adaptada de Derman e colaboradores (2021).4

Áreas da avaliação

A avaliação periódica do paratleta deve englobar as diferentes áreas de saúde do esporte, tais como24–27

  • avaliação clínica;
  • cardiorrespiratória;
  • neuromusculoesquelética;
  • estado nutricional;
  • saúde mental e do sono;
  • concussão;
  • particularidades da mulher paratleta.

Com a coleta dessas informações, é possível identificar quais interações podem estar contribuindo para a ocorrência de problemas de saúde nos paratletas. Por exemplo, um estudo publicado pelo grupo de pesquisa dos autores deste capítulo, no Physical Therapy Journal, em 2022, demonstrou que a maior frequência de insônia e de despertares noturnos e a pior qualidade do sono foram associados a maior gravidade dos problemas de saúde em paratletas brasileiros.28

Compreender a relação dos diferentes aspectos de saúde permite a equipe esportiva abordar a totalidade do paratleta e analisar a ocorrência de problemas de saúde em sua complexidade.

A Figura 6 exemplifica aspectos que poderiam ser considerados na avaliação periódica de saúde do paratleta por parte da equipe de saúde do esporte.

FIGURA 6: Exemplificação da avaliação periódica de saúde em atletas com deficiência intelectual, musculoesquelética, neurológica e visual. // Fonte: Arquivo de imagem dos autores.

Especificamente quanto ao papel do fisioterapeuta esportivo nessa avaliação, um estudo qualitativo sobre as percepções de atletas paralímpicos a respeito das lesões relacionadas ao esporte, seus fatores de risco e as possibilidades de prevenção, demonstrou que, muitas vezes, a lesão ocorre devido ao próprio comportamento do atleta, visto que optam por continuar treinando mesmo com dores ou lesões. Além disso, esses atletas têm a percepção de que a diminuição do treino, devido a esses fatores, gera a sensação de fracasso e culpa e, por isso, demoram mais tempo para procurar por suporte da equipe de saúde.3

Dessa forma, o fisioterapeuta esportivo, a partir da avaliação periódica realizada, poderia identificar precocemente e intervir em tempo hábil em alterações neuromusculoesqueléticas que poderiam dificultar ou impossibilitar a participação esportiva do paratleta, prejudicando seu desempenho, ou, até mesmo, diminuindo sua funcionalidade também nas AVDs.

Tanto o monitoramento das lesões e doenças, de forma longitudinal, quanto a avaliação periódica permitem que o fisioterapeuta esportivo acompanhe a evolução temporal do estado de saúde do paratleta.29,30

Tipos de avaliação

Uma avaliação completa e robusta deve ser considerada na pré-participação esportiva, sendo esse momento o início da temporada de treinamento, ou quando a pessoa com deficiência inicia a prática esportiva.29,30

A avaliação completa permite o conhecimento de uma linha de base do paratleta, traçando o seu perfil de funcionalidade.29,30

As avaliações no início, meio e ao final da temporada não conseguem fornecer uma descrição completa da condição do paratleta, pois se referem apenas a momentos específicos ao longo do tempo.29,30

A realização da avaliação de parâmetros globais do paratleta, simples e rápida, e que, portanto, possa ser realizada com maior periodicidade, por exemplo, todos os dias ou no início e ao final de cada semana de treinamento, é uma das estratégias que o fisioterapeuta esportivo deve adotar em sua prática clínica, pois além de serem de fácil implementação também permitem obter informações sobre o comportamento global do paratleta.29,30 Alguns exemplos da avaliação de parâmetros globais seria o desempenho do atleta ao realizar o salto vertical, em atletas com uma demanda prioritária de MMII, ou o desempenho no arremesso de medicine ball, em atletas com demanda prioritária em MMSS.

Especificidades do paradesporto

No paradesporto, as especificidades são das mais diversas ordens, o que dificulta estabelecer valores normativos para se entender o comportamento de fatores biomecânicos.29,30

Utilizar o próprio atleta como parâmetro de comparação, com avaliações periódicas, traz dados relevantes para entender as próprias flutuações do estado de saúde geral do paratleta ao longo da temporada esportiva.29,30

As avaliações periódicas e o entendimento dessas flutuações do estado de saúde do paratelta permitem que o fisioterapeuta. esportivo detecte as regularidades e analise o momento no qual o paratleta possa estar mais susceptível à ocorrência de lesão, permitindo assim uma atuação preventiva. Além disso, o fisioterapeuta pode identificar, ao longo do tempo, as variáveis que se assemelham, ou seja, de todos os dados coletados, quais parâmetros que variam de forma sistemática ao longo da temporada. Assim, não seria necessária uma avaliação extensiva e sim a escolha de testes que possam capturar uma informação global, facilitando sua execução na prática diária do profissional.29,30

Ao longo da avaliação, o fisioterapeuta esportivo deve ser capaz de identificar as características do paratleta que possam ser facilitadoras ou barreiras para a prática esportiva, considerando as características de sua deficiência e identificando as especificidades da modalidade esportiva praticada.31

Considerando que o ombro é a região corporal mais frequentemente afetada em paratletas que não deambulam, alguns aspectos de estrutura e função do corpo devem ser avaliados. Estudos apontam que a amplitude de movimento do ombro, principalmente de rotação medial e lateral, pode contribuir com a ocorrência de lesão em algumas modalidades esportivas de atletas que realizam atividades com os MMSS acima da cabeça.31

Exemplos dessas modalidades no esporte paralímpico são o basquete, esgrima, rúgbi e tênis em cadeira de rodas.

Atletas de modalidades como o basquete, esgrima, rúgbi e tênis, quando se queixam de dor no ombro, apresentam fraqueza dos músculos da cintura escapular, o que parece contribuir para maiores níveis de ativação compensatória desses músculos e para alterações dos movimentos da cintura escapular durante atividades que envolvem elevação de MMSS.32

Além da demanda esportiva, os paratletas das modalidades supracitadas também podem utilizar a cadeira de rodas para sua locomoção, e a protração escapular, que ocorre repetitivamente durante a propulsão na cadeira, pode contribuir para mudança da relação comprimento-tensão da musculatura da cintura escapular e assim contribuir para o desenvolvimento de desequilíbrios musculares (p. ex., entre os músculos peitorais e romboides).33

O fisioterapeuta deve ser capaz de associar as deficiências identificadas na avaliação com as alterações dos movimentos observados, para então definir um plano de intervenção adequado, seja no aspecto preventivo ou de reabilitação.

Caso haja fatores possíveis de modificação do ambiente, dos dispositivos de auxílio do paratleta e do próprio treinamento esportivo, que tenham relação com as alterações observadas, esses também devem ser considerados e discutidos com a equipe de saúde esportiva.

As Figuras 7A–D exemplificam alguns testes que podem ser realizados de acordo com o exemplo anterior.

FIGURA 7: AD) Testes de avaliação física do paratleta. A, avaliação da amplitude de movimento de rotação medial do ombro com inclinômetro; B, avaliação da amplitude de movimento de rotação lateral do ombro com inclinômetro; C, avaliação da flexibilidade de peitoral menor com fita métrica; D, avaliação de força da musculatura com dinamômetro escapular. // Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Testes funcionais

Testes funcionais também são amplamente utilizados na avaliação fisioterapêutica de paratletas, embora poucos tenham sido validados e tido suas propriedades de medida testadas especificamente para essa população. Um exemplo é o arremesso de medicine ball, já mencionado anteriormente, que pode ser utilizado para avaliar parâmetros globais de desempenho do paratleta. Variações desse teste incluem o seated medicine ball throw e o arremesso unilateral.34

A Figura 8 ilustra o teste realizado na própria cadeira de rodas, conforme descrito por alguns autores.34

FIGURA 8: Teste de arremesso de medicine ball. // Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

O arremesso de medicine ball apresenta correlação com testes específicos para atletas de basquete em cadeira de rodas, como os testes de sprint de 5 e 20 metros e o teste de agilidade em zigue-zague, com e sem bola. Ademais, ele também se correlaciona com o pico de torque dos músculos abdutores e adutores de ombro, assim como com a força isométrica máxima dos flexores e extensores de tronco. Portanto, é um teste simples e de fácil aplicação, útil para estimar o desempenho e a força em paratletas de basquete em cadeira de rodas.34

Durante a avaliação, o fisioterapeuta deve priorizar testes padronizados e utilizados em paratletas, como o Yoyo test para avaliar a resistência e o L test para agilidade, ambos utilizados em atletas com amputação nos MMII.35

Caso não seja possível utilizar testes já validados, a escolha de testes alternativos, como o sistema de pontuação de erros em cadeiras de rodas Wheelchair Error Scoring System (WESS), para avaliar o equilíbrio em atletas com lesão medular pode ser considerada uma alternativa clínica.36 As Figuras 9A–C ilustram a realização desse teste.

FIGURA 9: Posicionamento e posturas no sistema de pontuação de erros em cadeira de rodas (WESS- Wheelchair Error Scoring System). A) Sentado em superfície firme. B) Sentado no disco de equilíbrio (superfície instável). C) Cadeira de rodas empinada. // Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Assim, a avaliação periódica de saúde do paratleta apresenta desafios únicos, porém é uma ferramenta valiosa para monitorar, identificar potenciais riscos e minimizar as barreiras para o bom desempenho esportivo.

ATIVIDADES

7. Qual o propósito da avaliação periódica de saúde do paratleta?

Confira aqui a resposta

A avaliação periódica de saúde do paratleta permite uma compreensão por parte da equipe de saúde esportiva, do estado de saúde do paratleta com os potenciais riscos para a ocorrência de lesões ou doenças, e a identificação de possíveis barreiras para o seu desempenho esportivo. Realizada de forma seriada, em vários momentos ao longo da temporada, essa avaliação também contribuirá para estabelecer as flutuações do estado de saúde do paratleta, podendo ser identificado momentos de maior susceptibilidade à ocorrência de problemas de saúde.

Resposta correta.


A avaliação periódica de saúde do paratleta permite uma compreensão por parte da equipe de saúde esportiva, do estado de saúde do paratleta com os potenciais riscos para a ocorrência de lesões ou doenças, e a identificação de possíveis barreiras para o seu desempenho esportivo. Realizada de forma seriada, em vários momentos ao longo da temporada, essa avaliação também contribuirá para estabelecer as flutuações do estado de saúde do paratleta, podendo ser identificado momentos de maior susceptibilidade à ocorrência de problemas de saúde.

A avaliação periódica de saúde do paratleta permite uma compreensão por parte da equipe de saúde esportiva, do estado de saúde do paratleta com os potenciais riscos para a ocorrência de lesões ou doenças, e a identificação de possíveis barreiras para o seu desempenho esportivo. Realizada de forma seriada, em vários momentos ao longo da temporada, essa avaliação também contribuirá para estabelecer as flutuações do estado de saúde do paratleta, podendo ser identificado momentos de maior susceptibilidade à ocorrência de problemas de saúde.

8. Imagine que você é o fisioterapeuta de uma equipe de vôlei sentado. Ao longo da temporada esportiva anterior, 47% dos atletas apresentaram uma lesão, sendo que 27% deles apresentou dor lombar. Além disso, a equipe apresentou uma incidência de 9,8 lesões de ombro por 1000 atleta/dias, com um impacto de 12 dias de afastamento por 1000 horas de exposição contra uma incidência de cinco lesões em coluna lombar por 1000 atleta/dias e um impacto de 7 dias de afastamento por 1000 horas de exposição. Qual a interpretação desses dados?

Confira aqui a resposta

Apesar da alta prevalência de atletas com lombalgia nessa equipe, a incidência de lesões em ombro e o impacto gerado por esse tipo de lesão foi maior do que o da dor lombar. Ambas as condições de saúde devem ser levadas em consideração durante o monitoramento e o planejamento de ações preventivas para essa equipe, considerando suas particularidades.

Resposta correta.


Apesar da alta prevalência de atletas com lombalgia nessa equipe, a incidência de lesões em ombro e o impacto gerado por esse tipo de lesão foi maior do que o da dor lombar. Ambas as condições de saúde devem ser levadas em consideração durante o monitoramento e o planejamento de ações preventivas para essa equipe, considerando suas particularidades.

Apesar da alta prevalência de atletas com lombalgia nessa equipe, a incidência de lesões em ombro e o impacto gerado por esse tipo de lesão foi maior do que o da dor lombar. Ambas as condições de saúde devem ser levadas em consideração durante o monitoramento e o planejamento de ações preventivas para essa equipe, considerando suas particularidades.

Paratleta de halterofilismo, sexo feminino, 35 anos de idade, pratica a modalidade há sete anos e iniciará a temporada esportiva em 15 dias. Apresenta amputação transfemoral bilateral dos MMII devido à acidente automobilístico aos 22 anos de idade. Utiliza cadeira de rodas para locomoção e apresentou dor de intensidade moderada (escala visual analógica 6/10) no ombro direito, região da cabeça longa do bíceps e peitoral durante as atividades esportivas ao final da última temporada.

ATIVIDADES

9. Quais das características apresentadas podem contribuir para a queixa da paratleta? De qual maneira? .

Confira aqui a resposta

A amputação transfemoral tibial com consequente utilização de cadeira de rodas para locomoção aumentam o risco de lesão dos MMSS da paratleta devido à alta demanda para realizar suas AVDs, como a própria propulsão e transferências da cadeira para outras superfícies. Além disso, a modalidade esportiva praticada pela paratleta também contribui para o risco de lesão no ombro, considerando as altas cargas de treinamento e do gesto esportivo, o supino, que exige exclusivamente dos MMSS, com pouca dissipação de energia ao longo da cadeia cinética.

Resposta correta.


A amputação transfemoral tibial com consequente utilização de cadeira de rodas para locomoção aumentam o risco de lesão dos MMSS da paratleta devido à alta demanda para realizar suas AVDs, como a própria propulsão e transferências da cadeira para outras superfícies. Além disso, a modalidade esportiva praticada pela paratleta também contribui para o risco de lesão no ombro, considerando as altas cargas de treinamento e do gesto esportivo, o supino, que exige exclusivamente dos MMSS, com pouca dissipação de energia ao longo da cadeia cinética.

A amputação transfemoral tibial com consequente utilização de cadeira de rodas para locomoção aumentam o risco de lesão dos MMSS da paratleta devido à alta demanda para realizar suas AVDs, como a própria propulsão e transferências da cadeira para outras superfícies. Além disso, a modalidade esportiva praticada pela paratleta também contribui para o risco de lesão no ombro, considerando as altas cargas de treinamento e do gesto esportivo, o supino, que exige exclusivamente dos MMSS, com pouca dissipação de energia ao longo da cadeia cinética.

10. Como você conduziria o processo de avaliação dessa paratleta? .

Confira aqui a resposta

O processo de avaliação iniciaria com a anamnese da paratleta, investigando as questões relacionadas à queixa principal e história (que engloba localização, início, intensidade, frequência e comportamento dos sintomas). Identificar e analisar os movimentos que pioram ou aliviam o padrão de dor, sejam da cintura escapular, complexo do ombro, regiões cervical e torácica, e análise do gesto esportivo ou movimentos globais em que a paratleta relatou dor e/ou limitações funcionais durante a anamnese. A partir das alterações locais e não locais observadas, o fisioterapeuta deve escolher os parâmetros a serem avaliados, que incluem aspectos da mobilidade articular (p. ex., amplitude de movimento de rotação medial e lateral do ombro), função muscular (ativação da musculatura da cintura escapular, testes de repetições máximas dos músculos do complexo do ombro), alinhamento, função neural, palpação e testes específicos, incluindo os testes de capacidade funcional. O exame físico deve ser realizado de modo sistemático, com o fisioterapeuta buscando entender a relação entre as diferentes informações coletadas, ou seja, como o conjunto de hipóteses confirmadas e negadas podem estar associadas à queixa principal da paratleta.

Resposta correta.


O processo de avaliação iniciaria com a anamnese da paratleta, investigando as questões relacionadas à queixa principal e história (que engloba localização, início, intensidade, frequência e comportamento dos sintomas). Identificar e analisar os movimentos que pioram ou aliviam o padrão de dor, sejam da cintura escapular, complexo do ombro, regiões cervical e torácica, e análise do gesto esportivo ou movimentos globais em que a paratleta relatou dor e/ou limitações funcionais durante a anamnese. A partir das alterações locais e não locais observadas, o fisioterapeuta deve escolher os parâmetros a serem avaliados, que incluem aspectos da mobilidade articular (p. ex., amplitude de movimento de rotação medial e lateral do ombro), função muscular (ativação da musculatura da cintura escapular, testes de repetições máximas dos músculos do complexo do ombro), alinhamento, função neural, palpação e testes específicos, incluindo os testes de capacidade funcional. O exame físico deve ser realizado de modo sistemático, com o fisioterapeuta buscando entender a relação entre as diferentes informações coletadas, ou seja, como o conjunto de hipóteses confirmadas e negadas podem estar associadas à queixa principal da paratleta.

O processo de avaliação iniciaria com a anamnese da paratleta, investigando as questões relacionadas à queixa principal e história (que engloba localização, início, intensidade, frequência e comportamento dos sintomas). Identificar e analisar os movimentos que pioram ou aliviam o padrão de dor, sejam da cintura escapular, complexo do ombro, regiões cervical e torácica, e análise do gesto esportivo ou movimentos globais em que a paratleta relatou dor e/ou limitações funcionais durante a anamnese. A partir das alterações locais e não locais observadas, o fisioterapeuta deve escolher os parâmetros a serem avaliados, que incluem aspectos da mobilidade articular (p. ex., amplitude de movimento de rotação medial e lateral do ombro), função muscular (ativação da musculatura da cintura escapular, testes de repetições máximas dos músculos do complexo do ombro), alinhamento, função neural, palpação e testes específicos, incluindo os testes de capacidade funcional. O exame físico deve ser realizado de modo sistemático, com o fisioterapeuta buscando entender a relação entre as diferentes informações coletadas, ou seja, como o conjunto de hipóteses confirmadas e negadas podem estar associadas à queixa principal da paratleta.

11. Quais estratégias de monitoramento de lesão você poderia abordar com a paratleta? .

Confira aqui a resposta

A utilização do questionário OSTRC-H, semanalmente, pode auxiliar o fisioterapeuta a compreender a frequência de ocorrência dessa lesão e a sua gravidade, além de compreender as consequências dessa lesão na participação esportiva e no volume de treinamento da paratleta. Além disso, também é possível realizar a avaliação periódica de saúde e discutir com toda a equipe esportiva para compreender as interações das alterações encontradas que podem contribuir para o agravamento da queixa da paratleta. A partir dos resultados encontrados, é possível traçar estratégias mais assertivas.

Resposta correta.


A utilização do questionário OSTRC-H, semanalmente, pode auxiliar o fisioterapeuta a compreender a frequência de ocorrência dessa lesão e a sua gravidade, além de compreender as consequências dessa lesão na participação esportiva e no volume de treinamento da paratleta. Além disso, também é possível realizar a avaliação periódica de saúde e discutir com toda a equipe esportiva para compreender as interações das alterações encontradas que podem contribuir para o agravamento da queixa da paratleta. A partir dos resultados encontrados, é possível traçar estratégias mais assertivas.

A utilização do questionário OSTRC-H, semanalmente, pode auxiliar o fisioterapeuta a compreender a frequência de ocorrência dessa lesão e a sua gravidade, além de compreender as consequências dessa lesão na participação esportiva e no volume de treinamento da paratleta. Além disso, também é possível realizar a avaliação periódica de saúde e discutir com toda a equipe esportiva para compreender as interações das alterações encontradas que podem contribuir para o agravamento da queixa da paratleta. A partir dos resultados encontrados, é possível traçar estratégias mais assertivas.

Conclusão

O crescente desempenho de paratletas ao longo dos anos tem contribuído para o risco aumentado de ocorrência e gravidade de problemas de saúde nessa população. Em geral, os paratletas que não deambulam apresentam maior frequência de lesão no ombro, e os MMII são a região do corpo mais frequentemente afetada em paratletas que deambulam. Já os sintomas de doenças mais comuns são do trato respiratório e gastrointestinal.

O fisioterapeuta esportivo, que realiza de forma sistematizada a coleta e o registro dessas informações em sua prática diária, consegue direcionar melhor suas estratégias de atuação para as lesões de maior incidência e que geram maior impacto na participação esportiva.

Esse monitoramento de forma longitudinal e a realização das avaliações periódicas de saúde contribuem para o rastreamento das condições de saúde que podem colocar o paratleta em risco para uma participação segura. Portanto, cabe à equipe de saúde esportiva estabelecer parâmetros de avaliação baseados na deficiência do paratleta e nas especificidades da modalidade esportiva, para dar condições de participação em treinamentos e competições com um bom desempenho.

Atividades: Respostas

Atividade 1 // Resposta: B

Comentário: Enquanto a incidência se refere ao número de novos problemas de saúde que se desenvolveram durante um período definido, a prevalência é calculada com base no número de atletas com um problema de saúde. Logo, a alternativa C está incorreta. Não é correto afirmar “prevalência média de lesões”, como nas alternativas A e D, e, além disso, a prevalência média é calculada a partir de medições seriadas da prevalência pontual.

Atividade 2 // Resposta: B

Comentário: A afirmativa II está incorreta, pois as lesões com características crônicas, como as tendinopatias, são classificadas com uma apresentação de início gradual e não de início repentino ou súbito. Pode acontecer de as lesões se apresentarem mescladas, entre início gradual e súbito, quando, por exemplo, ocorre uma ruptura do tendão em uma tendinopatia crônica.

Atividade 3

Resposta: A revisão sistemática publicada por Pinheiro e colaboradores no BJSM demonstrou que o tamanho amostral e a qualidade metodológica dos estudos podem influenciar as estimativas de prevalência e incidência de lesões em paratletas. Assim, os autores sugerem que os estudos devem apresentar uma definição clara de lesão, usar métodos padronizados de coleta de dados, incluindo informações demográficas dos paratletas, para melhorar a qualidade dos dados epidemiológicos de lesões no paradesporto.

Atividade 4 // Resposta: C

Comentário: A ocorrência de problemas de saúde em paratletas pode estar ligada tanto aos fatores contextuais extrínsecos (p. ex., falta de higienização do ambiente esportivo) quanto aos fatores intrínsecos (p. ex., a própria deficiência do atleta). Assim, atletas que não deambulam apresentam maior incidência de lesões em ombro, enquanto atletas que deambulam apresentam maior incidência de lesões nos membros inferiores. As lesões de tecido mole são as mais comuns em paratletas, o que inclui entorses e contusões, e as doenças do trato respiratório e gastrintestinal são as de maior taxa de incidência.

Atividade 5

Resposta: O acompanhamento longitudinal permite ao pesquisador ou ao fisioterapeuta esportivo compreender as variações dos problemas de saúde ao longo de toda a temporada esportiva. Além disso, esse monitoramento frequente contribui para que as lesões menos severas e as lesões de início gradual sejam capturadas com maior frequência, visto que, muitas vezes, elas não são percebidas pelo fato de o atleta não buscar atendimento médico ou por não gerarem o afastamento completo do treinamento ou competição.

Atividade 6 // Resposta: C

Comentário: O questionário OSTRC-H, já traduzido e adaptado para a versão brasileira, permite obter informações sobre os problemas de saúde, sejam eles lesões ou doenças. Suas quatro perguntas principais são a respeito das consequências que o problema de saúde pode provocar na participação esportiva, no volume de treinamento, no desempenho esportivo e a intensidade dos sintomas, referente à semana anterior, podendo ser aplicado semanalmente. Cada resposta apresenta uma pontuação que define a gravidade semanal do problema de saúde de cada paratleta.

Atividade 7

RESPOSTA: A avaliação periódica de saúde do paratleta permite uma compreensão por parte da equipe de saúde esportiva, do estado de saúde do paratleta com os potenciais riscos para a ocorrência de lesões ou doenças, e a identificação de possíveis barreiras para o seu desempenho esportivo. Realizada de forma seriada, em vários momentos ao longo da temporada, essa avaliação também contribuirá para estabelecer as flutuações do estado de saúde do paratleta, podendo ser identificado momentos de maior susceptibilidade à ocorrência de problemas de saúde.

Atividade 8

RESPOSTA: Apesar da alta prevalência de atletas com lombalgia nessa equipe, a incidência de lesões em ombro e o impacto gerado por esse tipo de lesão foi maior do que o da dor lombar. Ambas as condições de saúde devem ser levadas em consideração durante o monitoramento e o planejamento de ações preventivas para essa equipe, considerando suas particularidades.

Atividade 9

RESPOSTA: A amputação transfemoral tibial com consequente utilização de cadeira de rodas para locomoção aumentam o risco de lesão dos MMSS da paratleta devido à alta demanda para realizar suas AVDs, como a própria propulsão e transferências da cadeira para outras superfícies. Além disso, a modalidade esportiva praticada pela paratleta também contribui para o risco de lesão no ombro, considerando as altas cargas de treinamento e do gesto esportivo, o supino, que exige exclusivamente dos MMSS, com pouca dissipação de energia ao longo da cadeia cinética.

Atividade 10

RESPOSTA: O processo de avaliação iniciaria com a anamnese da paratleta, investigando as questões relacionadas à queixa principal e história (que engloba localização, início, intensidade, frequência e comportamento dos sintomas). Identificar e analisar os movimentos que pioram ou aliviam o padrão de dor, sejam da cintura escapular, complexo do ombro, regiões cervical e torácica, e análise do gesto esportivo ou movimentos globais em que a paratleta relatou dor e/ou limitações funcionais durante a anamnese. A partir das alterações locais e não locais observadas, o fisioterapeuta deve escolher os parâmetros a serem avaliados, que incluem aspectos da mobilidade articular (p. ex., amplitude de movimento de rotação medial e lateral do ombro), função muscular (ativação da musculatura da cintura escapular, testes de repetições máximas dos músculos do complexo do ombro), alinhamento, função neural, palpação e testes específicos, incluindo os testes de capacidade funcional. O exame físico deve ser realizado de modo sistemático, com o fisioterapeuta buscando entender a relação entre as diferentes informações coletadas, ou seja, como o conjunto de hipóteses confirmadas e negadas podem estar associadas à queixa principal da paratleta.

Atividade 11

Resposta: A utilização do questionário OSTRC-H, semanalmente, pode auxiliar o fisioterapeuta a compreender a frequência de ocorrência dessa lesão e a sua gravidade, além de compreender as consequências dessa lesão na participação esportiva e no volume de treinamento da paratleta. Além disso, também é possível realizar a avaliação periódica de saúde e discutir com toda a equipe esportiva para compreender as interações das alterações encontradas que podem contribuir para o agravamento da queixa da paratleta. A partir dos resultados encontrados, é possível traçar estratégias mais assertivas.

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Autores

LARISSA SANTOS PINTO PINHEIRO // Doutora em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com período sanduíche pela Vrije Universiteit Amsterdam. Fisioterapeuta do Departamento de Fisioterapia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG.

RENAN ALVES RESENDE // Doutor em Ciências da Reabilitação pela UFMG, com período sanduíche pela Queens University, Canadá. Pós-doutorado em Rehabilitation Sciences pela Ghent University, Bélgica. Professor do Departamento de Fisioterapia e do Programa de Pós em Ciências da Reabilitação da UFMG.

Como citar a versão impressa deste documento

Pinheiro LSP, Resende RA. Saúde do paratleta: interligando pesquisa científica e prática profissional. In: Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física; Bonetti LV, Bezerra MA, organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia Esportiva e Atividade Física: Ciclo 13. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2024. p. 79–108. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 2). https://doi.org/10.5935/978-85-514-1226-8.C0003