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Saúde psicológica de escolares pós-covid

Autores: Margarida Gaspar de Matos, Cátia Branquinho, Tania Gaspar
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer os desafios enfrentados pelos escolares durante a pandemia da doença do coronavírus 2019 (COVID-19);
  • analisar o panorama da saúde psicológica dos escolares (estudo de caso de Portugal);
  • identificar os fatores de risco e proteção para a saúde psicológica pós-pandemia em escolares;
  • indicar respostas de promoção e intervenção na saúde psicológica e no bem-estar de escolares;
  • reconhecer situações problemáticas na área da saúde psicológica nas escolas e indicar planos de intervenção.

Esquema conceitual

Introdução

Declarada a pandemia de COVID-19 no dia 11 de março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os governos de todo o mundo implementaram várias estratégias de contenção e mitigação do vírus SARS-CoV-2. Em Portugal, com o decreto do primeiro estado de emergência no dia 18 de março de 2020, e, no Brasil, no dia 22 de março de 2020, foram implementadas medidas específicas, incluindo o fechamento de estabelecimentos escolares e o confinamento social obrigatório.

Como resultado, grande parte dos escolares foi forçada à escolarização a distância, adaptando as suas vidas a uma nova realidade pautada por desafios sem precedentes. Circunscritos às suas casas, com confinamento obrigatório, encerramento de todos os serviços não essenciais e escassos recursos do sistema nacional de saúde, as consequências psicológicas, sociais, familiares e acadêmicas emergiram rapidamente na vida dos escolares.

Em Portugal, no regresso à escola, uma nova adaptação foi necessária, com

  • a utilização forçosa de máscaras certificadas;
  • a distância física nas salas de aula e nos espaços de convívio;
  • a definição de circuitos de circulação dentro dos edifícios escolares;
  • a aplicação de testes regulares para COVID-19 em caso de sintomas ou contato com caso positivo.

Na ocorrência de resultado positivo, o período de isolamento tinha uma duração entre 7 e 10 dias. Complementarmente, o plano de vacinação foi declarado obrigatório também para os menores de 18 anos (quando maiores de 5 anos).

Conforme a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco),1 mais de 90% dos escolares em todo o mundo foram afetados pelas medidas de contenção do vírus SARS-CoV-2 e distanciamento social, com impacto físico, mental, emocional e acadêmico. Se, por um lado, alguns escolares foram resilientes e capazes de prosperar nesse cenário desafiante, outros revelaram um impacto negativo na sua saúde psicológica e no bem-estar.2

Em uma revisão sistemática da literatura de 35 estudos focados nos efeitos da pandemia de COVID-19 na saúde psicológica de crianças e adolescentes, evidenciaram-se as seguintes questões de saúde psicológica:3

  • ansiedade;
  • depressão;
  • solidão;
  • estresse;
  • medo;
  • tensão;
  • raiva;
  • fadiga;
  • preocupação;
  • confusão.
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