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SERVIÇO DE INDICAÇÃO FARMACÊUTICA: FARMÁCIA E AUTOCUIDADO RESPONSÁVEL

Ana Dago

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  • Introdução

Em 1994, pela primeira vez, o autocuidado é definido como “uma atividade aprendida dirigida a nós mesmos ou aos outros com a finalidade de alcançar o bem-estar”. Para a Organização Mundial da Saúde (OMSOrganização Mundial da Saúde), o autocuidado se refere a tudo aquilo que as pessoas fazem por si mesmas com o propósito de restabelecer e preservar a saúde ou prevenir e tratar as enfermidades.1

O autocuidado é um ato voluntário que implica uma responsabilidade individual e que necessita de habilidades e conhecimentos que permitam tomar decisões saudáveis. No âmbito desse termo, incluem-se todas as ações relacionadas com a higiene pessoal, a alimentação, o estilo e as condições de vida e o acesso à saúde e aos medicamentos. Portanto, o autocuidado está relacionado à promoção de saúde e à prevenção de doenças.

A automedicação faz parte do autocuidado e consiste na ação individual de se utilizar medicamentos sem seguir uma prescrição, com a finalidade de

 

  • melhorar a saúde;
  • reduzir os sintomas de uma doença;
  • modificar o curso de uma doença;
  • realizar a prevenção primária de uma doença;
  • melhorar o estado de rendimento físico e mental.

A automedicação é o uso de medicamentos sem receita e por iniciativa própria das pessoas.

A OMSOrganização Mundial da Saúde e o Conselho Europeu recomendam a automedicação responsável, em que o paciente assume responsabilidade por seu autocuidado seguindo um estilo de vida saudável e utilizando medicamentos autorizados e seguindo as indicações de uso, que não necessitem de prescrição para os problemas de saúde banais e que não requerem diagnóstico prévio. 2–4

A automedicação sem controle pode ocasionar riscos para a saúde que a população em geral desconhece, entre os quais estão

 

  • problemas de toxicidade;
  • falta de efetividade — utilizar medicamentos ou doses de medicamentos que não alcançam o efeito esperado;
  • problemas de dependência ou abuso;
  • mascaramento de outros problemas de saúde;
  • desenvolvimento de resistência a antibióticos.

Apesar dos riscos, a automedicação é um fenômeno inevitável e em crescimento, segundo as últimas pesquisas de saúde europeias. Na Espanha, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2011–2012, mais de 20% de todos os medicamentos consumidos para resfriado, dor e febre, além dos restauradores, são automedicação.5 Dessa forma, é necessário informar os consumidores e os pacientes sobre a saúde, o uso de medicamentos e o risco que implica a automedicação. Os consumidores têm responsabilidade e devem assegurar-se de que o medicamento escolhido é adequado para suas necessidades e de que tomaram a decisão correta para o autocuidado de sua saúde.

A educação do paciente em saúde desempenha importante papel na realização de mudanças sociais, econômicas e ambientais que favoreçam a saúde, bem como na orientação do paciente para que assuma um papel ativo em relação a sua saúde.

Os farmacêuticos, como parte do sistema de saúde, participam — juntamente com os pacientes e os demais profissionais de saúde — da responsabilidade de garantir o uso seguro, efetivo e eficiente dos medicamentos. O farmacêutico, por sua formação, experiência e acessibilidade ao paciente, encontra-se em uma posição ímpar para transmitir os conhecimentos e as habilidades para6–8

 

  • realizar a educação em saúde;
  • melhorar o uso dos medicamentos;
  • assegurar a automedicação responsável;
  • indicar outro profissional de saúde (se necessário).

Com a introdução do conceito de cuidado farmacêutico, produz-se um avanço profissional que envolve o farmacêutico nos resultados da farmacoterapia e, portanto, aumenta sua responsabilidade em relação ao paciente e o sistema de saúde. Dessa forma, o cuidado farmacêutico impulsiona o aspecto assistencial do farmacêutico em relação ao uso adequado dos medicamentos.

  • Objetivos

Após a leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer os três principais serviços profissionais farmacêuticos assistenciais prestados pela farmácia comunitária;
  • identificar os sintomas menores e diferenciá-los de outros problemas de saúde;
  • estabelecer um procedimento para dar respostas diante da demanda por informação por parte do paciente;
  • promover o desenvolvimento e a implantação do serviço de indicação farmacêutica.
  • Esquema conceitual
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