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SHUNTS PORTOSSISTÊMICOS

Ademila Soares Fernandes

Isabella Cristina Morales

epub-PROMEVET-PA-C8V1_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • caracterizar a etiologia dos desvios portossistêmicos (DPS);
  • direcionar a identificação da afecção mediante os sinais clínicos do paciente;
  • reconhecer a importância da abordagem cirúrgica para a saúde e qualidade de vida dos pacientes com DPS;
  • abordar opções terapêuticas e técnicas cirúrgicas;
  • direcionar o tratamento medicamentoso para estabilização do paciente no pré-operatório;
  • indicar a terapia medicamentosa adequada ao paciente no pós-operatório.

Esquema conceitual

Introdução

Os shunts ou DPS extra-hepáticos congênitos são mais comuns e frequentes em cães em comparação com os gatos.1,2 Relata-se que 94% desses consistem em desvios dos tipos:3

  • esplenocaval;
  • gastrofrênico esquerdo;
  • gastroázigos;
  • associados à veia ázigos direita.

Os DPS intra-hepáticos são mais comuns em cães de raças grandes (25 a 33%) e podem estar associados a sintomas mais graves devido ao aumento do fluxo sanguíneo do fígado.1,2

Os DPS adquiridos são ocasionados por vasos anormais, múltiplos, extra-hepáticos e sinuosos decorrentes de uma condição de hipertensão na circulação portal.4 A veia porta fornece grande volume de sangue aferente ao fígado, e oxigênio, em menor quantidade. Consequentemente, esses vasos anômalos diminuem a circulação para o fígado — levando à insuficiência hepática e à liberação de toxinas que desencadeiam os sinais clínicos e a perda da importante função de desintoxicação do fígado.5

Dentre os exames fundamentais para diagnóstico dos shunts (análise que, comumente, indica alterações hepáticas), estão:6

  • os exames hematológicos;
  • a bioquímica sérica (ureia, creatinina, alanina aminotransferase [ALT], aspartato aminotransferase [AST] e γ-glutamil transferase [GGT]);
  • a dosagem de ácidos biliares.

Os exames de imagem, como a tomografia computadorizada (TC) e a ultrassonografia (USG) abdominal com Doppler, detectam e localizam o vaso, permitindo a instituição do tratamento cirúrgico.6 O tratamento clínico é apenas de suporte, enquanto o cirúrgico é resolutivo para os DPS na grande maioria dos casos.7

As técnicas cirúrgicas para os DPS extra-hepáticos envolvem o fechamento do vaso com o uso de ligaduras ou sua diminuição gradativa por meio de constritor aneroide, banda de celofane ou oclusor hidráulico.7 O fechamento completo do vaso não é indicado pois propicia o desenvolvimento de complicações como a hipertensão portal.8

O prognóstico, após a atenuação do vaso, é considerado bom e apresenta baixos índices de complicações pós-operatórias, além de resolução definitiva do quadro.8

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