Introdução
A síndrome de Cushing endógena — ou hipercortisolismo endógeno — raramente ocorre na infância, porém seu atraso diagnóstico traz implicações potencialmente graves para a saúde atual e futura desses jovens pacientes. Por sua vez, o hipercortisolismo de origem exógena (iatrogênica) é bem mais frequente. Um dos sinais clínicos mais importantes nessa condição é o excesso de peso, que pode ser confundido com condições mais frequentes e de prevalência crescente, como a obesidade primária.
O diagnóstico precoce e adequado do hipercortisolismo em crianças e adolescentes envolve as seguintes etapas sequenciais: suspeição clínica, investigação sequencial baseada nos aspectos clínicos, investigação laboratorial por meio de testes para confirmar a presença de hipercortisolismo (testes de triagem) e investigação da causa por meio de novos testes funcionais, seguidos por exames de imagem para localizar a(s) lesão(ões).
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- avaliar situações particulares e peculiaridades na criança e no adolescente com hipercortisolismo;
- definir em que situações se deve considerar o diagnóstico de hipercortisolismo;
- diferenciar hipercortisolismo de origem endógena de exógena;
- confirmar ou excluir o diagnóstico de hipercortisolismo por meio dos testes de triagem;
- distinguir hipercortisolismo endógeno dependente e independente de hormônio adrenocorticotrófico (em inglês, adrenocorticotropic hormone [ACTHhormônio adrenocorticotrófico]).