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TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COM & SAÚDE MENTAL

Autores: Carolina S. M. Lisboa , Bolivar Cibils Filho, Amanda Borges Fortes, Daniel Capelli Fulginiti, Patricia Liebesny Broilo
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever o que são as tecnologias da informação e comunicação (TICs) e sua relação com o campo da psicologia;
  • identificar possíveis indicadores positivos e negativos de saúde mental associados a diferentes usos de TICs;
  • problematizar a relação dos seres humanos com as TICs no contexto contemporâneo, discutindo mudanças de comportamentos em função da pandemia de covid-19 e no cenário pós-pandemia;
  • orientar intervenções de profissionais das áreas da saúde e da educação frente a desafios encontrados em situações diversas envolvendo o uso de TICs e saúde mental.

Esquema conceitual

Introdução

Basta uma rápida busca no Google® para notar que não há definição única e amplamente aceita do termo “tecnologias da informação e comunicação”. De maneira geral, entende-se que as TICs abrangem diversas ferramentas e recursos tecnológicos utilizados para transmitir, armazenar, criar, compartilhar ou trocar informações.1

No campo da psicologia, são problematizadas as interações dos indivíduos com tais ferramentas e recursos, como computador, televisão, videogame (ou jogos eletrônicos [JE]), smartphone, internet e outros meios de informação e comunicação.2

A leitura passiva de um texto ou uma imagem, bem como a produção ativa de conteúdo envolvendo imagem em movimento e som, com ou sem publicação em rede, são exemplos de comportamentos associados às TICs que se mostram cada vez mais comuns no mundo contemporâneo.3

Recentemente, os avanços no desenvolvimento de inovações propiciaram a popularização de tais ferramentas e recursos. No início de 2020, em meio às circunstâncias restritivas da pandemia de covid-19, dispositivos com acesso à internet, como os smartphones, ganharam status de item de primeira necessidade para atividades do dia a dia.4

Após a pandemia, os índices de uso e a percepção sobre as TICs não retornaram aos patamares anteriores, ou seja, se modificaram quantitativa e qualitativamente,3 de maneira que mais pessoas passaram a utilizar novos recursos. Por exemplo, segundo um estudo amplamente citado nas mídias especializadas no início de 2023, o Instagram® levou 30 meses para alcançar 100 milhões de usuários mensais ativos, o TikTok® levou nove meses, e o ChatGPT® conseguiu em apenas dois meses alcançar esse marco.5

De modo geral, o fenômeno fez parecer que a inteligência artificial (IA) surgiu da noite para o dia,6 e, apesar das históricas desigualdades sociais,7 essa aceleração no uso de TICs é tendência também no Brasil.3,4

Diante desse cenário, a preocupação com as consequências da rápida adoção de TICs no dia a dia é certamente legítima. O uso inadequado de tais tecnologias pode levar a desfechos trágicos, daqueles que se tornam manchete em noticiários, mas que muitos esquecem no dia seguinte. Para que esses desfechos sejam evitados, bem como para minimizar comportamentos de risco e promover saúde mental, o uso de TICs demanda atenção diária, de maneira a possibilitar intervenções e ações preventivas nos âmbitos individual e coletivo. Ao mesmo tempo, é preciso identificar e avaliar o que constitui, ou não, um uso problemático, o qual nem sempre é percebido ou reportado.

Para tanto, o primeiro passo é exercitar a curiosidade; por exemplo, em vez de relevar um comportamento porque “é próprio da idade” ou cogitar tratamento farmacológico porque “é dependência”, cabe procurar entender o que torna as diferentes TICs tão interessantes para cada indivíduo. Descobrir qual função do smartphone um adolescente acha mais importante ou o que leva uma criança a escolher sempre o mesmo joguinho são exemplos nessa direção.

O passo seguinte será atentar-se a como o comportamento está interferindo na vida diária do indivíduo e de outros ao seu redor,8 considerando o contexto circunstancial e as diferentes finalidades de uso das diversas TICs.9 Em outras palavras, é preciso cuidado para não menosprezar comportamentos que podem sinalizar necessidade de atendimento ou, em contraste, “patologizar” comportamentos que podem significar oportunidade de aprendizado e crescimento, afinal, as TICs se mostram cada vez mais presentes no dia a dia dos indivíduos e da sociedade e tendem a impactar o desenvolvimento do ser humano com suas desvantagens e suas vantagens.6,10

A pesquisa científica recente sugere que as vantagens podem se sobrepor às desvantagens, a depender das escolhas dos indivíduos no uso das diversas ferramentas e dos recursos tecnológicos disponíveis atualmente e dos que ainda estão por vir.6,10

Na prática, torna-se fundamental compreender os riscos de prejuízos e os perigos associados ao uso problemático dessas tecnologias, os quais demandam cuidados e orientação. Em contrapartida, é igualmente importante atentar-se aos benefícios associados ao uso saudável das TICs, os quais podem funcionar como fatores de proteção.2

Ao longo deste capítulo, os riscos de prejuízos e os benefícios são abordados de forma a instrumentalizar o leitor a identificar indicadores de saúde mental que podem estar associados ao uso de TICs e vice-versa, para manejo conforme pertinência.

Na primeira parte, apresenta-se uma síntese sobre o que dizem os estudos científicos recentes acerca do uso de redes sociais, JE e situações de cyberbullying. Já na segunda, a aplicação prática desse conhecimento é aprofundada em orientações para promoção de uso saudável e tratamento de usos problemáticos de TICs, sob a perspectiva das terapias cognitivo-comportamentais (TCCs).

Fatores de risco e de proteção associados ao uso de redes sociais e jogos eletrônicos e situações de cyberbullying

A seguir, apresenta-se uma síntese do conhecimento científico vigente a respeito dos fatores de risco e de proteção associados ao uso de redes sociais, JE e situações de cyberbullying.

Redes sociais

Com o avanço das TICs, novas formas de disseminação de informação e de interação com conteúdo foram sendo desenvolvidas, dando origem às mídias sociais.11

Diferentemente de mídias tradicionais, como revistas e televisão, as mídias sociais caracterizam-se por dinâmicas de interação entre pares e escolha ativa de consumo e compartilhamento de conteúdo através da internet.11

Dentre as mídias sociais, estão os chamados sites de redes sociais (SNS, do inglês social networking sites), ou simplesmente redes sociais, como Facebook®, Instagram® e X® (ex-Twitter®).

As redes sociais são plataformas digitais nas quais os participantes:3,4

  • têm perfis individuais identificáveis, os quais consistem em conteúdo fornecido pelo próprio usuário, por outros usuários e/ou por dados do próprio sistema;
  • podem criar conexões publicamente, as quais outros usuários podem visualizar e interagir com elas;
  • podem consumir, produzir e interagir com fluxos de conteúdos gerados por outros usuários.

Essas formas de relação interpessoal se mostram abrangentes e em crescimento exponencial, sobretudo após a pandemia de covid-19, na qual as interações sociais ocorreram marcadamente através dessas plataformas.3,4 Além disso, as redes sociais produzem uma série de recompensas sociais, as quais têm função de reforço positivo, fazendo com que as pessoas acessem esses sites repetidamente e por longos períodos.11

Nesse contexto, surge a questão: qual o impacto do uso de redes sociais na saúde mental e vice-versa?

Uso problemático de redes sociais

Na literatura vigente, o uso problemático de redes sociais (UPRS) refere-se a um padrão comportamental no qual indivíduos utilizam de modo excessivo ou de forma prejudicial as plataformas digitais, levando a consequências negativas em suas vidas.12 Dentre as características do UPRS, estão:13

  • tempo de uso exagerado;
  • negligência da vida fora das telas;
  • verificação compulsiva de uma ou mais redes sociais;
  • impactos na saúde do indivíduo.

Outras características, como dificuldade de abandonar as plataformas, sintomas de abstinência e possibilidade de recaída, aproximam essa condição dos transtornos por uso de substâncias (TUSs).13 No entanto, esse entendimento não é consenso entre clínicos e pesquisadores, conforme embasado no fato de, até o momento, o UPRS não constar em manuais diagnósticos, como a quinta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5).14,15

Estudos sobre UPRS associam o comportamento a:11,12

  • depressão;
  • ansiedade;
  • menor percepção de suporte social na vida real;
  • baixa autoestima;
  • estresse;
  • baixa qualidade de sono;
  • ruminação;
  • medo de ficar de fora (ou FoMO, do inglês fear of missing out).

No entanto, é importante notar que a maioria dos estudos é transversal, ou seja, são estudos conduzidos de maneira pontual em determinado momento no tempo, o que não permite estabelecer a direção dessa relação. Em outras palavras, as evidências de pesquisa não deixam claro se o UPRS causa as problemáticas exemplificadas ou se indivíduos que já apresentam essas condições previamente acabam fazendo uso mais problemático de redes sociais, sendo possível, ainda, que essa relação seja bidirecional.16

Algumas características específicas das redes sociais chamaram a atenção de pesquisadores do campo da imagem corporal para essas plataformas digitais. Diferentemente de revistas, da televisão e de outras mídias tradicionais, nas quais são encontrados praticamente apenas modelos e celebridades, nas redes sociais, são encontradas pessoas comuns, o que propicia comparações sociais diretas.17

Estudos empíricos dão suporte a essa ideia, demonstrando que a comparação social com pares em redes sociais tem efeito negativo maior na satisfação com a imagem corporal do que a comparação com imagens de celebridades e modelos nos mesmos sites.17

Outra característica das redes sociais é o fato de que os usuários tendem a publicar fotos nas quais querem se mostrar atraentes fisicamente. Como resultado, as fotos publicadas são com frequência editadas ou filtros são utilizados, o que contribui para promover padrões estéticos irreais.18,19

Esses aspectos tornam as redes sociais contexto favorável para a promoção ou a manutenção de insatisfação com a imagem corporal.19

Uma revisão sistemática da literatura sobre a relação entre uso de redes sociais, imagem corporal e transtornos alimentares identificou que o uso de redes sociais está associado a maiores níveis de insatisfação com a imagem corporal e a comportamentos relacionados a transtornos alimentares.19

Os estudos analisados mostraram que perturbações na imagem corporal e indicadores de transtornos alimentares estão associados com mais horas e frequência de utilização de redes sociais.19 Estudos longitudinais (conduzidos ao longo de um período) apontaram para a mesma relação, ao identificarem correlação entre o uso de Facebook® e maiores níveis de preocupações com a imagem corporal e transtornos alimentares, após um período de quatro semanas.20,21

Outro estudo longitudinal, conduzido com intervalo de 18 meses, também identificou essa relação ao investigar o comportamento de adolescentes na rede social holandesa chamada Hyves.nl. Nesse estudo, o uso da rede foi um preditor significativo de insatisfação corporal, mas o oposto não ocorreu, ou seja, os pesquisadores concluíram que o uso de redes sociais pode anteceder perturbações com a imagem corporal.20,22 Em outras palavras, é possível que o uso de redes sociais não seja a causa da insatisfação, mas piore a relação do indivíduo com o seu corpo e a sua aparência física.

É interessante observar que, nos últimos anos, a pesquisa envolvendo imagem corporal foi migrando do foco no uso de redes sociais em geral para atividades específicas nessas plataformas.17,23 Por exemplo, em vez de investigar o tempo de uso no Facebook®, Meier e Gray22 conduziram um estudo com adolescentes dos Estados Unidos atentando-se ao tempo gasto em atividades baseadas em fotos. Especificamente, comportamentos relacionados a edição, curtidas e comentários em fotos se mostraram associados a maior internalização de ideias de magreza, insatisfação com o peso, auto-objetificação e direcionamento para a estética de um corpo magro.24

Dentre outros estudos envolvendo imagem corporal que ilustram igualmente essa mudança de perspectiva, é possível citar Cohen e colaboradores,23 que investigaram o engajamento em atividades baseadas em fotos associado a preocupações com imagem corporal — e não associado ao uso geral de redes sociais. Lonergan e colaboradores18 também focaram em atividades baseadas em fotos nas redes sociais, em estudo conduzido na Austrália, com participação de homens e mulheres. Como resultado, esses pesquisadores encontraram maior engajamento em edição e postagens de selfies associado a maiores níveis de insatisfação corporal.

Esses achados são relevantes para a área clínica, pois remetem à hipótese de que o uso em geral de redes sociais pode não estar associado a perturbações com a imagem corporal.23 Objetivamente, baseando-se nesses estudos, em avaliações e intervenções relacionadas ao uso de redes sociais e, sobretudo, diante de indicadores de saúde mental relacionados com imagem corporal, cabe atentar-se às interações do indivíduo envolvendo conteúdos de imagem, e não necessariamente ao uso de uma plataforma em si.

Uso de redes sociais a favor da saúde mental

Além de relacionar o uso de redes sociais a transtornos mentais, como depressão e ansiedade, e transtornos alimentares,23 a literatura vigente associa esse comportamento a benefícios para a saúde, como menor sensação de solidão e maior satisfação com a vida.25 No conjunto, não há amplo consenso a respeito das correlações negativas entre o uso de redes sociais e a saúde mental dos indivíduos, tampouco há consenso quanto a correlações positivas.26

Ao realizarem uma revisão sistemática sobre o uso de redes sociais e indicadores de depressão e ansiedade, Seabrook e colaboradores24 concluíram que é fundamental olhar para a forma com que as pessoas utilizam essas plataformas. Os estudos analisados mostraram que interações negativas e comparação social se revelaram associadas a níveis maiores de depressão e ansiedade, já interações positivas e conexão social se mostraram associadas a índices menores de sintomas desses mesmos transtornos.

No conjunto, a pesquisa recente nesse campo levou ao questionamento do uso do termo “redes sociais” como construto único, uma vez que as diversas plataformas existentes têm objetivos diferentes, características específicas e motivações de uso distintas. O Facebook® e o X®, por exemplo, incluem imagens, mas, na atualidade, são plataformas predominantemente utilizadas para o compartilhamento de informações de texto. Já o Instagram® e o TikTok® estão primordialmente voltados para a troca de conteúdos de imagem.26

Na prática, é preciso atenção para não generalizar as redes sociais. Deve-se avaliar cada caso, sempre de maneira contextualizada, observando-se as formas de uso circunstanciais das diferentes plataformas.

Jogos eletrônicos

Os videogames — como são chamados em inglês —, ou jogos eletrônicos (JE) são comumente associados à ideia de uso prevalente entre meninos, e sua reputação tende a ser negativa. Primeiro, porque o comportamento de “jogar videogame” é percebido como perda de tempo ou distração. Em segundo lugar, porque o uso de jogos remete a comportamentos agressivos, ou até à noção de que os JE podem estimular atos de violência para além das telas.27

Entretanto, à medida que as TICs se tornaram mais acessíveis e populares, o uso de jogos também apresentou mudanças importantes. Conforme aponta um levantamento anual sobre o consumo de jogos no Brasil,28 participar de algum JE usando console específico, computador ou smartphone tem se mostrado um comportamento habitual de muitos brasileiros, revelando consistência em altos índices desde 2020.

Na edição de 2024, o hábito foi identificado entre adolescentes, mas prevalente entre adultos (com idades de 20 a 39 anos), incluindo jogadores dos sexos masculino (49,1%) e feminino (50,9%).28 Além disso, a migração de atividades cotidianas para o ambiente digital durante a pandemia da covid-19 estimulou o desenvolvimento de jogos educativos.27

De maneira geral, ao se tratar do uso de JE, é importante considerar os diferentes tipos de jogos disponíveis; por exemplo, existem jogos de ação, aventura, esportivos, jogos do tipo passatempo e outros.27 Vale também anotar o dado de que o uso de JE não se limita a meninos adolescentes.28

Além disso, é preciso atentar-se para o conhecimento científico, que, atualmente, leva a duas perspectivas distintas: de um lado, a compreensão do potencial nocivo dos JE, e de outro, seus possíveis benefícios — conforme discutidos a seguir.

Uso problemático de jogos eletrônicos

Ao analisarem estudos com foco no uso nocivo de JE, Anderson e Bushman27 concluíram que jogos com conteúdo violento podem levar ao aumento de comportamentos agressivos entre crianças e adolescentes. Esses pesquisadores identificaram relação positiva entre a exposição a conteúdo violento e reações fisiológicas relativas à ansiedade, bem como relação positiva com pensamentos e sentimentos associados a comportamentos agressivos.29

Barlett e colaboradores28 encontraram resultados semelhantes em estudo no qual jogos violentos promoveram aumento nos níveis de hostilidade, agressividade e frequência cardíaca. Esses efeitos se revelaram prevalentes, sobretudo, quando os jogos envolviam o uso de armas como instrumento de ação.30 Em estudo anterior, Bartholow e colaboradores29 já haviam identificado relação entre a exposição a jogos violentos e embotamento emocional; esses pesquisadores atribuíram o achado à dessensibilização à violência promovida pelo conteúdo do jogo.

A dessensibilização à violência foi novamente abordada por Dill e colaboradores,30 em estudo no qual identificaram associação entre uso de jogos violentos e maior tolerância à violência contra mulheres. No conjunto, esses estudos explicam, ao menos em parte, o fato de o uso em geral de JE remeter a uma reputação bastante negativa.27

Nesse mesmo sentido, somam-se estudos recentes que reforçam esse estereótipo. Por exemplo, ao investigarem o uso de jogos violentos, Teng e colaboradores31 identificaram correlações positivas entre esse comportamento e índices de agressividade, incluindo vivências de bullying e cyberbullying. Note-se, contudo, que nesse estudo os pesquisadores não contemplaram relação causal entre as variáveis, ou seja, não é possível afirmar que o uso de jogos violentos propiciou agressividade e vivência de bullying e cyberbullying, tampouco é possível afirmar o oposto.31

Mais recentemente, o aumento do uso de TICs em meio à pandemia da covid-19 acendeu as discussões sobre uso intensivo e dependência de JE.31

Apesar de a dependência ser reconhecidamente um transtorno que demanda cuidado específico (conforme discutido adiante neste capítulo), ainda não há amplo consenso ao se tratar de uso intenso.31 Em estudo com foco em sintomas de depressão, ansiedade e estresse diante das circunstâncias restritivas de contenção da pandemia, Volpe e colaboradores32 postularam que o uso de JE contribuiu para a diminuição de desconforto psicológico, mas também pode ter promovido dependência. Já no cenário pós-pandemia, ao mesmo tempo em que pesquisadores e clínicos destacam ainda não existir clareza do saldo mental desse marco histórico, discute-se a capacidade humana de resiliência — e o possível uso de jogos como suporte para o seu aprimoramento.27

Uso de jogos eletrônicos a favor da saúde mental

Dentre os pesquisadores que destacam os benefícios do uso de JE, Blumberg33 investigou a execução de tarefas durante o jogo como forma de estimular a aprendizagem e a resolução de problemas. Melhorias no aprendizado também foram identificadas por Hastings e colaboradores,34 em experimento com jogos educacionais. Nessa mesma linha, ao conduzirem um experimento com a participação de estudantes com dificuldades em matemática e física, Hamari e colaboradores35 encontraram correlação entre o engajamento na tarefa com a resolução do problema e, também, com o aumento do grau de bem-estar.

Relacionando JE e bem-estar, Reinecke e colaboradores36 encontraram melhorias no alcance de autonomia, autoeficácia e conexão social resultantes do uso de jogos, já Adachi e Willoughby37 relacionaram o uso de jogos de tiros como fonte de cooperação e conexão social, uma vez que os jogadores se uniram para um objetivo em comum. Em complemento, ao realizarem uma revisão sistemática da literatura, Villani e colaboradores38 concluíram que os JE podem funcionar como ferramentas de regulação emocional.

Dentre os estudos mais recentes, destaca-se o foco no uso de JE durante a pandemia da covid-19. Por exemplo, Vuorre e colaboradores39 identificaram o uso de JE como meio de conexão social durante as medidas governamentais de distanciamento físico. De forma similar, Barr e Copeland-Stewart40 identificaram o uso de JE como estratégia para socialização e, primordialmente, para relaxamento diante das circunstâncias. Já Pearce e colaboradores41 também encontraram o uso de JE para fins de relaxamento e, ainda, identificaram sentimentos de realização e sensação de controle associados ao uso de tais jogos.

No conjunto, os estudos revelam que o desenvolvimento tecnológico e a vivência da pandemia promoveram o uso de JE também como ferramenta cada vez mais utilizada para interação social.42

Na prática, cabe ponderar que interações em âmbito de JE podem favorecer conflitos individuais e situações de cyberbullying.42

Em contrapartida, considerando os diferentes tipos de jogos, seu uso pode se revelar um meio frutífero de busca de suporte social e vivência de interações positivas, propiciando experiência de respeito e valorização do ser humano nos níveis individual e coletivo,43 com possível migração desses aprendizados e valores para o mundo presencial.27

Cyberbullying

O cyberbullying pode ser identificado em comportamentos agressivos envolvendo o uso de TICs, com destaque para os smartphones e a internet. Situações de cyberbullying podem envolver a violação de senhas e o roubo de dados pessoais, bem como piadas e comportamentos de humilhação.44,45

As características desse comportamento agressivo são:44,45

  • sistematicidade (frequência constante);
  • audiência infinita;
  • propagação em grande escala;
  • anonimato do agressor.

Por esse motivo, as vítimas de cyberbullying tendem a desenvolver forte sofrimento, uma vez que não conseguem prever nem controlar o cyberbullying.44,45

Apesar da sobreposição e da forte relação entre cyberbullying e bullying, eles são fenômenos diferentes; a clareza dessa diferenciação favorece intervenções mais precisas.

O bullying é um processo de agressão que ocorre também de forma sistemática, entre grupos de pares, mas em contextos off-line, como escola, condomínio, clube e outros. A ocorrência comum de bullying, sobretudo entre crianças e adolescentes, se justifica na sua relação com processos de formação da identidade e pertencimento social.46,47

Com o advento das tecnologias e sua influência na vida dos seres humanos, tornou-se impossível se falar em bullying sem diferenciar ou citar o cyberbullying. Ambos os processos têm alta correlação, sendo que a ocorrência de um aumenta a probabilidade de ocorrência do outro.2

Dados de incidência de cyberbullying

Em pesquisa recente realizada na Europa com seis mil estudantes entre 10 e 18 anos, 49% dos participantes reportaram experiência com alguma forma de cyberbullying e 44% notaram aumento no cyberbullying desde a pandemia da covid-19.48 De forma similar, em pesquisa realizada nos Estados Unidos envolvendo 4.972 estudantes dos ensinos médio e fundamental, 37% dos participantes relataram ter sofrido cyberbullying. Ainda, 5% admitiram ter praticado cyberbullying, sendo a postagem de comentários maldosos a prática mais comum. As meninas revelaram maior percentual de sofrimento de cyberbullying (38,7%) em comparação com os meninos (34,5%), já estes relataram praticar mais cyberbullying em relação às meninas.49

No que diz respeito aos tipos de agressão, meninas apresentaram mais propensão a sofrer com a propagação on-line de rumores sobre si, já meninos sofreram mais com ameaças físicas em postagens on-line.49 Em pesquisa complementar realizada após a pandemia da covid-19, também nos Estados Unidos, com 2.546 participantes de 13 a 17 anos, 46% relataram ter sofrido cyberbullying. Semelhante à pesquisa de 2019, a propagação de rumores em grande escala e os comentários maldosos foram os tipos de cyberbullying mais comuns; meninas continuaram mais propensas à agressão, ao passo que os meninos tiveram aumento em seu envolvimento com cyberbullying desde então.50

No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),49 investigou os indicadores de violência escolar entre adolescentes de 13 a 17 anos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e do 1º ao 3º ano do ensino médio de escolas públicas e privadas; 13,2% dos participantes reportaram que já haviam sofrido cyberbullying, sendo que meninas (16,2%) sofreram mais agressões virtuais do que meninos (10,2%).49

O que dizem os estudos sobre cyberbullying

O cyberbullying encontra-se amplamente discutido na literatura científica, em estudos que abrangem diferentes aspectos relacionados ao fenômeno. A seguir, apresenta-se uma breve síntese desse conhecimento, o qual deve ser constantemente atualizado no sentido de fundamentar e nortear intervenções e ações preventivas.

O estudo seminal de Smith e colaboradores50 configura-se como interessante ponto de partida ao se tratar de cyberbullying, visto que esses pesquisadores investigaram o fenômeno com a participação de 533 estudantes adolescentes de cinco escolas. Embora, à época, o cyberbullying fosse menos observado do que o bullying tradicional, o estudo revelou efeitos de estresse e sofrimento emocional associados a esse último, e impulsionou o entendimento da importância de conscientização de todos que fazem parte da comunidade escolar para efetivo manejo desse tipo de agressão.

Em outro estudo relacionando bullying e cyberbullying, dessa vez envolvendo 1.963 estudantes adolescentes de 30 escolas, Hinduja e Patchin51 acrescentaram o construto da ideação suicida à equação. As vítimas de agressões revelaram propensão a pensamentos com ideação suicida, bem como sintomas de depressão e estratégias como o uso de substâncias. O estudo evidenciou que, sobretudo na etapa de construção de identidade e visão de mundo, a vivência dessas agressões pode interferir de maneira drástica no desenvolvimento, ilustrando a importância do acompanhamento vigilante também por parte dos pais, fora dos muros da escola.

Em uma revisão da literatura prévia sobre cyberbullying, Wendt e Lisboa42 identificaram associações com sintomas de depressão, isolamento social, impactos no desempenho escolar e sintomas somáticos, bem como a importância dos diferentes contextos nos quais as agressões ocorrem, potencialmente prejudicando a relação entre pares e o desenvolvimento de vínculos saudáveis. Dentre os resultados do estudo, Wendt e Lisboa42 ressaltaram a gravidade do anonimato e da audiência ilimitada em situações de cyberbullying, remetendo à conscientização acerca de impactos da agressão não somente às vítimas, mas atingindo também familiares, professores, funcionários e a própria escola.

Outro estudo, conduzido pelos mesmos autores,43 envolvendo 350 brasileiros com idades entre 13 e 18 anos, revelou que 44,3% dos participantes haviam sofrido cyberbullying nos últimos seis meses e 33,7% haviam praticado cyberbullying. O mesmo estudo corroborou associações dessa vivência com sintomas de depressão e tempo on-line, reforçando a importância de ações psicoeducativas de prevenção.

Dentre estudos mais recentes, Barlett e colaboradores52 investigaram a prevalência do fenômeno antes e após a pandemia da covid-19. Embora o cyberbullying seja bastante conhecido entre adolescentes, o estudo evidenciou que o fenômeno também pode ocorrer entre adultos. Nesse caso, a agressão tende a envolver questões de:

  • poder;
  • assédios moral e sexual;
  • discriminação;
  • difamação.

Segundo os pesquisadores, os resultados revelaram que houve aumento de cyberbullying durante a pandemia, possivelmente impulsionado pelas medidas restritivas de contenção da situação.52

Por sua vez, Huang e colaboradores53 investigaram a prevalência de cyberbullying entre estudantes universitários na China. Do total de 897 participantes com idades entre 15 e 25 anos, 64,3% reportaram vivência de cyberbullying por meio de redes sociais, já 25,9% reportaram terem praticado cyberbullying por meio de JE no mesmo período.

Nas redes sociais, as agressões se constituíram de:53

  • compartilhamento de mensagens ofensivas;
  • comentários negativos;
  • disseminação de fotos ou vídeos constrangedores;
  • exclusões pontuais de grupos ou de conversas.

Nos JE, as agressões se constituíram de:53

  • assédio verbal durante partidas;
  • exclusões pontuais de grupos ou de equipes;
  • disseminação de boatos ou difamação na comunidade de jogadores.

Os achados evidenciaram a importância da atenção ao contexto no qual ocorrem as agressões, com destaque para as características das diferentes plataformas digitais e dos tipos de JE.53

No conjunto, os estudos mostram que, assim como existem semelhanças e diferenças entre bullying e cyberbullying, a diversidade de TICs torna necessário considerar as semelhanças e as diferenças envolvendo configurações diversas do cyberbullying em si. Em outras palavras, cabe considerar as características específicas de cada caso de cyberbullying, em função de quais e como as TICs são utilizadas por todos os envolvidos direta e indiretamente na situação.

Na prática, deve-se considerar o contexto com suas dinâmicas próprias, as características dos indivíduos e dos grupos sociais, bem como atentar-se a possíveis equívocos na interpretação sobre o que é de fato aceitável e o que “não é brincadeira”.

Além disso, é fundamental compreender que a ocorrência de cyberbullying é sempre social, não acontece com um só indivíduo — são necessários no mínimo dois. Isso significa que, para lidar com o problema, a palavra-chave é “corresponsabilidade”. Objetivamente, não se trata de encontrar “culpados” para punição ou exclusão, mas sim conscientizar e promover envolvimento ativo de toda a comunidade, com um objetivo em comum: favorecer efetivamente o uso saudável de TICs de todos e para todos.

ATIVIDADES

1. Em relação às TICs nas redes sociais, assinale a alternativa correta.

A) As mídias sociais têm origem na falta de interação com conteúdo, consequência do avanço das TICs.

B) As redes sociais são plataformas digitais em que os participantes podem criar conexões de maneira privada.

C) As redes sociais são plataformas digitais nas quais os participantes podem consumir, produzir e interagir com fluxos de conteúdos gerados por outros usuários.

D) As formas de relação interpessoal se mostram limitadas e em crescimento lento, sobretudo após a pandemia de covid-19.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


Em relação às TICs nas redes sociais, a alternativa está incorreta, pois, com o avanço das TICs, novas formas de disseminação de informação e de interação com conteúdo foram sendo desenvolvidas, dando origem às mídias sociais. A alternativa B está incorreta porque as redes sociais são plataformas digitais nas quais os participantes podem criar conexões publicamente, as quais outros usuários podem visualizar e interagir com elas. A alternativa D está incorreta, considerando que as formas de relação interpessoal se mostram abrangentes e em crescimento exponencial, sobretudo após a pandemia de covid-19, na qual as interações sociais ocorreram marcadamente através de plataformas de redes sociais.

Resposta correta.


Em relação às TICs nas redes sociais, a alternativa está incorreta, pois, com o avanço das TICs, novas formas de disseminação de informação e de interação com conteúdo foram sendo desenvolvidas, dando origem às mídias sociais. A alternativa B está incorreta porque as redes sociais são plataformas digitais nas quais os participantes podem criar conexões publicamente, as quais outros usuários podem visualizar e interagir com elas. A alternativa D está incorreta, considerando que as formas de relação interpessoal se mostram abrangentes e em crescimento exponencial, sobretudo após a pandemia de covid-19, na qual as interações sociais ocorreram marcadamente através de plataformas de redes sociais.

A alternativa correta é a "C".


Em relação às TICs nas redes sociais, a alternativa está incorreta, pois, com o avanço das TICs, novas formas de disseminação de informação e de interação com conteúdo foram sendo desenvolvidas, dando origem às mídias sociais. A alternativa B está incorreta porque as redes sociais são plataformas digitais nas quais os participantes podem criar conexões publicamente, as quais outros usuários podem visualizar e interagir com elas. A alternativa D está incorreta, considerando que as formas de relação interpessoal se mostram abrangentes e em crescimento exponencial, sobretudo após a pandemia de covid-19, na qual as interações sociais ocorreram marcadamente através de plataformas de redes sociais.

2. Em relação ao UPRS, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

O UPRS é um padrão comportamental no qual indivíduos utilizam excessivamente ou de forma prejudicial as plataformas digitais.

Outra característica das redes sociais é o fato de que os usuários tendem a publicar fotos nas quais querem se mostrar atraentes fisicamente.

Dentre as características do UPRS estão tempo de uso exagerado de redes sociais e reações violentas a pedidos de interrupção de tal uso.

Estudos sobre UPRS associam tal comportamento a ansiedade e transtorno da personalidade narcisista.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — F — V

B) V — V — F — F

C) F — F — V — V

D) F — V — V — F

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


Em relação ao UPRS, a terceira afirmativa é falsa, pois as características do UPRS citadas são tempo de uso exagerado, negligência da vida fora das telas, verificação compulsiva de uma ou mais redes sociais e impactos na saúde do indivíduo. A quarta afirmativa é falsa porque o transtorno da personalidade narcisista não é associado a UPRS, segundo os estudos realizados.

Resposta correta.


Em relação ao UPRS, a terceira afirmativa é falsa, pois as características do UPRS citadas são tempo de uso exagerado, negligência da vida fora das telas, verificação compulsiva de uma ou mais redes sociais e impactos na saúde do indivíduo. A quarta afirmativa é falsa porque o transtorno da personalidade narcisista não é associado a UPRS, segundo os estudos realizados.

A alternativa correta é a "B".


Em relação ao UPRS, a terceira afirmativa é falsa, pois as características do UPRS citadas são tempo de uso exagerado, negligência da vida fora das telas, verificação compulsiva de uma ou mais redes sociais e impactos na saúde do indivíduo. A quarta afirmativa é falsa porque o transtorno da personalidade narcisista não é associado a UPRS, segundo os estudos realizados.

3. Leia as afirmativas sobre JE.

I. O comportamento de “jogar videogame”, apesar de ser considerado perda de tempo/distração, não tem relação com comportamentos agressivos.

II. Os JE são comumente associados à ideia de uso prevalente entre meninos, e sua reputação tende a ser negativa.

III. A migração de atividades cotidianas para o ambiente digital durante a pandemia da covid-19 estimulou o desenvolvimento de jogos educativos.

IV. Ao se tratar do uso de JE, é importante levar em consideração os diferentes tipos de jogos disponíveis.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I, a II e a III.

B) Apenas a I, a II e a IV.

C) Apenas a I, a III e a IV.

D) Apenas a II, a III e a IV.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


No que se refere a JE, a afirmativa I está incorreta, pois, além de o comportamento de “jogar videogame” ser percebido como perda de tempo ou distração, o uso de JE remete a comportamentos agressivos ou até a noção de que os JE podem estimular atos de violência para além das telas.

Resposta correta.


No que se refere a JE, a afirmativa I está incorreta, pois, além de o comportamento de “jogar videogame” ser percebido como perda de tempo ou distração, o uso de JE remete a comportamentos agressivos ou até a noção de que os JE podem estimular atos de violência para além das telas.

A alternativa correta é a "D".


No que se refere a JE, a afirmativa I está incorreta, pois, além de o comportamento de “jogar videogame” ser percebido como perda de tempo ou distração, o uso de JE remete a comportamentos agressivos ou até a noção de que os JE podem estimular atos de violência para além das telas.

4. Em relação ao uso de JE a favor da saúde mental, qual dos seguintes aspectos pode sinalizar um efeito positivo de JE?

A) Sentimentos de realização e sensação de controle.

B) Melhora das condições de saúde física.

C) Diminuição de conflitos individuais.

D) Aumento da autoestima.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


Em relação ao uso de JE a favor da saúde mental, a alternativa B está incorreta, pois condições de saúde física não foram objeto dos estudos mencionados. A alternativa C está incorreta porque, na prática, interações em âmbito de JE podem favorecer conflitos individuais e situações de cyberbullying. A alternativa D está incorreta, tendo em vista que aumento da autoestima não foi um dos achados dos estudos mencionados.

Resposta correta.


Em relação ao uso de JE a favor da saúde mental, a alternativa B está incorreta, pois condições de saúde física não foram objeto dos estudos mencionados. A alternativa C está incorreta porque, na prática, interações em âmbito de JE podem favorecer conflitos individuais e situações de cyberbullying. A alternativa D está incorreta, tendo em vista que aumento da autoestima não foi um dos achados dos estudos mencionados.

A alternativa correta é a "A".


Em relação ao uso de JE a favor da saúde mental, a alternativa B está incorreta, pois condições de saúde física não foram objeto dos estudos mencionados. A alternativa C está incorreta porque, na prática, interações em âmbito de JE podem favorecer conflitos individuais e situações de cyberbullying. A alternativa D está incorreta, tendo em vista que aumento da autoestima não foi um dos achados dos estudos mencionados.

5. Em relação aos aspectos que podem sinalizar situação de cyberbullying segundo diversos estudos com adolescentes, assinale a alternativa correta.

A) Questões de poder.

B) Ocorrência de assédio moral ou sexual.

C) Desenvolvimento de sintomas de depressão.

D) Desenvolvimento de sintomas narcisistas.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


Em relação aos aspectos que podem sinalizar situação de cyberbullying segundo diversos estudos com adolescentes, a alternativa A está incorreta, pois questões de poder estão relacionadas ao cyberbullying referente a um estudo com adultos, não adolescentes. A alternativa B está incorreta porque ocorrência de assédio moral ou sexual também está relacionada ao cyberbullying referente a um estudo com adultos. A alternativa D está incorreta, considerando que os estudos citados não mencionam desenvolvimento de sintomas narcisistas, e sim de depressão.

Resposta correta.


Em relação aos aspectos que podem sinalizar situação de cyberbullying segundo diversos estudos com adolescentes, a alternativa A está incorreta, pois questões de poder estão relacionadas ao cyberbullying referente a um estudo com adultos, não adolescentes. A alternativa B está incorreta porque ocorrência de assédio moral ou sexual também está relacionada ao cyberbullying referente a um estudo com adultos. A alternativa D está incorreta, considerando que os estudos citados não mencionam desenvolvimento de sintomas narcisistas, e sim de depressão.

A alternativa correta é a "C".


Em relação aos aspectos que podem sinalizar situação de cyberbullying segundo diversos estudos com adolescentes, a alternativa A está incorreta, pois questões de poder estão relacionadas ao cyberbullying referente a um estudo com adultos, não adolescentes. A alternativa B está incorreta porque ocorrência de assédio moral ou sexual também está relacionada ao cyberbullying referente a um estudo com adultos. A alternativa D está incorreta, considerando que os estudos citados não mencionam desenvolvimento de sintomas narcisistas, e sim de depressão.

6. Referente a dinâmicas dos JE que podem propiciar cyberbullying entre os jogadores, assinale a alternativa correta.

A) Promoção de maior cooperação e diminuição de conflitos.

B) A dinâmica ocorre através de competição acirrada, levando a comportamentos agressivos no jogo.

C) Tais dinâmicas não influenciam, pois o uso de JE e cyberbullying são independentes.

D) Grau de violência do jogo, tanto que não ocorre em jogos não violentos.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


Quando as interações no jogo envolvem competição acirrada, comportamentos agressivos entre os jogadores podem se tornar recorrentes, caracterizando cyberbullying.

Resposta correta.


Quando as interações no jogo envolvem competição acirrada, comportamentos agressivos entre os jogadores podem se tornar recorrentes, caracterizando cyberbullying.

A alternativa correta é a "B".


Quando as interações no jogo envolvem competição acirrada, comportamentos agressivos entre os jogadores podem se tornar recorrentes, caracterizando cyberbullying.

Orientações para promoção de uso saudável e tratamento de usos problemáticos de tecnologias da informação e comunicação

A literatura científica no campo da saúde mental mostra que o uso de TICs pode se revelar problemático ou saudável em função de variáveis como:9

  • o tipo de recurso utilizado;
  • a finalidade do uso;
  • o contexto circunstancial;
  • as características de cada indivíduo.

A intensidade de uso é tópico de debates, porém os estudos mais recentes convergem para o entendimento de que a avaliação de comportamentos envolvendo as TICs deve atentar-se à quantidade de tempo de uso em conjunto com as demais variáveis mencionadas, ou seja, além de “quanto”, é fundamental olhar para o “onde, para o quê, o quando e o porquê” do uso.9

Até o momento, não há critérios padronizados para determinar o que é uso problemático de TICs, o que leva a uma diversidade de conceitos e acaba por dificultar uma definição amplamente aceita do construto.14,15 As exceções são o transtorno de jogos pela internet e a dependência a videogames, pelo fato de constarem em manuais de diagnóstico, o que, porém, não os exclui dos debates.14,15,47

De maneira geral, a justificativa para essa falta de convergência está na diversidade de TICs e na rapidez de inovações tecnológicas, que acabam dificultando uma produção robusta de conhecimento a respeito de seu uso e possíveis implicações desse comportamento, que se transforma de maneira contínua. Contudo, a pesquisa científica sobre a temática também se mostra crescente, inclusive visando a atender as demandas emergentes na prática clínica.2

Na esteira dos estudos e das discussões sobre uso excessivo de TICs, destacam-se os comportamentos de dependência. Os diferentes entendimentos de dependência de internet, dependência de smartphones e outros levam à utilização de diferentes instrumentos ao se estudar esses comportamentos, o que inviabiliza a robustez necessária para converter os resultados desses estudos em orientações de ampla aplicação na prática.54,55

Objetivamente, há diversos questionários para identificar, por exemplo, o grau de dependência de internet,54,55 mas ainda não há uma classificação consolidada, com critérios claros e padronizados para fins de diagnóstico psicopatológico envolvendo o uso de internet ou smartphones, e assim por diante. Tampouco há evidências para indicação de tratamentos comprovadamente eficazes de comportamentos envolvendo as diversas TICs (para discussão aprofundada, ver Petry e colaboradores15).

Entretanto, é importante enfatizar que não existem dúvidas sobre o espaço que as TICs passaram a ocupar na vida dos indivíduos e da sociedade, modificando comportamentos em graus variados e com diferentes implicações.15,20 A dificuldade está em determinar, por exemplo, que verificar o smartphone seguidamente em um intervalo de tempo sinalizaria dependência, ou que utilizar a internet para realizar compras compulsivas ou para verificar constantemente o que se passa nas redes sociais sinalizaria problemas em si, ou se as TICs se constituiriam somente um meio para esses comportamentos.14,15

As discussões abrangem o risco de “patologizar” comportamentos não problemáticos, além do estigma associado a transtornos mentais e ao próprio termo “dependência”.14,15 Como exemplo ilustrativo, há evidências de que o uso de JE pode contribuir para o desenvolvimento cognitivo e psicossocial de crianças e adolescentes, porém sua reputação negativa torna-se uma barreira para a implementação de soluções nesse sentido.27

Apesar da controvérsia, é preciso lidar com demandas relacionadas ao aumento do uso de TICs, como queixas envolvendo uso excessivo. Nesse sentido, estudos sobre a eficácia de intervenções à “dependência de internet”, por exemplo, referindo-se ao uso impulsivo e excessivo de recursos on-line com efeitos nocivos na funcionalidade diária do indivíduo, apresentam resultados promissores.54,55

Em consonância, dois aspectos básicos podem ser observados, a fim de identificar usos problemáticos de TICs associados à saúde mental e vice-versa. Primeiro, o comprometimento no funcionamento diário do indivíduo, ou seja, avaliar o desempenho em atividades de trabalho ou de estudo, relacionamentos interpessoais, cuidados de higiene, alimentação e saúde física. Segundo, a persistência temporal, ou seja, observar manifestações ao longo do tempo versus pontualmente.15,55

Já com enfoque no tratamento desses comportamentos, a perspectiva das TCCs tende a se destacar entre os estudos.15,55 60Ainda que não se encontre um protocolo único de TCC para o tratamento de usos problemáticos de TICs, sua aplicação fundamenta-se na concepção de que pensamentos, emoções e comportamentos estão interligados, de modo que, à medida que o indivíduo consegue identificar gatilhos de um comportamento problemático em seus pensamentos e suas emoções, pode criar estratégias para lidar com esses gatilhos, modificando seu comportamento.55

Diferentes estudos mostram que esses princípios podem ser adaptados para o tratamento de comportamentos problemáticos envolvendo as TICs.15,54 Desse modo, a seguir, são apresentadas sugestões de adaptações nessa direção, com o propósito de instrumentalizar o profissional que se depara com demandas de tratamento de fatores de risco e vulnerabilidades associadas a usos problemáticos de TICs.

Tratamento de usos problemáticos das tecnologias da informação e comunicação

Na literatura acerca de usos problemáticos de TICs sob a perspectiva da TCC, o tratamento configura-se como abordagem terapêutica estruturada e focada em objetivos. De maneira específica, busca-se capacitar o paciente a identificar pensamentos e emoções que desencadeiam o uso problemático, de modo a criar estratégias para modificar o comportamento, sem recaídas. Para tanto, são sugeridas quatro etapas:54,55

  1. conscientização do problema e identificação dos gatilhos;
  2. reestruturação cognitiva;
  3. modificação do comportamento;
  4. reforçamento e prevenção de recaída.

Conscientização do problema e identificação dos gatilhos

Para iniciar o processo, é preciso avaliar, junto do paciente, qual comportamento demanda atenção. Para isso, são explorados os padrões de uso de TICs no dia a dia e em circunstâncias específicas, identificando as áreas nas quais há maiores prejuízos. Dessa forma, identifica-se qual o uso problemático, e o quanto é problemático, em função de como esse comportamento interfere na funcionalidade diária do paciente.

Identificar comportamentos que podem constituir usos problemáticos de TICs significa avaliar se o uso de tais tecnologias está associado a prejuízos na vida do paciente e/ou na de quem está em seu entorno, bem como avaliar se prejuízos ou queixas estão associados ao uso de TICs.

Essas tecnologias abrangem diversas ferramentas e recursos tecnológicos com suas diferentes formas de uso, tendo como exemplos:

  • o JE cujo uso por tempo excessivo pode estar prejudicando outras atividades ou cujo uso pode estar envolvendo interações difíceis com os pares a despeito do tempo jogando;
  • uma rede social específica cujo uso pode estar interferindo na autoestima ou na segurança do paciente e dos familiares;
  • o smartphone cujo uso em geral pode estar dificultando a atenção concentrada;
  • a internet cujo uso para manter-se a par das notícias, seja por smartphone, computador ou outro, pode estar gerando estresse e ansiedade.

Com a clareza do problema, utiliza-se a psicoeducação para prover o paciente com informações fundamentadas a respeito do desafio a ser enfrentado. Baseada no princípio do empirismo colaborativo, a psicoeducação tem como objetivo empoderar e engajar o paciente no processo de terapia. Nesse caso, trata-se de explicar ao paciente sobre os prejuízos associados ao uso problemático das TICs, bem como os benefícios associados ao uso saudável. Além disso, cabe incluir explicações sobre a identificação de sinais, sintomas e impactos na vida, de maneira a promover conscientização e autocuidado.

Reestruturação cognitiva

Conforme representado no Quadro 1, o terapeuta pode trabalhar com o Registro de Pensamentos Distorcidos (RPD), de maneira a psicoeducar o paciente a registrar a situação, o pensamento, a emoção e o comportamento. Essa técnica visa à reestruturação cognitiva, uma vez que o paciente aprende a identificar e desafiar pensamentos e crenças irracionais ou desadaptativas relacionadas ao seu comportamento problemático.

Nesse exemplo, a “racionalização” é uma distorção cognitiva relacionada ao uso excessivo de JE: o indivíduo justifica ou minimiza as consequências negativas de seu comportamento excessivo, criando uma lógica aparentemente razoável para continuar o comportamento problemático.

QUADRO 1

REGISTRO DE PENSAMENTOS DISTORCIDOS

Situação

Um indivíduo passa várias horas seguidas jogando on-line, negligenciando outras responsabilidades, como trabalho, estudos ou interações sociais.

Pensamento distorcido — racionalização

“Jogar é a única maneira de eu realmente relaxar e fugir do estresse. Além disso, estou melhorando minhas habilidades e conectando-me com amigos on-line. Isso é muito melhor do que outras atividades prejudiciais ou vícios.”

Emoção

Alívio

Comportamento

Continuar jogando

// Fonte: Elaborado pelos autores.

No processo de reestruturação cognitiva desse pensamento distorcido, o foco consiste em ajudar o paciente a entender e desafiar a racionalização, a partir de evidências e dados da realidade. Nesse exemplo, estimula-se o paciente a reconhecer as consequências negativas do jogo excessivo, explorar outras formas mais saudáveis e equilibradas de lidar com o estresse e desenvolver uma compreensão mais realista do impacto de seus hábitos de jogo na vida cotidiana. O mesmo processo pode ajudar a estabelecer limites saudáveis para o jogo e a reforçar atividades que promovam um estilo de vida mais equilibrado, de maneira que, aos poucos, o paciente consiga substituir esses pensamentos distorcidos por cognições adaptativas.

Modificação do comportamento

Diferentes técnicas podem ser aplicadas para ajudar o paciente a encontrar alternativas para o comportamento problemático. Dentre elas, o controle de estímulos, que envolve modificar o ambiente para criar barreiras a comportamentos indesejados ou aumentar comportamentos desejados.

A depender de qual o comportamento problemático, pode-se combinar que o uso do smartphone ou o acesso à internet, por exemplo, se limitará à sala, e, dado que no quarto a falta do recurso tende a ser maior, lá haverá um bloco de papel e um lápis de desenho. Em outras palavras, trata-se de estimular o paciente a pensar como dificultar o acesso ao que é problemático e como facilitar o acesso a estímulos que possam se revelar interessantes e saudáveis.

A técnica do automonitoramento também pode ser utilizada para promover a migração do uso problemático para comportamentos saudáveis. Consiste em orientar o paciente para que registre seus comportamentos, a fim de aumentar sua conscientização de padrões prejudiciais e propiciar progresso no objetivo de modificar o comportamento problemático. Ao anotar e, posteriormente, revisar suas anotações, o paciente poderá perceber e criticar condutas automáticas, sobre as quais não tinha conhecimento.

Por exemplo, ao manter um registro do tempo de uso do computador ou dos horários nos quais verificou suas redes sociais, em quais contextos ocorreram esses comportamentos, o que pensou e o que estava sentindo, o paciente poderá identificar padrões e gatilhos do uso problemático. Conforme o caso, pode-se ajudar o paciente a se desafiar e romper com padrões automáticos, experimentando novas formas de realizar suas atividades. Outro aspecto interessante do automonitoramento é o fato de propiciar aprendizado de gestão do tempo, possibilitando equilibrar tarefas realizadas por meio de TICs e outras atividades.

Reforçamento e prevenção de recaída

O propósito dessa etapa é reforçar novos comportamentos para evitar recaídas, promovendo pensamentos e emoções que não desencadeiem o velho uso problemático. Para tanto, pode-se substituir o automonitoramento por registros de sucesso, dificuldades superadas e objetivos alcançados.

Além disso, pode ser interessante trabalhar as habilidades sociais do paciente, a fim de favorecer relacionamentos que possam facilitar a permanência na trajetória desenhada. Nesse sentido, pode-se ensinar técnicas de comunicação assertiva, como manter contato visual, escutar com atenção e manter um diálogo. Caso identificado que o uso problemático pode estar servindo para evitação de situações desconfortáveis, torna-se importante a exposição a elas.

Trabalhar habilidades de empatia também pode funcionar bem, lembrando que o desenvolvimento de habilidades sociais é sempre um processo gradual. Portanto, o apoio contínuo, a paciência e a prática regular são essenciais. A depender do caso, pode-se avaliar com o paciente a pertinência de envolver familiares ou outros no processo. À medida que o paciente passa a integrar as diversas técnicas em seu dia a dia, possivelmente acabe diminuindo naturalmente o uso de TICs.

Em paralelo às quatro etapas descritas, a regulação emocional constitui uma faceta da TCC que merece ser destacada, dadas as escolhas do indivíduo no uso de TICs poderem ser associadas à regulação das emoções. Estudos mostram que indivíduos que fazem uso excessivo das TICs podem não regular de forma adaptativa suas emoções, fazendo mais uso de supressão emocional,9 ou seja, em vez de utilizar estratégias adaptativas de regulação emocional, como a resolução de problemas ou o apoio social, esses indivíduos lidam com as emoções através de evitação e distração.

Nesses casos, as estratégias de regulação emocional podem se tornar amortecedores contra transtornos mentais. Por exemplo, pode-se conduzir o tratamento de maneira que o paciente aprenda estratégias para gerenciar sintomas de ansiedade sem recorrer ao uso de TICs, ou recorrendo a usos específicos para essa finalidade. Conforme identificado por Fortes e colaboradores,9 o uso excessivo de smartphones pode ter implicações diferentes para a saúde mental, moderado pelas estratégias de regulação emocional.

Uso saudável de tecnologias da informação e comunicação aliadas às terapias cognitivo-comportamentais

Tratando-se da promoção de saúde, sabe-se que a vivência da pandemia da covid-19 acelerou a adoção de funcionalidades das TICs direcionadas à saúde e ao bem-estar. Por exemplo, aplicativos on-line experimentados durante as medidas de lockdown continuaram em uso, ou foram substituídos por versões aprimoradas. De forma similar, os atendimentos a distância também ganharam aceitação e adesão.3,4

Com a popularização de novos recursos, torna-se possível motivar seu uso de novas formas. Por exemplo, o smartphone pode ser utilizado para registro de:54

  • pensamentos distorcidos e pensamentos alternativos;
  • diário de automonitoramento;
  • organizador de gestão de tempo;
  • exercícios de meditação e relaxamento.

Superadas as barreiras de estrutura de acesso ao universo digital, as vantagens de atendimento psicoterapêutico on-line são evidentes. Além disso, estudos mais recentes apontam que a combinação da TCC on-line com consultas presenciais traz vantagens de ambos os formatos, com custos mais baixos do que a terapia tradicional.54

No conjunto, tudo indica que novos recursos que gerem benefícios para a saúde mental e a qualidade de vida dos indivíduos tendem a ser bem-aceitos, podendo ser inseridos nas intervenções e nas ações preventivas, configurando usos saudáveis das TICs.

ATIVIDADES

7. Em relação aos desafios do paciente no tratamento de usos problemáticos de TICs com a TCC, assinale a alternativa correta.

A) Controlar o uso problemático.

B) Ter somente pensamentos e emoções positivas.

C) Manejar pensamentos e emoções que propiciam uso problemático.

D) Controlar pensamentos e emoções que geram uso problemático.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


As alternativas A, B e D estão incorretas, pois o foco do paciente em “controlar” ou “deletar” o problema não é o grande desafio, mas sim reconhecer e aprender a lidar com possíveis gatilhos, tanto no tempo atual quanto no decorrer dos anos.

Resposta correta.


As alternativas A, B e D estão incorretas, pois o foco do paciente em “controlar” ou “deletar” o problema não é o grande desafio, mas sim reconhecer e aprender a lidar com possíveis gatilhos, tanto no tempo atual quanto no decorrer dos anos.

A alternativa correta é a "C".


As alternativas A, B e D estão incorretas, pois o foco do paciente em “controlar” ou “deletar” o problema não é o grande desafio, mas sim reconhecer e aprender a lidar com possíveis gatilhos, tanto no tempo atual quanto no decorrer dos anos.

8. Em relação à aplicação da TCC no uso problemático de TICs, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

A TCC é comprovadamente sempre eficaz no tratamento de usos problemáticos de TICs.

Há evidências de resultados positivos da TCC em casos de usos problemáticos de TICs.

Há consistência de resultados da TCC no uso problemático de TICs em diferentes culturas.

Técnicas da TCC como a identificação de pensamentos distorcidos mostram bons resultados no tratamento de usos problemáticos de TICs.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — F — V — F

B) F — V — F — V

C) F — F — V — V

D) V — V — F — F

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


Em relação à aplicação da TCC no uso problemático de TICs, a primeira e a terceira afirmativas, referentes à comprovação da eficácia e à consistência de resultados da TCC, são falsas, porém há evidências de que as técnicas da TCC podem promover bons resultados, conforme a segunda e a quarta afirmativas, que são verdadeiras.

Resposta correta.


Em relação à aplicação da TCC no uso problemático de TICs, a primeira e a terceira afirmativas, referentes à comprovação da eficácia e à consistência de resultados da TCC, são falsas, porém há evidências de que as técnicas da TCC podem promover bons resultados, conforme a segunda e a quarta afirmativas, que são verdadeiras.

A alternativa correta é a "B".


Em relação à aplicação da TCC no uso problemático de TICs, a primeira e a terceira afirmativas, referentes à comprovação da eficácia e à consistência de resultados da TCC, são falsas, porém há evidências de que as técnicas da TCC podem promover bons resultados, conforme a segunda e a quarta afirmativas, que são verdadeiras.

9. Em relação aos motivos da dificuldade de produção de protocolos padronizados para o tratamento de usos problemáticos de TICs, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

Falta de critérios diagnósticos padronizados.

Diversidade de concepções sobre uso problemático.

Falta de eficácia de qualquer tipo de tratamento.

Mudanças constantes no uso das TICs.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V — V — F — V

B) F — V — V — V

C) F — F — V — V

D) V — F — F — F

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


Em relação aos motivos da dificuldade de produção de protocolos padronizados para o tratamento de usos problemáticos de TICs, a terceira afirmativa é falsa, pois diferentes técnicas mostram resultados positivos para esse tratamento.

Resposta correta.


Em relação aos motivos da dificuldade de produção de protocolos padronizados para o tratamento de usos problemáticos de TICs, a terceira afirmativa é falsa, pois diferentes técnicas mostram resultados positivos para esse tratamento.

A alternativa correta é a "A".


Em relação aos motivos da dificuldade de produção de protocolos padronizados para o tratamento de usos problemáticos de TICs, a terceira afirmativa é falsa, pois diferentes técnicas mostram resultados positivos para esse tratamento.

10. Leia as alternativas sobre técnicas no tratamento de usos problemáticos das TICs.

I. Psicoeducação.

II. Hipnose e biofeedback.

III. Automonitoramento.

IV. Reestruturação cognitiva.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I, a II e a III.

B) Apenas a I, a II e a IV.

C) Apenas a I, a III e a IV.

D) Apenas a II, a III e a IV.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


Referente às técnicas no tratamento de usos problemáticos das TICs, a alternativa II está incorreta, pois não constam dados científicos a respeito do uso de hipnose e biofeedback em tal tratamento.

Resposta correta.


Referente às técnicas no tratamento de usos problemáticos das TICs, a alternativa II está incorreta, pois não constam dados científicos a respeito do uso de hipnose e biofeedback em tal tratamento.

A alternativa correta é a "C".


Referente às técnicas no tratamento de usos problemáticos das TICs, a alternativa II está incorreta, pois não constam dados científicos a respeito do uso de hipnose e biofeedback em tal tratamento.

11. Sobre o tratamento de usos problemáticos das TICs, correlacione as colunas.

1 Conscientização do problema e identificação de gatilhos

2 Reestruturação cognitiva

3 Modificação do comportamento

4 Reforçamento e prevenção de recaída

O terapeuta pode trabalhar com o RPD, de maneira a psicoeducar o paciente a registrar a situação, o pensamento, a emoção e o comportamento.

Trabalhar habilidades de empatia nessa etapa também pode funcionar bem, lembrando que o desenvolvimento de habilidades sociais é sempre um processo gradual.

Com a clareza do problema, utiliza-se a psicoeducação para prover o paciente com informações fundamentadas a respeito do desafio a ser enfrentado.

Diferentes técnicas podem ser aplicadas para ajudar o paciente a encontrar alternativas para o comportamento problemático.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 2 — 4 — 1 — 3

B) 3 — 2 — 4 — 1

C) 1 — 3 — 2 — 4

D) 4 — 1 — 3 — 2

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


Sobre o tratamento de usos problemáticos das TICs, na conscientização do problema e identificação de gatilhos, com a clareza do problema, utiliza-se a psicoeducação para prover o paciente com informações fundamentadas a respeito do desafio a ser enfrentado. Na reestruturação cognitiva, o terapeuta pode trabalhar com o RPD, de maneira a psicoeducar o paciente a registrar a situação, o pensamento, a emoção e o comportamento. Essa técnica visa à reestruturação cognitiva, uma vez que o paciente aprende a identificar e desafiar pensamentos e crenças irracionais ou desadaptativas relacionadas ao seu comportamento problemático. Na modificação do comportamento, diferentes técnicas podem ser aplicadas para ajudar o paciente a encontrar alternativas para o comportamento problemático. Dentre elas, o controle de estímulos envolve modificar o ambiente para criar barreiras a comportamentos indesejados ou aumentar comportamentos desejados. Por fim, no reforçamento e prevenção de recaída, trabalhar habilidades de empatia também pode funcionar bem, lembrando que o desenvolvimento de habilidades sociais é sempre um processo gradual. Portanto, o apoio contínuo, a paciência e a prática regular são essenciais.

Resposta correta.


Sobre o tratamento de usos problemáticos das TICs, na conscientização do problema e identificação de gatilhos, com a clareza do problema, utiliza-se a psicoeducação para prover o paciente com informações fundamentadas a respeito do desafio a ser enfrentado. Na reestruturação cognitiva, o terapeuta pode trabalhar com o RPD, de maneira a psicoeducar o paciente a registrar a situação, o pensamento, a emoção e o comportamento. Essa técnica visa à reestruturação cognitiva, uma vez que o paciente aprende a identificar e desafiar pensamentos e crenças irracionais ou desadaptativas relacionadas ao seu comportamento problemático. Na modificação do comportamento, diferentes técnicas podem ser aplicadas para ajudar o paciente a encontrar alternativas para o comportamento problemático. Dentre elas, o controle de estímulos envolve modificar o ambiente para criar barreiras a comportamentos indesejados ou aumentar comportamentos desejados. Por fim, no reforçamento e prevenção de recaída, trabalhar habilidades de empatia também pode funcionar bem, lembrando que o desenvolvimento de habilidades sociais é sempre um processo gradual. Portanto, o apoio contínuo, a paciência e a prática regular são essenciais.

A alternativa correta é a "A".


Sobre o tratamento de usos problemáticos das TICs, na conscientização do problema e identificação de gatilhos, com a clareza do problema, utiliza-se a psicoeducação para prover o paciente com informações fundamentadas a respeito do desafio a ser enfrentado. Na reestruturação cognitiva, o terapeuta pode trabalhar com o RPD, de maneira a psicoeducar o paciente a registrar a situação, o pensamento, a emoção e o comportamento. Essa técnica visa à reestruturação cognitiva, uma vez que o paciente aprende a identificar e desafiar pensamentos e crenças irracionais ou desadaptativas relacionadas ao seu comportamento problemático. Na modificação do comportamento, diferentes técnicas podem ser aplicadas para ajudar o paciente a encontrar alternativas para o comportamento problemático. Dentre elas, o controle de estímulos envolve modificar o ambiente para criar barreiras a comportamentos indesejados ou aumentar comportamentos desejados. Por fim, no reforçamento e prevenção de recaída, trabalhar habilidades de empatia também pode funcionar bem, lembrando que o desenvolvimento de habilidades sociais é sempre um processo gradual. Portanto, o apoio contínuo, a paciência e a prática regular são essenciais.

Exemplo clínico

P. L., 28 anos, solteiro, programador, procurou atendimento após reconhecer uso problemático de jogos eletrônicos. Ele relata que passa cerca de 10 a 12 horas por dia jogando on-line, o que tem prejudicado de maneira significativa seu trabalho e sua vida social. P. L. descreve uma sensação de ansiedade quando tenta reduzir o tempo de jogo, bem como irritabilidade e inquietação.

O paciente menciona que, no início, os jogos serviam como fuga para o estresse do trabalho e forma de socialização com amigos on-line. Era comum que ele tivesse o pensamento de: “Jogar é a única maneira de relaxar após um dia estressante.” No entanto, com o tempo, percebeu que estava cada vez mais isolado dos amigos presenciais e de seus familiares. P. L. também notou piora no seu desempenho profissional, devido ao cansaço e à falta de sono adequado, resultante das longas horas de jogo durante a noite. Houve declínio notável em seu desempenho no trabalho, bem como negligência em tarefas domésticas e compromissos sociais e familiares.

A tentativa de reduzir ou cessar o jogo desencadeava ansiedade significativa, com pensamentos obsessivos sobre o jogo, como: “Se eu parar de jogar, vou perder minha comunidade e meus amigos on-line.” O medo de perder conexões sociais virtuais gerava ansiedade significativa sobre a ideia de reduzir o tempo de jogo. Ao se deparar com isso, P. L se justificava, dizendo: “Todo mundo gasta tempo em hobbies; o meu é apenas o jogo.”

ATIVIDADES

12. Considerando o caso de P. L., um programador de 28 anos com uso problemático de JE, leia as afirmativas sobre as técnicas de TCC adequadas para tratar os pensamentos disfuncionais relacionados ao comportamento de jogo desse paciente.

I. Reestruturação cognitiva para identificar e desafiar pensamentos automáticos negativos sobre si mesmo e o uso de JE.

II. Exposição com prevenção de resposta para reduzir a ansiedade associada a não jogar, expondo P. L. gradualmente a períodos mais longos sem JE.

III. Treinamento assertivo para melhorar a habilidade de P. L. de se comunicar de maneira efetiva com colegas de trabalho e amigos fora do contexto de JE.

IV. Prescrição de atividades físicas intensas como única intervenção, assumindo que o aumento da atividade física por si só resolverá os padrões de pensamento disfuncionais de P. L.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I, a II e a III.

B) Apenas a I, a II e a IV.

C) Apenas a I, a III e a IV.

D) Apenas a II, a III e a IV.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


Embora a atividade física seja um componente valioso de um estilo de vida saudável e possa complementar o tratamento para uso problemático de JE, sobretudo no que se refere à melhora do humor e da saúde física, ela não aborda diretamente os pensamentos disfuncionais que sustentam o comportamento de jogo problemático. A TCC foca em identificar, desafiar e modificar pensamentos e crenças disfuncionais.

Resposta correta.


Embora a atividade física seja um componente valioso de um estilo de vida saudável e possa complementar o tratamento para uso problemático de JE, sobretudo no que se refere à melhora do humor e da saúde física, ela não aborda diretamente os pensamentos disfuncionais que sustentam o comportamento de jogo problemático. A TCC foca em identificar, desafiar e modificar pensamentos e crenças disfuncionais.

A alternativa correta é a "A".


Embora a atividade física seja um componente valioso de um estilo de vida saudável e possa complementar o tratamento para uso problemático de JE, sobretudo no que se refere à melhora do humor e da saúde física, ela não aborda diretamente os pensamentos disfuncionais que sustentam o comportamento de jogo problemático. A TCC foca em identificar, desafiar e modificar pensamentos e crenças disfuncionais.

Conclusão

Neste capítulo, foram discutidos os riscos de prejuízos à saúde mental associados ao uso problemático de TICs, os quais demandam cuidados e orientação, bem como a importância da atenção quanto aos benefícios em potencial associados ao uso saudável dessas tecnologias, que podem funcionar como fatores de proteção para os indivíduos. Buscou-se instrumentalizar o leitor a identificar indicadores de saúde mental que podem ter relação com o uso de TICs e vice-versa, para manejo clínico conforme pertinência.

Além de abordar o uso de redes sociais, JE e situações de cyberbullying, este capítulo apresentou orientações para promoção de uso saudável e tratamento de usos problemáticos de TICs, sob a perspectiva da TCC. Em paralelo à continuidade de pesquisa, é fundamental que a prática clínica acompanhe as inovações tecnológicas, inclusive para contribuir no processo de formulação de critérios diagnósticos e intervenções eficazes, bem como ações preventivas envolvendo esse comportamento.

O conhecimento científico vigente não deixa dúvidas de que é preciso cautela para não “patologizar” o uso de TICs, assim como atenção para não banalizar os riscos reais de seu uso inadequado. Fica o convite ao leitor: manter-se alerta e prover os cuidados que estiverem ao seu alcance para correções de trajetória, além de contribuir com a promoção de aproveitamento do potencial benéfico das tecnologias já disponíveis e que ainda estão por vir.

Atividades: Respostas

Atividade 1 // Resposta: C

Comentário: Em relação às TICs nas redes sociais, a alternativa está incorreta, pois, com o avanço das TICs, novas formas de disseminação de informação e de interação com conteúdo foram sendo desenvolvidas, dando origem às mídias sociais. A alternativa B está incorreta porque as redes sociais são plataformas digitais nas quais os participantes podem criar conexões publicamente, as quais outros usuários podem visualizar e interagir com elas. A alternativa D está incorreta, considerando que as formas de relação interpessoal se mostram abrangentes e em crescimento exponencial, sobretudo após a pandemia de covid-19, na qual as interações sociais ocorreram marcadamente através de plataformas de redes sociais.

Atividade 2 // Resposta: B

Comentário: Em relação ao UPRS, a terceira afirmativa é falsa, pois as características do UPRS citadas são tempo de uso exagerado, negligência da vida fora das telas, verificação compulsiva de uma ou mais redes sociais e impactos na saúde do indivíduo. A quarta afirmativa é falsa porque o transtorno da personalidade narcisista não é associado a UPRS, segundo os estudos realizados.

Atividade 3 // Resposta: D

Comentário: No que se refere a JE, a afirmativa I está incorreta, pois, além de o comportamento de “jogar videogame” ser percebido como perda de tempo ou distração, o uso de JE remete a comportamentos agressivos ou até a noção de que os JE podem estimular atos de violência para além das telas.

Atividade 4 // Resposta: A

Comentário: Em relação ao uso de JE a favor da saúde mental, a alternativa B está incorreta, pois condições de saúde física não foram objeto dos estudos mencionados. A alternativa C está incorreta porque, na prática, interações em âmbito de JE podem favorecer conflitos individuais e situações de cyberbullying. A alternativa D está incorreta, tendo em vista que aumento da autoestima não foi um dos achados dos estudos mencionados.

Atividade 5 // Resposta: C

Comentário: Em relação aos aspectos que podem sinalizar situação de cyberbullying segundo diversos estudos com adolescentes, a alternativa A está incorreta, pois questões de poder estão relacionadas ao cyberbullying referente a um estudo com adultos, não adolescentes. A alternativa B está incorreta porque ocorrência de assédio moral ou sexual também está relacionada ao cyberbullying referente a um estudo com adultos. A alternativa D está incorreta, considerando que os estudos citados não mencionam desenvolvimento de sintomas narcisistas, e sim de depressão.

Atividade 6 // Resposta: B

Comentário: Quando as interações no jogo envolvem competição acirrada, comportamentos agressivos entre os jogadores podem se tornar recorrentes, caracterizando cyberbullying.

Atividade 7 // Resposta: C

Comentário: As alternativas A, B e D estão incorretas, pois o foco do paciente em “controlar” ou “deletar” o problema não é o grande desafio, mas sim reconhecer e aprender a lidar com possíveis gatilhos, tanto no tempo atual quanto no decorrer dos anos.

Atividade 8 // Resposta: B

Comentário: Em relação à aplicação da TCC no uso problemático de TICs, a primeira e a terceira afirmativas, referentes à comprovação da eficácia e à consistência de resultados da TCC, são falsas, porém há evidências de que as técnicas da TCC podem promover bons resultados, conforme a segunda e a quarta afirmativas, que são verdadeiras.

Atividade 9 // Resposta: A

Comentário: Em relação aos motivos da dificuldade de produção de protocolos padronizados para o tratamento de usos problemáticos de TICs, a terceira afirmativa é falsa, pois diferentes técnicas mostram resultados positivos para esse tratamento.

Atividade 10 // Resposta: C

Comentário: Referente às técnicas no tratamento de usos problemáticos das TICs, a alternativa II está incorreta, pois não constam dados científicos a respeito do uso de hipnose e biofeedback em tal tratamento.

Atividade 11 // Resposta: A

Comentário: Sobre o tratamento de usos problemáticos das TICs, na conscientização do problema e identificação de gatilhos, com a clareza do problema, utiliza-se a psicoeducação para prover o paciente com informações fundamentadas a respeito do desafio a ser enfrentado. Na reestruturação cognitiva, o terapeuta pode trabalhar com o RPD, de maneira a psicoeducar o paciente a registrar a situação, o pensamento, a emoção e o comportamento. Essa técnica visa à reestruturação cognitiva, uma vez que o paciente aprende a identificar e desafiar pensamentos e crenças irracionais ou desadaptativas relacionadas ao seu comportamento problemático. Na modificação do comportamento, diferentes técnicas podem ser aplicadas para ajudar o paciente a encontrar alternativas para o comportamento problemático. Dentre elas, o controle de estímulos envolve modificar o ambiente para criar barreiras a comportamentos indesejados ou aumentar comportamentos desejados. Por fim, no reforçamento e prevenção de recaída, trabalhar habilidades de empatia também pode funcionar bem, lembrando que o desenvolvimento de habilidades sociais é sempre um processo gradual. Portanto, o apoio contínuo, a paciência e a prática regular são essenciais.

Atividade 12 // Resposta: A

Comentário: Embora a atividade física seja um componente valioso de um estilo de vida saudável e possa complementar o tratamento para uso problemático de JE, sobretudo no que se refere à melhora do humor e da saúde física, ela não aborda diretamente os pensamentos disfuncionais que sustentam o comportamento de jogo problemático. A TCC foca em identificar, desafiar e modificar pensamentos e crenças disfuncionais.

Referências

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Autores

CAROLINA S. M. LISBOA // Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestra e Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com estágio na Universidade do Minho (Portugal). Terapeuta cognitivo-comportamental certificada pela Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC). Pesquisadora nível 1D-CNPq.

BOLIVAR CIBILS FILHO // Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Especialista em Terapias Cognitivo-comportamentais pela Wainer Psicologia com aperfeiçoamento em Formação em Terapia do Esquema (Wainer/ISST), Treinamento em Terapia Focada na Compaixão (Compassionate Mind Foundation) e Aprimoramento em Transtornos Alimentares (AMBULIM). Mestre em Psicologia pela PUCRS. Doutorando em Psicologia pela PUCRS.

AMANDA BORGES FORTES // Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Especialista em Terapias Cognitivo-comportamentais pela Wainer Psicologia com Formação em Terapia do Esquema (Wainer/ISST) e em Psicologia Positiva (Núcleo PP). Mestra em Psicologia pela PUCRS.

DANIEL CAPELLI FULGINITI // Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Especialista em Terapias Cognitivo-comportamentais pela Wainer Psicologia. Mestre em Psicologia pela PUCRS.

PATRICIA LIEBESNY BROILO // Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Especialista em Neuropsicologia com formação em Avaliações Psicológicas pelo Instituto de Ensino, Pesquisa e Atendimento Individual e Familiar (InTCC). Mestra em Administração e Negócios pelo Programa de Pós-graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PPGAd/PUCRS). Doutora em Administração pelo PPGAd/PUCRS. Pós-doutorado em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da PUCRS (PPGP/PUCRS).

Como citar a versão impressa deste documento

Lisboa, C. S. M., Cibils Filho, B., Fortes, A. B., Fulginiti, D. C., & Broilo, P. L. (2024). Tecnologias da informação e comunicação & saúde mental. In Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, C. B. Neufeld, E. M. O. Falcone & B. P. Rangé (Orgs.), PROCOGNITIVA Programa de Atualização em Terapia Cognitivo-Comportamental: Ciclo 11 (pp. 11-42). Artmed Panamericana. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 3).

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