Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- interpretar a anatomia, as funções e as características do tendão calcâneo (TC);
- revisar as nomenclaturas das patologias degenerativas do TC;
- identificar o diagnóstico conforme o quadro clínico;
- interpretar os exames de imagem;
- propor o tratamento cirúrgico ou conservador, conforme o caso.
Esquema conceitual

Introdução
O TC é o mais forte tendão do corpo humano.1,2 Em alguns exercícios, ele pode ser capaz de suportar carga superior a 12 vezes o peso corporal.3 Por outro lado, ele se torna mais propenso a sofrer lesões relacionadas a essas atividades, como a tendinopatia inflamatória, degenerativa ou mista, podendo culminar com sua ruptura. A incidência dessa lesão vem aumentando nas últimas décadas, especialmente com a intensificação da prática esportiva, respondendo por 44 a 83% de suas rupturas.4
A etiologia das doenças do TC é multifatorial. Engloba fatores relacionados à carga crônica sobre uma estrutura deficiente,5,6 deficiência vascular7 (na parte média do corpo), fatores intrínsecos do paciente (alinhamento do retropé e fatores genéticos), uso de medicamentos, como corticoides8 e fluoroquinolonas,9 além de falha no processo de cura de microlesões.
A ruptura do TC possui incidência média de 8,3 por cem mil pessoas, tendo seu pico entre a quarta e quinta décadas de vida.10 Representa a expressão máxima da doença tendínea, fruto de um processo crônico de degeneração que, na maioria das vezes, é assintomático.