- Introdução
A terapia cognitiva processual (TCPterapia cognitiva processual), desenvolvida e continuamente refinada ao longo da última década no Departamento de Neurociências e Saúde Mental da Universidade Federal da Bahia (UFBA-DNCSM),1 tem, na obra O Processo, de Franz Kafka,2 sua inspiração inicial. Nela, o principal personagem, Joseph K., desconhece o crime pelo qual é preso e condenado, sem qualquer oportunidade de defesa, de maneira semelhante ao que pode ser observado em pacientes que buscam psicoterapia, que constantemente acusam e sentenciam a si mesmos por meio de suas crenças centrais negativas e são incapazes de organizar sua própria defesa.3
A TCPterapia cognitiva processual – uma abordagem transdiagnóstica, manualizada e baseada na terapia cognitiva (TCterapia cognitiva) desenvolvida por Aaron Beck – caracteriza-se pela integração da conceituação de caso à condução do processo terapêutico4 e pelo uso de técnicas específicas, direcionadas à modificação das crenças centrais do paciente, principalmente aquelas relativas a si mesmos.3
A aplicação da TCPterapia cognitiva processual tem auxiliado pacientes em todo o mundo a se tornarem mais conscientes de suas crenças centrais (autoacusações), viabilizando a construção de perspectivas mais realistas e funcionais a respeito de si mesmos.1
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor o leitor será capaz de:
- identificar as principais características da TCPterapia cognitiva processual;
- caracterizar as diferentes fases da intervenção;
- distinguir as diferentes técnicas associadas a cada fase da abordagem;
- conhecer dados empíricos relativos à eficácia da TCPterapia cognitiva processual;
- avaliar perspectivas futuras.
- Esquema conceitual