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TERAPIA NUTRICIONAL A PACIENTES CRÍTICOS COM CÂNCER

Ronaldo Sousa Oliveira Filho

Ana Carolina Tamburrino

Micheline Tereza Pires de Souza

Gislaine Aparecida Ozório

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Introdução

A prevalência de risco nutricional/desnutrição em pacientes críticos com câncer é elevada; entre 40 e 80% deles podem apresentar sinais clássicos de risco nutricional, como perda de peso e anorexia.1 A desnutrição está relacionada a maior tempo de internação hospitalar e é considerada fator independente para o aumento de mortalidade, além de acarretar elevado custo hospitalar.1,2

Os pacientes oncológicos e desnutridos, quando candidatos a cirurgias de grande porte, geralmente necessitam de cuidados especiais em unidade de terapia intensiva (UTI) no período pós-operatório (PO). Durante a internação na UTI, os doentes oncológicos críticos podem apresentar maior dependência de ventilação pulmonar mecânica (VPMventilação pulmonar mecânica), necessidade de terapia renal substitutiva e, consequentemente, elevadas taxas de complicações cirúrgicas, infecções de feridas, deiscência de anastomose e morte no período PO.1–4

Essas complicações clínicas estão relacionadas à desnutrição intra-hospitalar, assim como à desnutrição que foi previamente desenvolvida ao longo do tratamento oncológico; por exemplo, durante os ciclos de quimioterapia e/ou radioterapia. Soma-se a isso a presença de sarcopenia, que, em geral, é subnotificada na população de pacientes oncológicos e desnutridos.1–7

Nesse contexto, destaca-se a importância da avaliação do risco e do estado nutricional no momento da internação hospitalar ou em UTIs, e, quando possível, a avaliação nutricional pode ser complementada com diagnóstico de sarcopenia, principalmente em pacientes obesos e idosos.1–7

Além disso, a prescrição e o início precoce da terapia nutricional oral (TNOterapia nutricional oral), da TN enteral (TNE) e da TN parenteral (TNP) são essenciais em pacientes críticos oncológicos e de alto risco nutricional. É importante ressaltar que a escolha da melhor via de alimentação e o manejo dos sintomas dessas TNs devem ocorrer de acordo com as diretrizes nacionais e internacionais de TN, conforme será amplamente discutido e abordado neste capítulo.1–7

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • discutir as ferramentas de avaliação do risco e do estado nutricional no paciente oncológico crítico;
  • identificar os principais critérios para diagnóstico de desnutrição em UTI e sua aplicação em oncologia;
  • ampliar os conhecimentos sobre métodos de avaliação da composição corporal e o impacto da sarcopenia em pacientes críticos com câncer;
  • descrever as fases da doença crítica em oncologia;
  • reconhecer as necessidades nutricionais no paciente oncológico crítico;
  • listar as recomendações nutricionais e as particularidades em pacientes oncológicos críticos obesos;
  • identificar os pacientes oncológicos em risco de síndrome de realimentação (SRsíndrome de realimentação) em UTI;
  • revisar os conhecimentos sobre as especificidades das TNs em oncologia e cuidados intensivos.

Esquema conceitual

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