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TESTES OLFATÓRIOS

Marcel Menon Miyake

Juliana Pascutti Sant’Ana

Caio Gomes Floriano

Ana Flávia Calvo

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • listar os testes de qualidade de vida (QV);
  • identificar os diferentes testes olfatórios e reconhecer suas principais características;
  • reconhecer o teste que mais se adequa a cada realidade da prática clínica da avaliação olfatória.

Esquema conceitual

Introdução

O conhecimento que se tem a respeito da fisiologia do sistema olfatório apresenta grande defasagem quando comparado a outros sistemas sensoriais, como a visão e a audição. Essa limitação reflete diretamente na quantidade de instrumentos disponíveis para avaliação de etiologia, topografia e intensidade de eventuais perdas olfatórias, como também em poucas alternativas terapêuticas disponíveis.1

Um dos grandes marcos que contribuiu para melhor compreensão da fisiologia do olfato envolveu a descrição dos receptores odoríferos, a organização do epitélio olfatório e sua relação com o bulbo e o córtex olfatório, feita por Richard Axel e Linda Buck no final do século XX, o que conferiu a eles o Prêmio Nobel de 2004.2

Desde então, as publicações relacionadas ao olfato vêm aumentando cada vez mais, principalmente após a pandemia de covid-19, que apresentou alta prevalência de pacientes com anosmia e expôs as limitações dos métodos diagnósticos e possibilidades terapêuticas a esses pacientes.3

A utilização de instrumentos validados para diagnóstico, caracterização e mensuração de doenças é fundamental tanto na avaliação e no acompanhamento clínico do paciente quanto no contexto da pesquisa clínica.4

No consultório médico, os instrumentos permitem classificar de forma consistente determinado estado de saúde, bem como compará-lo em visitas subsequentes, minimizando a subjetividade da simples descrição de anamnese do médico. Na pesquisa clínica, uniformizam a forma como os dados são coletados, possibilitando a comparação entre diversos grupos ou a eficácia de um tratamento.

Na avaliação olfatória, a utilização de instrumentos validados é ainda mais importante. É comum que as autoavaliações não se correlacionem5 com as medidas quantitativas oferecidas pelos testes olfatórios. Por exemplo, em algumas doenças, frequentemente os pacientes acreditam ter perda leve, quando, na verdade, o resultado do teste aponta para perda grave ou moderada.6 Entre as possíveis variáveis que influenciam nessa discrepância estão grau cognitivo do paciente, idade avançada e possíveis simuladores.

Além de uma cuidadosa anamnese, a realização de pelo menos um questionário de QV e um teste olfatório semissubjetivo validados são fundamentais para determinar com melhor precisão eventual disfunção olfatória do paciente.

Neste capítulo, serão abordadas as diferentes formas de se mensurar a função olfatória por meio de instrumentos subjetivos, como escalas e questionários de QV, e semissubjetivos, como os testes olfatórios.

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