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TRATAMENTO DO DIABETES INSÍPIDO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA

Autores: Nilzete Liberato Bresolin, Maria Goretti Moreira Guimarães Penido, Mariana Guimarães Penido de Paula
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer os pacientes em risco de desenvolver diabetes insípido (DI);
  • reconhecer os pacientes que tenham DI congênito ou adquirido;
  • identificar os métodos para diagnosticar DI;
  • diferenciar diabetes insípido central (DIC), diabetes insípido nefrogênico (DIN) e polidipsia primária (PP);
  • indicar as medidas que compõem o tratamento de DIC e DIN em unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP).

Esquema conceitual

Introdução

O DI é definido como a inabilidade de concentrar a urina, o que resulta em poliúria e polidipsia.1,2

O DI pode causar diferentes manifestações clínicas e também considerações terapêuticas diversas.1,2 Pode resultar de produção inadequada do hormônio antidiurético (ADH) pelo hipotálamo ou por sua secreção inadequada pela neuro-hipófise, configurando DIC ou DIN. Pode ter origem genética ou traumática. Também pode resultar da resistência à ação do ADH nos túbulos renais, sendo denominado DIN ou DI renal. E ainda pode resultar de uma degradação do hormônio devida à liberação de vasopressinases pela placenta durante o período gestacional, sendo denominado diabetes insípido gestacional (DIG).1,3

Existem autores que consideram o diabetes insípido dipsógeno/psicógeno (DID), também chamado de PP, como um tipo de DI.3

Considerando-se o conhecimento pouco difundido sobre o DI, são importantes o diagnóstico preciso e a abordagem terapêutica adequada, uma vez que a condição pode trazer muitas complicações ao indivíduo.4

Em pacientes não diagnosticados, diagnosticados incorretamente ou em situações emergenciais, é comum episódios de desidratação grave ocasionados pelo manejo incorreto do DI.4 Esses episódios, se recorrentes, podem ocasionar quadros clínicos de danos cerebrais permanentes, deficiência cognitiva, convulsões e atraso no desenvolvimento físico e mental.3

O DI é uma doença rara, com prevalência estimada em 1:25.000.3 Menos de 10% dos casos são de natureza congênita. O DIC é responsável por mais de 90% dos casos de DI e pode se apresentar em qualquer idade, dependendo da causa.5 Nenhuma prevalência para causas hereditárias de DIC foi estabelecida, e, nesse tipo, as formas adquiridas são muito mais comuns do que as formas hereditárias. O DIN é menos frequente do que o DIC e geralmente se apresenta no primeiro ano de vida.6 Inexistem estudos epidemiológicos sobre DI no Brasil.

Diferenciar os tipos de DI é importante, pois as estratégias de tratamento diferem, e a aplicação de um tratamento errôneo pode ser perigosa. No entanto, um diagnóstico preciso é muitas vezes difícil, especialmente em pacientes com PP ou formas parciais de DIC e DIN.7

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