Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer o impacto da ventilação mecânica (VM) na função diafragmática;
- identificar os achados clínicos e radiológicos compatíveis com disfunção diafragmática;
- reconhecer o papel do diafragma no desmame da VM;
- indicar as possibilidades terapêuticas para os quadros de disfunção diafragmática.
Esquema conceitual
Introdução
O desmame ventilatório na pediatria é um desafio, e múltiplos fatores estão associados à falha ou ao sucesso da retirada de crianças criticamente doentes da VM. O processo de desmame seguro inclui avaliações de variáveis neurológicas, hemodinâmicas e respiratórias para testar a prontidão do paciente em sair do ventilador mecânico com segurança, e a avaliação diafragmática vem ganhando evidência como uma variável importante nesse processo.
O diafragma é o principal músculo respiratório e, com contrações rítmicas e contínuas, promove o influxo e o efluxo de ar nos pulmões.1 A natureza de contrações ritmadas e ininterruptas do diafragma torna improvável que, em condições fisiológicas, possa ocorrer uma lesão por desuso.2,3
Qualquer alteração no eixo entre a geração do estímulo nervoso ventilatório (lesão central ou de nervo frênico) e a musculatura propriamente dita (propriedades contráteis e anatômicas) pode determinar a disfunção diafragmática.2,3