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TRATAMENTO DOS TUMORES DA BASE DO CRÂNIO

Autores: Fernando Walder, Carlos Neutzling Lehn
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  • Introdução

O diagnóstico e o tratamento dos tumores que envolvem a base do crânio são complexos tanto em virtude das características anatômicas dessa região como pela diversidade dos tecidos que podem gerar as neoplasias. É uma área da cirurgia na qual o conhecimento anatômico, as técnicas de imagem apuradas e a abordagem multidisciplinar são necessários para que sejam obtidos resultados satisfatórios.

Diversas especialidades devem estar envolvidas nos processos de diagnóstico, terapia e readaptação dos pacientes acometidos, como cirurgia de cabeça e pescoço, neurocirurgia, otorrinolaringologia, radioterapia, oncologia clínica, cirurgia plástica reconstrutiva, radiologia, fisioterapia, fonoaudiologia, entre outras.1–3

Historicamente, os tumores que acometem a base do crânio foram considerados inoperáveis — conceito que permaneceu por muito tempo em virtude de razões, como desconhecimento anatômico e falta de métodos diagnósticos e de ferramentas terapêuticas eficazes para assegurar a remoção completa dos tumores e prevenir complicações graves.

Antes do advento da tomografia computadorizada (TCtomografia computadorizada), o método disponível era a radiografia simples com incidências que avaliassem as estruturas ósseas da base do crânio. As linhas de Baclesse são um exemplo de como essa avaliação por imagem era realizada.4,5 No início do século XX, inúmeros personagens podem ser citados como colaboradores importantes para o desenvolvimento da cirurgia da base do crânio. Entre eles, destacam-se:

 

  • Victor Horsley (1910) — cirurgias de hipófise via transcraniana;
  • Charles Frazier (1912) — acesso transfrontal subdural para a fossa craniana anterior;
  • Harvey Cushing (1914) — via sublabial para tumores de hipófise;
  • Walter Dandy (1941) — ressecção craniofacial anterior.

Podem ser citadas ainda outras contribuições importantes, como:2,3

 

  • Nylén — descreveu o microscópio cirúrgico;
  • House — considerado o primeiro otoneurocirurgião moderno;
  • Ugo Fisch — desenvolveu as abordagens para a fossa infratemporal junto com Yasargil;
  • Dwight Parkinson — foi pioneiro na cirurgia do seio cavernoso;
  • Madjid Samii — foi responsável por parte do desenvolvimento da cirurgia da base do crânio;
  • Ricardo Raminha — junto com João Maniglia, foi pioneiro na abordagem transbasal;
  • Amin Kassan — foi pioneiro na cirurgia endonasal endoscópica para a base do crânio.

A diversidade de nomes de autores, técnicas e vias de abordagem reflete a complexidade anatômica e as diversas doenças que acometem a base do crânio.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • identificar os limites anatômicos e suas relações com as estruturas que podem ser acometidas por tumores da base do crânio;
  • reconhecer e caracterizar suscintamente os principais tipos de tumores que acometem a base do crânio;
  • descrever a apresentação clínica (sinais e sintomas) dos tumores da base do crânio;
  • identificar os métodos diagnósticos mais adequados para avaliação e planejamento do tratamento dos tumores que envolvem a base do crânio;
  • reconhecer as abordagens terapêuticas mais utilizadas no tratamento cirúrgico dos tumores da base do crânio e suas indicações e contraindicações;
  • descrever as principais complicações do tratamento cirúrgico.
  • Esquema conceitual
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