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TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTES DIABÉTICOS COM POLINEUROPATIA SIMÉTRICA DISTAL

Autores: Raquel Garcia Rocco da Silva, Marcelo Aguiar Costa Lima, Márcia Gonçalves Ribeiro
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  • Introdução

A polineuropatia simétrica distal (PSDpolineuropatia simétrica distal) é uma das complicações mais comuns do diabetes melito (DMdiabetes melito), tipicamente caracterizada como a degeneração distal simétrica dos nervos periféricos, capaz de causar comprometimento principalmente na sensibilidade tátil, vibratória e proprioceptiva dos membros inferiores (MMIImembros inferiores).1

Os comprometimentos decorrentes da PSDpolineuropatia simétrica distal contribuem para alterações do equilíbrio, modificações nos padrões de marcha e aumento do risco de queda. Além disso, as deficiências sensoriais associadas, em conjunto com a doença arterial periférica, levam à maior suscetibilidade das extremidades inferiores a lesões e infecções que podem resultar em amputações.1

Há um consenso de que as complicações associadas ao DMdiabetes melito podem ser prevenidas por meio de um rigoroso controle glicêmico, obtido a partir de dieta, prática de exercício físico e/ou uso de medicação. No entanto, a American Diabetes Association (ADAAmerican Diabetes Association), em 2006, publicou recomendações para que pessoas com PSDpolineuropatia simétrica distal, principalmente casos graves, tivessem cautela com o tipo e o nível da atividade física. Isso estaria relacionado ao aumento do risco de degradação da pele, infecção e sobrecarga da articulação de Charcot.2

Em 2008, LeMaster e colaboradores analisaram a incidência de úlceras nos pés de indivíduos com PSDpolineuropatia simétrica distal que realizaram exercícios de caminhada em comparação com o grupo-controle.3 Seus resultados mostraram que a atividade não aumentou a taxa de úlceras nos pés. Esse ensaio clínico randomizado foi fundamental para proporcionar uma mudança substancial nas diretrizes subsequentes da ADAAmerican Diabetes Association, de 2016, que não impedem a realização de atividades que exerçam carga e impacto por pessoas com PSDpolineuropatia simétrica distal.4

Além das mudanças recentes nas diretrizes de exercícios para pessoas com PSDpolineuropatia simétrica distal, outros estudos se dedicaram a analisar a eficácia e a efetividade de determinados exercícios em comprometimentos motores e/ou sensoriais específicos, como alterações neuromusculares, tegumentares, da biomecânica dos pés, dos padrões de marcha, do equilíbrio e da postura.

Este capítulo abordará as evidências de regeneração nervosa periférica e/ou melhora do desempenho motor e sensorial em estudos de intervenção, randomizados ou não, bem como da adaptação dos sistemas tegumentar e musculoesquelético em resposta ao estresse por sobrecarga.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • discorrer sobre o processo implicado na patogênese da PSDpolineuropatia simétrica distal;
  • reconhecer as novas diretrizes para a prática de exercícios por pacientes com PSDpolineuropatia simétrica distal e encorajar sua incorporação à prática fisioterapêutica;
  • discutir os efeitos de exercícios e treinamento nos sistemas tegumentar e neuromusculoesquelético, na biomecânica dos pés, no controle postural, no equilíbrio e na marcha;
  • identificar os principais estudos que tiveram como objetivo analisar programas de exercício para a melhora das disfunções causadas pela PSDpolineuropatia simétrica distal;
  • identificar objetivos e discorrer sobre condutas fisioterapêuticas para pacientes com PSDpolineuropatia simétrica distal.

 

  • Esquema conceitual
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