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TRAUMA NA GESTANTE

Autor: André Luciano Baitello
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Introdução

Existe a recomendação de que a mulher traumatizada em idade fértil, dos 10 aos 50 anos, seja considerada potencialmente grávida na admissão em uma unidade de saúde, e um teste de gravidez deve ser realizado.1,2

Evidencia-se um aumento pronunciado do número de casos de gestantes vítimas de traumatismo atendidos nos últimos anos, em especial, nos grandes centros urbanos do Brasil, principalmente em decorrência dos acidentes automobilísticos e do uso de armas de fogo. A violência doméstica mostra também maior registro de casos graças a seu melhor reconhecimento e estruturas legais e protetivas que foram implantadas para abordagem mais adequada desses casos.3

No departamento de emergência, o trauma durante a gravidez é a principal causa de mortalidade materna de causa não obstétrica, chegando a 20%.1,2

O atendimento da gestante traumatizada apresenta um grande desafio, uma vez que a presença do feto significa que dois pacientes estão potencialmente em risco e ambos necessitam de avaliação e tratamento adequado.2

A gravidez provoca diversas alterações fisiológicas e modificações nas relações anatômicas que atingem praticamente todos os sistemas orgânicos da gestante. Essas alterações anatômicas e fisiológicas podem influenciar a avaliação da gestante traumatizada, modificando os sinais e os sintomas das lesões traumáticas, bem como alterar a abordagem inicial, as medidas de reanimação e os resultados dos exames diagnósticos.1,2

A gravidez também pode afetar os padrões de lesões traumáticas e a gravidade clínica da gestante e do feto.1

O médico que presta atendimento inicial a uma gestante vítima de trauma atende dois pacientes, a mãe e o feto. É fundamental entender que as prioridades no atendimento inicial adotadas para uma mulher grávida traumatizada são as mesmas aplicadas para uma mulher não grávida.1–3 O tratamento inicial dedicado ao feto, além da sua avaliação precoce, é a aplicação das melhores medidas de reanimação para a mãe, ou seja, atender com qualidade a mãe nos momentos iniciais melhora as chances de sobrevivência do feto.1,2

Técnicas de avaliação e monitoração devem permitir o acompanhamento tanto da mãe quanto do feto de maneira precoce. A avaliação pelos exames de imagem, na abordagem à gestante traumatizada, considerando o risco e o benefício, não deve ser contraindicada em razão da gravidez.1–3

LEMBRAR

É fundamental que o médico emergencista, juntamente com um cirurgião e um obstetra, façam parte de uma equipe coordenada no acompanhamento da gestante traumatizada.1,2

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer as alterações anatômicas e fisiológicas da gravidez e seus efeitos sobre o atendimento;
  • estabelecer as prioridades e peculiaridades de avaliação e de tratamento da mãe que sofre traumatismo e do feto;
  • identificar os elementos da violência conjugal.

Esquema conceitual

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