Introdução
A síndrome da insuficiência cardíaca (IC) é um grande problema de saúde pública no mundo. Dados sugerem que essa condição afeta de 1 a 3% da população adulta e que sua prevalência aumenta com o passar dos anos. Esse aumento é um resultado direto das mudanças sociodemográficas, mais especificamente do aumento na expectativa de vida na maioria dos países.1,2
De acordo com o American College of Cardiology e a American Heart Association, a síndrome da IC pode ser definida como o resultado de qualquer dano estrutural e/ou funcional, resultando em uma redução da capacidade de enchimento ventricular e/ou ejeção adequada de sangue para atender às demandas metabólicas.3
Clinicamente, os pacientes com IC apresentam sinais e sintomas clássicos de intolerância ao exercício e dispneia durante os esforços físicos. Outros sintomas, como fadiga e edemas periféricos, podem estar presentes nesses indivíduos.3
Atualmente, as diretrizes pelo mundo colocam o exercício físico como parte integrante do tratamento da síndrome da IC. Estudos prévios demonstraram que o exercício físico é seguro e eficaz na melhora da capacidade física e da qualidade de vida de pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr) e insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp). No entanto, sugere-se que as modificações e as adaptações induzidas pelo exercício ocorram de acordo com a apresentação da síndrome.4
Neste capítulo, serão abordadas algumas particularidades fisiopatológicas da ICFEp e também como esses pacientes respondem ao treinamento físico. Além disso, serão apresentadas modalidade de treinamento e prescrição para esses pacientes.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- elencar as diferenças clínicas entre os fenótipos da ICFEr e da ICFEp;
- apresentar as modificações fisiopatológicas da ICFEp;
- descrever os efeitos do treinamento físico nos pacientes com ICFEp.