Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- discutir as aplicações da ultrassonografia intraparto (UIP);
- identificar as vias de realização da UIP;
- reconhecer as estruturas necessárias para a interpretação da UIP;
- descrever as técnicas utilizadas na UIP.
Esquema conceitual
Introdução
O desenvolvimento de novos aparelhos de ultrassom cada vez mais compactos, com alta resolutividade, com recurso de Doppler pulsátil e colorido, associados a preços mais acessíveis faz com que a ultrassonografia (USG) seja encontrada com frequência em centros obstétricos e, desse modo, utilizada cada vez mais na avaliação das parturientes. É um método que possui rápida curva de aprendizado, indolor, não aumenta o risco de infecção, é inofensivo ao feto, demanda pouco tempo para sua realização e provê boa documentação para fins legais.
Nas últimas décadas, inúmeros estudos sobre a USG têm povoado a literatura internacional, avaliando parâmetros que procuram entender os fenômenos de interação dinâmica que ocorrem entre o polo cefálico e a pelve materna durante o processo de parturição. Essa modalidade de exame foi denominada ultrassonografia intraparto (UIP), podendo ser realizada por via transabdominal e/ou transperineal.
Informações valiosas são reveladas e agregam-se à prática clínica para auxiliar no julgamento de situações complexas que ocorrem no dia a dia de um centro obstétrico, especialmente em trabalhos de parto prolongados, posições de cabeça occipitoposteriores, deflexões e assinclitismos.
A UIP ajuda em tomadas de decisões difíceis, evitando a ocorrência de possíveis enganos que possam levar a cesáreas desnecessárias, partos operatórios malsucedidos e complicações maternas e perinatais. Também é uma ferramenta útil para médicos em treinamento de avaliação comparativa com exame clínico da altura da apresentação e da variedade de posição da cabeça fetal.