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UMA VISÃO TRANSDISCIPLINAR DO MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA: COMPLEMENTANDO A PRÁTICA

Ingrid Gonçalves Pessoa

Emanoella Pessoa Angelim Guimarães

Germana Maria de Alcântara Carleial

Samuel Carvalho Guimarães

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • diferenciar multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade;
  • reconhecer a importância da escuta atenta para o fortalecimento do vínculo e o entendimento da experiência da doença;
  • compreender como os elementos dos contextos próximo e amplo e a teoria cultural interferem no manejo individual de risco e nas atitudes das pessoas em relação à saúde;
  • elaborar um plano terapêutico conjunto, levando em consideração elementos do planejamento estratégico;
  • identificar os possíveis tipos de apego demonstrados pelas pessoas durante os atendimentos médicos;
  • reformular a abordagem de pessoas com tipos de apego inseguro, para fortalecer a relação com essas pessoas.

Esquema conceitual

Introdução

O método clínico centrado na pessoa (MCCP) é uma ferramenta consagrada na prática do médico de família e comunidade (MFC). Ao retirar o foco da doença e colocar a pessoa como ponto principal, esse método potencializa seu cuidado integral, um dos princípios da medicina de família e comunidade.1

O MCCP tem se desenvolvido para acompanhar tanto a experiência dos médicos quanto os estudos que surgem relacionados ao tema. Sua última atualização foi em 2017, quando a estrutura foi alterada, passando de seis componentes para quatro; os antigos componentes “promoção e prevenção de saúde” e “ser realista” foram incorporados aos demais. Os componentes que permaneceram, compondo a estrutura atual do MCCP, são os seguintes:1

  • primeiro componente: explorando a saúde, a doença e a experiência da doença;
  • segundo componente: entendendo a pessoa como um todo;
  • terceiro componente: elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas;
  • quarto componente: intensificando a relação entre a pessoa e o médico.

A divisão do MCCP em componentes é artificial. Ela facilita a discussão de tópicos importantes dentro de cada um deles, com fins de ensino. Entretanto, na prática, eles se confundem e se entrelaçam, ao mesmo tempo que, em alguns momentos, não é possível colocar todos os componentes em uma consulta.1

Um ponto interessante do MCCP é que, saindo da abordagem biomédica para a biopsicossocial, ele flerta com tópicos importantes de áreas de conhecimento que também têm o indivíduo como ponto de partida — psicologia, sociologia, antropologia, entre outras. Dessa forma, percebe-se que tais áreas têm muito a oferecer para que os MFCs possam aproveitar para incorporar ao MCCP e utilizá-lo em seu máximo potencial.

Este capítulo discutirá conceitos que se misturam dentro dos componentes do MCCP, com o fim de fornecer uma visão complementar e propor uma perspectiva nova a esse método tão bem conhecido pelos MFCs.

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