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USO DE SOLUÇÕES HIPERTÔNICAS NA EMERGÊNCIA

Autores: Luciana Gil Barcellos, Lucinara Valency Enéas Machado , Jefferson Pedro Piva
epub-BR-PROEMPED-C6V2_Artigo5

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer o mecanismo de ação das principais soluções salinas hipertônicas (SSHs) para uso em pediatria;
  • identificar as indicações e restrições para uso de SSHs no tratamento da hipertensão intracraniana (HIC) e do edema cerebral;
  • identificar as indicações e restrições para do uso de SSHs como expansor volêmico em pediatria.

Esquema conceitual

Introdução

As soluções hipertônicas são usadas frequentemente em emergências pediátricas para controle do edema cerebral e tratamento da HIC em crianças. Em razão da escassa evidência direcionando a administração dessas soluções na população infantil, existem variações na prática clínica do médico de emergência pediátrica.1,2

A administração de agentes hiperosmolares demonstrou reduzir a pressão intracraniana (PIC) pela primeira vez em 1919. O manitol foi introduzido no uso clínico em 1961 e se tornou o agente de escolha para controle da PIC. Posteriormente, no início da década de 1990, a SSH foi introduzida e, embora ambos sejam atualmente usados, a SSH em concentrações de até 23,4% aumentou nos últimos anos enquanto o manitol tem sido reduzido.2

A SSH também pode ser utilizada como agente expansor de volume. A abordagem ideal de fluidos em pacientes críticos tem sido amplamente debatida. Diferentes soluções de fluidos cristaloides estão atualmente disponíveis, com distintas composições de eletrólitos e, portanto, diferentes impactos sobre o equilíbrio acidobásico e eletrolítico, bem como sobre outros sistemas de órgãos.3

A ressuscitação fluida com bolo ou infusão contínua de SSH é utilizada há mais de 30 anos. A SSH aumenta o volume intravascular, deslocando o fluido do espaço extravascular para o intravascular, aumentando assim a pré-carga. Em comparação com os expansores de plasma convencionais, é considerada de baixo custo, rapidamente disponível e sem risco de anafilaxia ou transmissão de doença infecciosa.3,4 Apesar dessas potenciais vantagens fisiológicas, a SSH neste contexto foi menos utilizada nos últimos anos.

A SSH também é indicada no tratamento da hiponatremia, que está relacionada a uma variedade de condições clínicas; entre elas, a síndrome perdedora de sal (SPS), que se desenvolve em pacientes pediátricos após traumatismo craniencefálico (TCE) e em outros pacientes neurocríticos.2,5

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