- Introdução
O conhecimento dos mecanismos relacionados às doenças junto com a melhoria de técnicas laboratoriais de diagnóstico e recursos terapêuticos foram importantes avanços nos cuidados da assistência neonatal nos últimos tempos. Entre os medicamentos, os antibióticos são um dos mais utilizados, provocando uma queda na mortalidade por sepse neonatal, mas, ainda assim, as infecções continuam sendo causa importante de morbidade e mortalidade em recém-nascidos (RNrecém-nascidos).1,2
Os efeitos benéficos dos antibióticos são inquestionáveis e, por esse motivo, seu uso deve ser restrito às situações em que o benefício esteja bem comprovado. No entanto, sua administração indevida e exagerada está associada a complicações em curto e longo prazos, como aumento do risco de infecções por organismos multirresistentes, enterocolite necrosante (ECNenterocolite necrosante), displasia broncopulmonar (DBPdisplasia broncopulmonar), sepse tardia, asma, obesidade, entre outras, com consequente elevação dos custos. Essas complicações estão relacionadas ao rompimento da microbiota intestinal e pulmonar.1,2
Entre as diversas formas de minimizar o uso indevido de antibióticos, diversos hospitais contam com o apoio de um programa de administração antimicrobiana (antimicrobial stewardship),3 cujos principais benefícios são revisão concorrente e suporte com discussão com o prescritor e ênfase na segurança e na melhora do paciente, reduzindo falhas terapêuticas, prescrições inadequadas e custos assistenciais, além de melhorar a adesão da equipe.4
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
- efetuar uma análise crítica e responsável do uso de antibióticos no período neonatal;
- indicar apropriadamente a terapêutica antimicrobiana no período neonatal;
- reconhecer os efeitos adversos do uso indevido de antibióticos no RNrecém-nascido.
- Esquema conceitual
