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UTILIZAÇÃO DA CÂNULA NASAL DE ALTO FLUXO EM MEDICINA DE EMERGÊNCIA

Marcos Cesar Ramos Mello

Hélio Penna Guimarães

Alessandra Cristina Marques dos Santos

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar os principais conceitos da fisiologia da terapia de alto fluxo;
  • diferenciar a oxigenoterapia convencional, cânula nasal de alto fluxo (CNAFcânula nasal de alto fluxo) e terapia de insuflação nasal de alta velocidade;
  • listar as principais indicações e contraindicações da terapia de alto fluxo;
  • revisar os principais cuidados com a utilização da terapia de alto fluxo.

Esquema conceitual

Introdução

Slides sobre o capítulo

A dispneia e a insuficiência respiratória aguda (IrPAinsuficiência respiratória aguda) estão entre os cinco principais motivos para os pacientes irem para os departamentos de urgência e emergência.1 A terapia de oxigênio suplementar desempenha uma função importante nos atendimentos hospitalares das unidades de urgência e emergência, pois é o principal tratamento de apoio em pacientes com problemas respiratórios.2

A oxigenoterapia convencional, porém, é incapaz de gerar fluxo e concentrações de oxigênio suficientes para atender às necessidades em determinadas situações de emergência, visto que proporciona fluxos relativamente baixos. Nessas condições, ocorre grande diluição do oxigênio com o ar ambiente, portanto, a fração inspirada de oxigênio (FiO2) máxima ofertada é menor que 0,4L/min.2

Apesar de os dispositivos convencionais poderem atingir um fluxo de até 15L/min, o oxigênio é frio e seco, com fluxos maiores que 6L/min, que causam muito desconforto nas vias aéreas superiores dos pacientes, pois os fluxos não totalmente condicionados, devidamente aquecidos e umidificados podem prejudicar a função do aparelho mucociliar.2

Existem hoje recursos disponíveis a médicos e fisioterapeutas nas salas de emergências para suporte respiratório, que incluem a ventilação não invasiva com pressão positiva (VNIPP) e a ventilação mecânica invasiva (VMIventilação mecânica invasiva). Mais recentemente, o oxigênio em alto fluxo por meio de uma cânula nasal tem sido utilizado para fornecer suporte como uma escalada da oxigenoterapia convencional.3,4

Em contraste com a terapia tradicional de CNAFcânula nasal de alto fluxo, a terapia de insuflação nasal de alta velocidade (em inglês, high velocity nasal insufflation) pode fornecer até 100% de oxigênio por via nasal por meio da cânula.3,4

Além disso, demonstrou-se que essa terapia produz efeito de pressão positiva expiratória nas vias aéreas (EPAP) por resistência expiratória,5 melhora a ventilação e, por meio da lavagem do gás carbônico (CO2) do espaço morto anatômico, diminui o trabalho respiratório do paciente.6,7

Hoje em dia, esses novos equipamentos — que fornecem gás totalmente condicionado, devidamente aquecido e umidificado por meio de uma cânula nasal em condições de alto fluxo — surgem como uma terapia segura e útil de apoio em diversas situações clínicas.

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