Abordagem à gravidez indesejada na Atenção Primária À Saúde

Autores deste artigo

• BRUNA BALLAROTTI

• CAROLINA LOPES DE LIMA REIGADA

• DÉBORA SILVA TEIXEIRA

• EVELIN GOMES ESPERANDIO

• ILANA AMBROGI

Resumo

Iniquidades relacionadas ao gênero são reconhecidas no Brasil como condicionantes sociais de saúde desde 1983, com o lançamento do Programa que, em 2004, transformou-se em Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Entre outras medidas, a política consolidou os cuidados integrais à saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento reprodutivo e a atenção às situações de aborto. A Atenção Primária à Saúde (APS) tem capacidade para atuar em diversas frentes desse cuidado, em todos os níveis de prevenção. Entretanto, há lacunas no conhecimento e na formação de profissionais de saúde, especialmente na abordagem à gravidez indesejada, mesmo sendo uma situação consideravelmente prevalente: estima-se que, no Brasil, 55,4% das gestações sejam indesejadas ou não intencionais e que uma em cada cinco mulheres brasileiras até os 40 anos já fez um aborto. Assim, entendendo que abortos inseguros representam um risco à vida de mulheres e de pessoas que gestam, a adequada abordagem da gestação indesejada na APS ? desde sua prevenção primária até sua correta avaliação de risco e redução de danos ? é uma questão de promoção de saúde e equidade. Tal assunto torna-se ainda mais relevante ao considerar que as mulheres que sofrem abortos inseguros e têm maior risco de desfechos desfavoráveis são de classe econômica baixa e negras, vítimas, ainda, de outras vulnerabilizações estruturais e sociais.

Palavras-chave

Aborto; Aborto Legal; Saúde sexual e reprodutiva; Atenção Primária à Saúde