POR TRÁS DA ARMADURA — TRABALHANDO COM OS MEDOS DA COMPAIXÃO

Autores deste artigo

• SANDILÉIA PFEIFFER

• CAROLINA SARAIVA DE MACEDO LISBOA

Resumo

Desde os estudos de Gilbert e Neff, a compaixão vem sendo foco de investigação no mundo todo, com crescimento cada vez mais significativo. Com o reconhecimento de que todo mundo sofre e viver é uma tarefa difícil, a compaixão propõe um olhar sensível e comprometido para lidar com o sofrimento de forma determinada, corajosa e sábia. Os dados empíricos apontam repetidas associações com medidas de saúde mental, com dados recentes demonstrando, inclusive, efeitos em âmbito fisiológico. No entanto as pessoas com experiências precoces de abuso e negligência ou que estão expostas a ambientes altamente competitivos podem enfrentar resistências à compaixão. O trabalho clínico focado em identificar a origem e a função adaptativa dos bloqueios à compaixão pode possibilitar a abertura à mudança. O artigo apresenta o conceito dos medos da compaixão, o seu funcionamento e os seus impactos na saúde mental e nas dificuldades para mudança. As estratégias de tratamento são apresentadas, contemplando ferramentas cognitivas e vivenciais, destacando, sobretudo, a importância da relação terapêutica como caminho fundamental para a mudança.

Palavras-chave

Medo da compaixão; Autocompaixão; Terapia focada na compaixão