PSICOLOGIA ANTIRRACISTA NA PRÁTICA CLÍNICA

Autores deste artigo

• LIVIA DA SILVA MARQUES

• VANESSA DORDRON DE PINHO

Resumo

As desigualdades étnico-raciais são determinantes sociais das condições de saúde. O racismo contra negros no Brasil afeta a saúde mental dessa população. Embora a maioria dos brasileiros sejam pardos e pretos, estes são minoria nos espaços privilegiados da sociedade. Como os indivíduos estão imersos em uma cultura na qual o racismo é velado, os agravos às condições de vida dessa população acabam sendo maiores, pois o que não é reconhecido não é discutido aberta e amplamente. Sendo o racismo estrutural, o saber científico também é produzido pelo grupo dominante, composto por pessoas brancas. Os coletivos, bem como autores e psicólogos negros, vêm chamando a atenção para a necessidade de descolonizar a epistemologia dominante, dado que a subjetividade de pessoas negras é atravessada por questões raciais, sociais, institucionais, entre outras, e se desenvolve de maneira diferente da subjetividade de indivíduos brancos. Isso indica a relevância de que as teorias psicológicas contemplem as especificidades das populações atendidas. Neste artigo, questões teóricas para o letramento racial de psicólogos são discutidas, pretendendo-se introduzir as bases para a clínica antirracista sob o enfoque da psicoterapia cognitivo-comportamental, contemplando adaptações que se fazem necessárias.

Palavras-chave

Racismo; Antirracismo; Psicologia clínica; Terapia cognitivo-comportamental