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Informações do DOI

QUANDO INDICAR E COMO SEDAR O RECÉM-NASCIDO

In: PRORN C21V3

Autores deste artigo

  • LUDMILA GERIOS
  • VICTOR HUGO BOTA RODRIGUES
  • FERNANDA RAMIRES CAFEO
  • MARIA REGINA BENTLIN

Resumo

Diferenciar dor, agitação e estresse no período neonatal não é fácil, porque os recém-nascidos (RNs) são seres pré-verbais e apresentam linguagem própria e desafiadora para expressar os seus comportamentos. Escalas com indicadores fisiológicos, comportamentais e contextuais podem ser úteis nessa diferenciação. Sabe-se, entretanto, que o controle da dor melhora a agitação e deixa o paciente mais confortável. Os sedativos são fármacos que não aliviam a dor e não deixam o RN expressar a dor. Estudos alertam que eles também prolongam o tempo de ventilação mecânica, associam-se à hemorragia peri-intraventricular (HPIV) e, em longo prazo, alteram o neurodesenvolvimento. Assim, há que se ter muito critério no momento de se indicar a sedação, que é muito restrita e pontual no período neonatal. O manejo da agitação e do estresse deve começar por medidas não farmacológicas, como sucção não nutritiva, amamentação, contato pele a pele, contenção facilitada e soluções adocicadas, que são eficazes em reduzir as reações comportamentais e fisiológicas a procedimentos menos invasivos. Quando essas medidas não controlam os sintomas ou quando não é possível realizá-las, consideram-se as medidas farmacológicas, ponderando os seus riscos e benefícios. Entre os sedativos mais utilizados no período neonatal encontram-se os benzodiazepínicos (midazolam) e os agonistas α-adrenérgicos (dexmedetomidina). Os opioides são fármacos primariamente de efeito analgésico, mas que também têm ação sedativa. O midazolam é desencorajado em RNs pré-termo (RNPTs), principalmente menores que 34 semanas, por seu efeito hipotensor, que pode ter HPIV e apoptose neuronal. A dexmedetomidina tem ação analgésica e sedativa, não causa depressão respiratória, nem interfere no trânsito intestinal. Estudos pré-clínicos sugerem possível efeito neuroprotetor ao cérebro imaturo, mas ainda precisa de mais estudos nessa população. Os opioides, além do potente efeito analgésico, apresentam efeito sedativo variável em função do grau de maturidade neurológica, mas podem causar depressão respiratória, bradicardia, íleo, rigidez de caixa torácica, além de tolerância e síndrome de abstinência. O uso desses fármacos em RNs termos e RNPTs, em situação de agitação e estresse, deve ser ponderado, avaliando benefícios e riscos em curto e longo prazos. A abordagem dos RNs a serem sedados deve ser multimodal e individualizada, e o tratamento farmacológico, utilizado pelo menor tempo possível.

Palavras-chave

Sedação; Analgesia; Agitação; RN; Efeitos adversos

Detalhes

Título
QUANDO INDICAR E COMO SEDAR O RECÉM-NASCIDO

Autores
LUDMILA GERIOS; VICTOR HUGO BOTA RODRIGUES; FERNANDA RAMIRES CAFEO; MARIA REGINA BENTLIN

Assunto / Palavras-chave
Sedação; Analgesia; Agitação; RN; Efeitos adversos

Editora
Artmed Panamericana

Ano de publicação
2024

DOI
10.5935/978-85-514-1253-4.C0004

Ciclo
21

Volume
3

Páginas
11 - 52

Idioma
pt (padrão do ISO 639)

Copyright
@2024 Artmed Panamericana