Úlceras de córnea em cães e gatos: o que o clínico geral precisa saber?

Autores deste artigo

• ANTÔNIO PAULINO DE FIGUEIREDO WOUK

• JOÃO ALFREDO KLEINER

• DANIELA PEREIRA

• CAROLINA BARBOSA

Resumo

As úlceras de córnea em cães e gatos são de grande relevância clínica por produzirem muita dor e desconforto, ocasionarem cegueira e, considerados todos os diagnósticos de doenças em pequenos animais, possuírem uma prevalência próxima de 1%. Do ponto de vista oftálmico, as úlceras de córnea são a afecção mais frequente. O diagnóstico preciso de úlceras de córnea leva a um tratamento racional, o que é fundamental para o bem-estar e para a preservação da visão do paciente. As úlceras de córnea podem ser definidas como uma solução de continuidade do epitélio associada à necrose do tecido circundante com graus variáveis de perda epitelial e estromal. Elas podem ser superficiais, profundas, descemetoceles ou perfurativas. As etiologias mais frequentes são as rupturas mecânicas por traumas externos ou a partir das pálpebras e dos cílios, a síndrome do olho seco e infelizmente a iatrogênica por uso indevido de corticoides. A infecção bacteriana é a principal causa de complicação. O tratamento racional e eficaz de uma úlcera de córnea em cães e gatos depende da precisão do diagnóstico e do acompanhamento do paciente mediante visitas frequentes, clínica-dia ou mesmo internação. O controle da infecção, da inflamação e da hiperatividade enzimática, assim como da lubrificação da superfície ocular, é fundamental para uma boa evolução. O tratamento cirúrgico é mandatório em caso de perfuração ocular e deve ser considerado em caso de destruição estromal importante associada a complicações.

Palavras-chave

Córnea; Úlceras; Cães; Gatos; Tratamento