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ABORDAGEM DA DOR ARTICULAR

Autores: Leonardo Rodrigues Campos, Adriana Rodrigues Fonseca, Rozana Gasparello de Almeida, Andréa Valentim Goldenzon, Flavio Roberto Sztajnbok, Marta Cristine Felix Rodrigues
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • conceituar artrite aguda e crônica;
  • identificar as principais causas de artrite aguda na faixa etária pediátrica;
  • avaliar os pacientes com dor articular;
  • caracterizar, de forma minuciosa, a apresentação clínica da queixa dolorosa;
  • realizar a abordagem diagnóstica e terapêutica da dor articular.

Esquema conceitual

Introdução

As queixas dolorosas musculoesqueléticas são frequentemente observadas pelo pediatra, muitas vezes referidas como dor articular, e podem ter diferentes causas, como infecções, traumas, onco-hematológicas, reumatológicas e metabólicas. O pediatra deve procurar identificar a origem da dor por meio de história, exame físico e exames complementares e estar atento para causas que demandem intervenções emergenciais, como a artrite séptica ou aquelas associadas às neoplasias.

Na anamnese e no exame físico, é importante caracterizar a localização exata da dor, que pode ser originária da própria articulação, de estruturas adjacentes ou referida de outros locais (por exemplo, o comprometimento da articulação coxofemoral pode provocar a queixa dolorosa no quadríceps e até no joelho homolateral). A associação da dor articular a sinais constitucionais — como febre, toxemia, emagrecimento, acometimento de órgãos e sistemas, incapacitação funcional ou hipotrofia muscular adjacente — é um sinal de alerta para causas específicas.

Na prática, os termos artralgia e artrite são frequentemente utilizados como sinônimos, o que não é correto.

A artralgia significa dor articular isolada, e a artrite é caracterizada pela dor articular associada a sinais inflamatórios, como limitação de movimento, aumento de volume (edema), calor e/ou rubor.

Um termo mais genérico seria artropatia, já que algumas condições que acometem as articulações podem não ter origem inflamatória, como algumas displasias epifisárias e as doenças metabólicas de depósito, por exemplo, as mucopolissacaridoses. Nas crianças, a deposição de cristais é rara e suscita a investigação de doenças metabólicas.

A artrite pode ser classificada como aguda ou crônica (quando o acometimento dura mais que 6 semanas). Pode ser monoarticular, oligoarticular (menos de cinco articulações acometidas) ou poliarticular. Os quadros migratórios podem sugerir etiologia imunomediada, como na febre reumática e nas artrites agudas associadas a etiologias virais.1

A principal causa de artrite crônica na faixa etária pediátrica é a artrite idiopática juvenil (AIJ), com variadas formas de apresentação, como:1

 

  • oligoartrite;
  • poliartrite;
  • sistêmica;
  • relacionada à entesite;
  • psoríase;
  • entesite.

No subtipo sistêmico, há a presença de febre, exantema e visceromegalias.1

A artrite aguda pode acometer todas as faixas etárias pediátricas, do neonato ao adolescente, com etiologias variáveis de acordo com a idade. Exceto pela artrite de causa infecciosa, que geralmente é mais frequente em meninos, as várias etiologias acometem meninas e meninos.

Os exames complementares — como hemograma, reagentes de fase aguda, culturas e exames de imagens, como ultrassonografia e ressonância magnética — são necessários e direcionados de acordo com a suspeita diagnóstica. Neste capítulo, será discutida a abordagem dos pacientes com dor articular serão apresentadas as suas principais causas:

 

  • dor do crescimento;
  • síndrome de hipermobilidade articular;
  • sinovite transitória de quadril;
  • AIJ;
  • artrite séptica;
  • febre reumática;
  • artrite reativa;
  • artrites virais.
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