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ABORDAGEM PRÁTICA DA INSÔNIA

Autor: Elyéia Hannuch
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • revisar os distúrbios do sono;
  • avaliar o transtorno da insônia como o principal distúrbio do sono;
  • realizar a abordagem de um paciente com queixa clínica de insônia;
  • identificar as características da insônia;
  • tomar a decisão terapêutica mais adequada em caso de insônia.

Esquema conceitual

Introdução

Uma incursão sobre a história antiga revela a preocupação com o sono e seus mistérios ao longo dos séculos. Hipócrates (460 a.C.–377 a.C.), considerado o pai da Medicina por muitos, fundamentou a sua prática em algumas teorias e já conjecturava sobre os males que poderiam levar à insônia.

Na incursão pelos pensamentos de diversos filósofos da Antiguidade, há registros de que Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.) ao lado de Platão, de quem foi discípulo, e outros pensadores já entendiam que o sono era vital.

Segundo a genealogia da mitologia grega, Morfeu, conhecido como o deus dos sonhos, é considerado pela maioria como descendente direto e filho de Hipnos, o deus do sono. Na Grécia antiga, os gregos foram instigados pela história de Morfeu presente na obra Metamorfoses, do poeta grego Ovídio, uma coleção de lendas, em sua maioria de origem helênica, na qual, em cada lenda, ocorrem algumas metamorfoses.

Assim, Ovídio dotou seus personagens divinos de emoções humanas e Morfeu foi um deles, uma divindade que adentrava os sonhos das pessoas assumindo diversas formas de modo recorrente. Ao longo dos séculos, surgiram os primeiros estudos sobre o sono, o que revelou dados mais objetivos, embora a expressão nos braços de Morfeu continue indicando sono de qualidade ou reparador.

Na história mais recente, o médico de origem moldava Nathaniel Kleitman, considerado o pai da pesquisa norte-americana em sono, em 1924, descobriu em seu laboratório na Universidade de Chicago o movimento rápido dos olhos (em inglês, rapid eye movement [REM]) durante o sono. Em 1929, foi publicado o primeiro estudo validado sobre o eletroencefalograma pelo psiquiatra alemão Hans Berger, o que forneceu embasamento para os conceitos atuais de identificação objetiva dos estágios do sono.

Em 1953, Kleitman e seu aluno Eugene Aserinsky realizaram a primeira descrição de sono REM. Poucos anos depois, Willian Dement, outro discípulo de Kleitman, contribuiu para desvendar os diferentes estágios do sono, até que Rechtschafen e Kales publicaram o Manual de estagiamento do sono em 1968, ainda amplamente utilizado.

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