Entrar

Esse conteúdo é exclusivo para assinantes do programa.

CEFALEIAS PRIMÁRIAS: ATUALIZAÇÃO CLÍNICA E PROPEDÊUTICA

Autores: Josué da Silva Brito, Maria Eduarda de Souza Freire
epub-BR-PROCLIM-C21V3_Artigo2

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • explicar os principais tipos de cefaleia primária e fazer seu diagnóstico diferencial;
  • executar de forma prática e eficaz a avaliação do paciente com cefaleia;
  • identificar as manifestações clínicas que servem de alerta na avaliação clínica;
  • reconhecer a necessidade de exames complementares na avaliação das cefaleias;
  • determinar as medidas gerais e específicas no tratamento dos principais tipos de cefaleia;
  • identificar os tipos raros e frequentemente subdiagnosticados de cefaleias.

Esquema conceitual

Introdução

As cefaleias constituem dores sentidas em qualquer segmento cefálico e são um dos principais motivos de busca de atendimento médico ambulatorial ou emergencial no mundo. Por mais corriqueiras que possam ser — constituindo até 4% dos atendimentos emergenciais e 25% dos atendimentos neurológicos —, sua condução é muitas vezes difícil, visto que pode ser tanto a queixa principal, quanto fazer parte de um conjunto de sintomas de diversos tipos de doenças.1-3

A maior parte dos atendimentos, aproximadamente 98% deles, é por cefaleias primárias. Isto é, que não resultam de qualquer outra doença. Entre elas, as mais comuns são a cefaleia do tipo tensional, primeira em prevalência no mundo, a enxaqueca ou migrânea, segunda apresentação mais frequente, e as cefaleias trigêmino-autonômicas — em salvas, hemicrania paroxística e hemicrania contínua. Contudo, ainda há outras cefaleias primárias menos comuns, como a primária do exercício físico, primária da tosse, primária associada à atividade sexual, primária em trovoada, primária em facada, numular, por estímulo frio e por pressão externa.2,3

Os outros 2% restantes correspondem às cefaleias secundárias, que são causadas por traumas ou lesões cranioencefálicos e/ou cervicais, alterações vasculares, abuso ou privação de substâncias, infecções, disfunções da hemostasia, alteração de órgãos sensoriais ou perturbações psiquiátricas.3

Diante da sua alta frequência na prática clínica, é necessário saber como reconhecer as cefaleias primárias, como manejá-las e distinguir quando elas podem ser mimetizadas por doenças do sistema nervoso central (SNC), como aneurismas, acidente vascular cerebral (AVC), neoplasias e infecções, ou mesmo doenças sistêmicas.

×